[Feminino] Quarto 6 - Arashi e Tohru Sohma

-Nós amamos você, então viva, viva por nós...

Ela colocou as folhas amassadas na boca de Tohru.

-Coma, isso vai ajudar a manter pelo menos você viva... Até o remédio mesmo ficar pronto... Vou manter sua humanidade, mantenha-se viva!

-Tori-sama... Você quer ver seu pai, não quer? Força! Você pode!

Ela deixou a menina com Marshall, vendo o fogão, a água já estava esverdeada como deveria e a água borbulhava. Pegou outro tanto de água para esfriar o mais rápido que pudesse.

-Como ela está, Marshall?

*Tohru sentia o desespero dos dois ainda mais do que via com os próprios olhos.Queria tanto que eles não estivessem sofrendo tanto! Já nem se importava com o quanto lutava com o próprio corpo, com a própria consciência, que teimava em querer se apagar como uma vela ao vento. Era assim que se sentia no momento: Uma pequena chama...prestes a se pagar.*

*Então Marshall a abraçou com tamanho desespero que chegou a machucá-la. Disfarçando uma careta de dor, Tohru sorriu, debilmente, e ergueu a delicada mãozinha, no momento, branca como cera, tocando de leve o rosto molhado de Marshall.*

__ Não chore...Onegai...*seu olhar era tão meigo que dava vontade de chorar mais ainda*__ Não gosto de...vê-lo...assim...por minha causa...*sorriu*__ Sei que ...se importa sim...demo...Arigatô...Por dizer que me ama...acima do que eu sou...Ou posso...vir a ser...Aishiteru...Vou...lutar...Serei uma menina corajosa...Por você...Por Arashi-chan...Por Oto-san...Ele quase desistiu de viver quando... minha mãe...se foi...*a voz era cada vez mais fraca, mas Tohru se esforçava visivelmente com vontade.* __ Se eu também...demo...Ele não vai aguentar... E vocês...Não tenho medo de morrer...Mas não quero...que sofram...por minha... causa...ugh...

*Tohru comeu as folhas amassadas que Arashi colocava em sua boca, fazendo uma careta e tossindo um pouco ao engolir, porque o gosto era muito amargo.Mesmo assim sorriu pra Arashi, agradecendo.*

__ Arigatô...Arashi-chan...Gomennassai...Por pensar mal de você...e do Marshall-kun...Vou me esforçar ao..máximo..Demo...Se não conseguir...Se..não conseguir...Onegai, cuide dele...pra mim...Eu imploro...*tornou a fechar os olhos, mas a cor parecia retornar um pouco as faces mimosas da menina*

*Ouvindo aquilo e sentindo o carinho em seu rosto, Tohru abriu os olhos e sorriu para Marshall*

__ Não fale...assim, vai ferir... os sentimentos de sua... sensei...Não se preocupe comigo...Marshall-kun...Watashi...daijoubou...*apertou muito de leve a outra mão dele, olhando-o nos olhos com ternura.*

-Está pronto.

Arashi se aproximou da cama com a xícara.

-Isso foi desenvolvido por Akaioka de várias gerações passadas. Ele desperta o lado humano. Não tenho certeza se o efeito em você será eterno, mas ao menos afastará o fantasma da morte por muito anos ao menos. Você será igual aquele menino...

Ela entregou a Marshall, para ele dar o chá.

*Se ainda não estivesse tão fraca, embora as folhas que Arashi lhe dera já parecessem estar fazendo efeito, teria ficado corada com o que Marshall dissera.Só esperava que Arashi-chan não ficasse triste com ela...*

__ Oh,Fiz mesmo cara feia?!! Oh, não!!!*envergonhada*__Oh, Arashi-chan, gomennassai!! Nâo..Não estava tão ruim, eu juro!Demo...*atrapalhou-se sem saber como explicar. Então o ouviu falando sobre seu pai vir visitá-la*__Ele estaria aqui...de verdade, se pudesse...Algo muito sério o retém em outro lugar.Senti ele aflito e não era só por minha causa...Mas ele está nos observando de longe...Eu sei...Ele falou comigo agora...Ele me disse para acreditar em você e abrir os olhos...Ele...Oto-san me confiou a você e a Arashi..Eu sinto...Ele sabe que cuidarão de mim como ele cuidaria... Que só o seu amor será a chave para manter minha humanidade...

*Então Arashi se aproximou com o chá que entregou a Marshall para dar a ela. Notou que ela novamente se referia ao outro igual a ela.Quem seria?*

__Arigatô...Arashi-chan...Sabe...*corou um pouquinho e sorriu,* __Você está parecendo tanto a minha mãe agora...Ela sempre fazia um chá gostoso quando eu ficava doente.Desculpe por lhes dar tanto trabalho.*Sorriu, emocionada para os dois, tentando se sentar na cama para poder beber o chá.*

-Era para eu ter um bebe em meus braços agora. O que esperavam?

Ela sorriu, amigavel e se sentou na cama.

-Queria ter um pai como o seu, Tori-sama.

*Tohru sorriu e disse, pegando a xícara com cuidado porque ainda se sentia um pouco debilitada, mas não queria preocupá-lo*

__ Pois tenho certeza que Arashi-san seria uma excelente mãe!*deu um sorriso de olhos fechados.*

*Devagar, começou a beber o chá. O gosto também era um pouco amargo, mas o efeito compensava. Parecia um milagre! Sentia-se pouco a pouco mais forte, graças ao seu amor e à Arashi-chan, Sorriu ainda mais ao ouvir o que ela falara sobre o pai.*

__Você ia gostar dele, Arashi-chan...Ele é muito bonito... Não é de falar muito, sabe? Mas é muito sábio... É uma pessoa muito serena, tem um olhar muito doce e triste, acho que porque ainda criança, foi separado dos pais...*foi falando, com o olhar perdido em suas lembranças.*__[i]Lembro que ele só não parecia triste perto da mamãe,que era muito alegre e agitada, e de mim.Aí os olhos dele brilhavam e ele sorria de maneira tão calorosa...Foi ele que me ensinou a cantar! *sorriu de novo, olhando pros dois.*

-Obrigada, Tori-sama...

E então ela foi surpreendida por Marshall. Ela realmene ficou surpresa. Mãe. Era o que ela seria se Yuki não tivesse morrido, mas percebeu que estava sendo a "mãe" daqueles enamorados. Ela sorriu e logo fechou os olhos, fazendo carinho em Marshall.

-Vocês dois não tem mãe, eu entendo o que estou representando agora... E eu não tenho mais meu pequeno para esperar... Uma troca justa, já que eu desejo egoistamente a amizade de vocês...

*Tohru compreendeu o que se passava no coração de Marshall, que ele começava a mudar e a aceitar coisas que achava que nunca mais teria.. Com carinho segurou firme uma das mõs dele, enquanto beijava o alto de sua cabeça, acariciando seus cabelos.*

__Shh..shhh...Meu amor...Está tudo bem...Você também tem direito de ser feliz... E seremos muito...*Olhou pra Arashi com ternura e gratidão*__Arigatô, Arashi-chan.... De coração...Por tudo que fez por nós...Você também merece ser feliz e não acho que seja egoísta..Você tem muito amor pra dar em seu coração ou não estaria aqui nos ajudando. Você salvou minha vida, de várias maneiras e eu nunca poderei agradecer o suficiente, Arashi-chan...*emocionada*__E nós... *abriu a boca num bocejo e depois sorriu,, corando, como se se desculpasse.*__ Nós seremos sua família daqui em diante..Se nos aceitar como amigos...

*Tohru deu um sorriso luminoso ao ouvir as palavras de Marshall*

__ Verdade?*Tohru emocionou-se, acariciando ,hesitante o rosto dele e apertando ainda mais a mão dele, levando-a aos lábios*__ Você me aceita mesmo? Oh, Marshall! *num impulso o abraça*__ Estou...Tão feliz!*ri, encantada*__ Aishiteru, Marshall-kun...Pra sempre...*Olha pra ele, enternecida*

*Tohru mal podia acreditar.Estava tão feliz que parecia que estava sonhando.Aconchegou-se ao peito de Marshall, sussurrando*

__ Sei que não é fácil pra você superar tudo em que vinha acreditando por tantos anos, sei o quanto é difícil pra você, Marshall-kun, mas eu estou aqui e juro que vou me esforçar pra fazê-lo muito, muito feliz,,,Mais ainda do que você está me fazendo agora...Aishiteru...Eu vou cuidar de você...

*Com doce sorriso nos lábios, Tohru adormeceu nos braços dele, mas agora era diferente. Ao invés de um sono mórbido ou da morte que ameaçava arrebatá-la, era um tranquilo e saudável sono reparador.*

Arashi apenas sorriu e quando ficou livre se levantou.

-Vou deixá-los a sós. Sei que ela adormeceu, afinal foi algo desgastante, mas vocês precisam desse momento.

Ela se afastou e ao chegar na porta, olhou-os uma ultima vez.

-Eu gosto do pacote que recebi. Espero com sinceridade que vivam felizes. Me agradaria conhecer Kuran-sama, seria o certo que eu contasse sobre o que fiz para manter Tori-sama viva.

Ela fez uma reverência e se retirou dali. No corredor ela voltou a sua frieza habitual.

-Consegui... Mas... Eu ainda tenho que me resolver com otou-san e okaa-san, ou eles poderão ser um perigo...

*O dia já havia amanhecido a uma hora ou duas, quando Tohru abriu os olhos, devagar e se viu abraçada com Marshall, que ainda parecia dormir profundamente*

"__Pobrezinho do meu amor..Deve estar exausto, depois de tudo que aconteceu..."* pensou,se erguendo um pouco, com extremo cuidado e olhando, enternecida pra ele. O rosto,bem mais suave durante o sono, com um leve sorriso nos lábios,*

"__Parece um menino...Marshall...Aishiteru..."

*Como ainda era muito cedo, resolveu ficar quietinha, aproveitando calor e o aconchego daquele abraço tão desejado.Bem baixinho, cantava uma antiga canção de ninar que sua mãe sempre cantava pra ela, quando pequena, para embalar o sono de seu amado.*

*Tohru sorriu, com lágrimas nos olhos ao ouvi-lo falar.Lembrou-se da noite do baile quando ele a pedira em namoro.Sentira-se tão feliz naquela ocasião, mas nem tanto quanto agora, quando não havia mais o fantasma do segredo de sua origem entre eles...No entanto, não sabia bem o que era, lá no fundo de seu coração algo ainda a afligia. Talvez fosse o medo de que ele insistisse na vingança contra o descendente do assassino dos seus pais ou a ameaça constante que ela mesma vivia por parte dos atentados contra sua vida...Se bem que nunca mais acontecera nada desde que viera para Paris...Com exceção do ataque ao Museu, mas aparentemente não tivera nada a ver com ela...*

*Fechou os olhos e respirou fundo e lentamente, buscando afugentar aqueles pensamentos ruins de sua mente.Agora sentia-se feliz como não se sentia a muito tempo e queria usufruir disso ao máximo.*

*Continuou cantando mais um tempo, até que, deixando-se levar pela própria canção, adormeceu abraçada ao seu amado, murmurando:*

"__ Meu bravo cavaleiro...Aishiteru...Cuidarei de você... para que seja muito feliz... Pra sempre...Itisumo..."

Arashi entra devagar no quarto. Usava o uniforme, que estava sujo, rasgado. Percebia cortes no rosto e manchas de sangue. Segurava fortemente sua katana, também manchada. Sua expressão era fria. Ela soltou a mesma e foi ao banheiro, tirando seu blaser. Não queria incomodar o casal, nem que eles a vissem assim.