Quarto - Lillian Sorel e Freya Gatemberg

Freya entrou no quarto após a reunião na sala, havia ficado surpresa que este ano iria para o dormitório lua, principalmente quando viu seu nome na lista dos quarto enquanto procurava a de thomas. mas este era o certo a se fazer! depois de anos como uma simples transformada, haviase permitido abraçar sua maldição, e aceita-la de maneira mais agradável. 

a porta parecia aperta de longe, não seria possivel que o vento a abrisse, não naquele lugar, só significava que sua companheira de quarto devia está la dentro  carregando algum tipo de bagagem e esqueceu de fecha-la. mas ao se aproximar, constatou que a colega de quarto não estava lá, para piorar, havia deixado metade do quarto uma bagunça, e também a janela aberta...

a ruiva ficou olhando pelo portal do quarto estupefata pelo pequeno caos que aconteceu em quanto tempo?deu um suspiro longo e sofrido e em seguida coçou a cabeça, seria uma colega complicada... mas se ela não bagunçasse suas coisas, nem olhasse o que não devia, não haveria problemas.

- ao menos o meu lado está limpo.... yare...

freya entrou fechando a porta atrás de si, foi ate suas malas que estavam num canto com um pacote  sobre elas, e assim que abriu percebeu que era seu novo uniforme... branco seria sua cor agora. a vampira então foi até a janela e a trancou, fechando também a cortina e ligando a luz. voltou ao seu guarda roupa(o que havia sobrado) e então guardou cuidadosamente seus pertences,  deixou alguns dos livros de pesquisa sobre a cabeceira ao lado da cama.
aproveitou o embrulho aperto e pois a se despir sem pressa de chegar a aula,  guardou seu uniforme negro com carinho na mala que em seguida também foi guardada, e então colocou seu novo uniforme.

recolheu algumas coisas como um estojo caderno e um livro  e colocou na mochila(junto com o celular e os fones). então se olhou para o espelho  que ficava num dos cantos do quarto e suspirou com um pouco de tristeza, mas seu lado permanecia organizado e limpo, ao menos assim devia ficar. freya deligou as luzes e fechou a porta do quarto ao saiu, começaria uma nova jornada de sobrevivência.

~*Lily


Depois de Daryl a ajudar a achar o dormitório novamente, já que o mapa de Lily havia ficado na mochila dentro do laboratório, a menina passou no banheiro primeiro para lavar as mãos e o rosto. Agora podia segurar a mão dele de novo e foi isso que ela fez até parar diante da porta de seu quarto. Tentou abri-la, lembrava-se de ter esquecido aberta, mas estava trancada.


- Ué... - ela começou a tatear os bolsos - Cadê? Ai, onde botei? Não tá aqui, nem aqui... Ahá! - ela exclamou ao achar. Sorte não ter a chave colocado na mochila. Abriu a porta e entrou puxando ele junto.


Então viu a zona que havia deixado no quarto. Ela olhou vermelha para Daryl. Nunca teve vergonha de ter um quarto bagunçando, mesmo que as vezes Nero quisesse a esganar por bagunçar até as coisas dele. Mas o que podia fazer? Ela era hiperativa. Arrumava tudo e minutos depois tudo estava desarrumado outra vez. Mas ficou envergonhada que o rapaz visse aquela bagunça. O que iria achar dela? Que era uma desleixada, no mínimo.


- Err... Deixa eu só... er... arrumar... - e ela correu para dar um jeito em suas coisas.


Pegou o material escolar que estava em cima da cama e guardou em um canto dentro do armário, organizado para poupar espaço. Pegou a roupa que ela usava quando tinha chegado e que agora estava embolada em cima da cama e jogou em um cesto para lavar. Então voltou à cama e arrumou os travesseiros e lençol. Quase derrubou a foto ao fazer isso, mas conseguiu pegar a tempo antes que caísse e colocou de volta. Por fim, foi até a janela fechada e a escancarou de novo. Será que a outra garota não gostava de ar fresco?


Verificou tudo de novo. Tudo arrumado finalmente. Sorriu para ele, com os cabelos um tanto bagunçados caindo sobre os olhos.


- Terminei. Agora está decente - ela pegou a mão dele e o puxou para se sentar - Você pode me esperar um pouco enquanto eu tomo um banho?

As coisas pareciam ter melhorado. Ficou calado a maior parte do tempo, preservando essa nova atmosfera. Diferentemente do que imaginava, a garota não simplesmente se despediu triste na frente do quarto e saiu. Ficou feliz em poder se certificar que ela ficaria bem por mais tempo.

Mostrava um sorriso contido, achando-a bem graciosa por querer arrumar tudo que ele nem estava se importando, só por sua presença no quarto. Era, de uma forma até um pouco doente de se pensar, um jeito de conhecÊ-la também. Seu espaço. Suas coisas. Sua manifestação de si mesma.

Notou então a foto em que ela estava com outro homem de cabelos compridos. Seria esse o tal do Nero Sorel, pai de Lily?

Ela o conduzira para sentar-se e antes de sentar, colocou uma das mechas dela no lugar, também achando aquele desalinho bonitinho, sorrindo.  

- Ah, sim, claro. - Estava surpreso. Era bem mais do que desejar um resto de noite e ir embora. Ficar com ela era o que gostaria de fazer também - Pode tomar o seu banho tranquila. Eu espero - respondeu prontamente, afinal se ela lhe pedisse até para fazer qualquer coisa naquele momento ele teria feito pelo simples remorso e vontade de vê-la feliz.

~*Lily


Ela sorriu e foi até o armário, pegou algumas coisas e foi até a porta. Voltou, deu um beijo estalado na bochecha dele e saiu. Alguns minutos depois ela voltou com o uniforme nos braços, a toalha nos ombros e o cabelo pingando.


- Esqueci o secador em casa - ela fez um biquinho e foi guardar as coisas.


Lily estava vestida com um conjunto de dormir rosa claro com detalhes brancos oque mostrava quase toda suas coxas. Ela costumava dormir só com a roupa íntima, por isso estava com o sutiã por baixo. Os cabelos molhados ainda pingavam um pouco sobre as costas e a roupa.


Terminou de arrumar tudo e se sentou ao lado dele, cruzando as pernas em posição de lótus.


- Demorei?

Daryl tinha ficado observando a foto de Lily e imaginando se ela era feliz em casa. Afinal, não tinha falado nada tão ruim sobre o pai, exceto sobre o ciúme. Seria Nero paciente com os estouros dela ou possuiria também seus próprios?
Depois, olhou os detalhes da parte do quarto que claramente a pertencia. Fechou os olhos, revendo como tinha sido uma montanha russa de emoções aquele dia. Desde a arrogância com que chegara até ali até como foi desmontado com a doçura dela, descobrindo-se agora em áreas de sua mente que tinha deixado adormecidas por um tempo.
Tinha guardado pequenas informações no fundo da memória, mas parecia que deveria tratá-las com cada Lily diferente.

Assim, surgia a figura que de certo não parecia uma vampira. Poderia classificá-la pertencendo a uma outra raça, alguma que os livros enchem de elogios, como uma fada ou algo do tipo. Sorriu com aquela ideia e com a mistura que ela tinha de humanidade (como por exemplo "esquecer o secador"). A energia era recobrada mais uma vez, pois ela parecia feliz novamente.

- Não -  virou o corpo para ficar mais de frente para ela - E agora? - começou com um tom de brincadeira, inclinando o corpo para aproximar o rosto - Vai me botar pra fora? - disse mais baixo, com um sorriso divertido.

~*Lily


Ela não recuou quando Daryl se aproximou, apenas sorriu para ele e respondeu o beijando carinhosamente. Lily empurrou ele com cuidado para que se deitasse na cama e se aproximou, beijando-o de novo com calma. Então se afastou e deitou na cama ao seu lado, apoiando a cabeça e a mão em seu ombro.


- Você é um bom travesseiro - brincou - Você vai se quiser, não vou te expulsar... Só espero que não briguem de você estar aqui

Daryl deixou-se manipular, imitando o ritmo lento da garota e deitando em seguida, conforme ela queria. Da segunda vez que ela o beijou, segurou seu rosto, para que ela ficasse um pouco mais e a soltou em seguida.

Agora deitado, dava-se conta do incômodo que era aquele uniforme engomado, então apenas o afrouxou um pouco no peito e em seguida, colocou o braço por trás da garota, para que ela deitasse mais confortavelmente e ele pudesse abraçá-la ao mesmo tempo.

- Tenho certeza de que eles têm muito mais o que fazer do que se preocupar com a minha presença aqui... Você está bem? - não tinha a pretensão reviver nenhum assunto. Apenas achava que finalmente poderia perguntar e obter uma boa resposta. - Cansada?

~*Lily


Ela se aconchegou novamente no ombro dele, sentindo seu cheiro. Ouviu a pergunta e ergueu o rosto para olhá-lo. Sim, ela estava bem agora. O surto havia passado, mas ela não queria lembrar daquelas memórias. No entanto, ele merecia saber depois de tê-la amparado.


- Sim, estou bem agora... Foram só... memórias ruins - ela se sentou e começou a desfazer o nó da gravata dele, para deixá-lo mais confortável - Me desculpe... E-eu não vou surtar de novo - negou com a cabeça - Não estou cansada.

- Não precisa prometer isso, sabia? - fez uma pausa cuidadosa enquanto a observava  - Jamais se preocupe com isso novamente. Quero conhecê-la como você é. Todas as "vocês". - ele a ajudou com a gravata para que pudesse deitar novamente a seu lado. - E quero que lembre das coisas divertidas que fizemos hoje. Tudo aquilo que te deixou feliz. Isso você consegue prometer?

~*Lily


Ela mordeu os lábios quando ele falou que ela não precisava prometer. Ela sabia que isso era algo que não podia fazer, mas se sentia melhor assim, como se tentasse convencer a si mesma. Não queria que ele conhecesse suas outras faces, as outras partes de seu surto. Ainda tinha medo que ele se assustasse e fosse embora.


- Tá bem... Eu vou me lembrar, prometo... - ela fez um carinho no peito dele - Obrigada pelo apoio... - o olhou - Daryl... só... sobre mais cedo... apenas... - ela não encontrava as palavras - ... lacaios não são somente humanos e vampiros de rank baixo, Daryl... e às vezes... eles podem ser obrigados a fazer algo que não querem... e isso... isso é cruel, Daryl... - ela baixou o olhar.

Daryl foi de um sorriso satisfeito para um engolir em seco. Era um idiota.
- Apenas... - fechou os olhos, pensativo, como se praguejasse internamente e depois a olhou - Me desculpe... - acariciou sua bochecha com o polegar, pousando as costas da mão em seu rosto - Eu não sei o que foi que você já presenciou... - Ele não fazia ideia de que era Lily a própria "lacaia" por laço de sangue - Realmente vendo por este ângulo é... É uma coisa que eu terei que pensar a respeito. Mas juro para você que [i]eu[/u] jamais daria uma ordem escabrosa... Eu não faço isso. Nem posso chamar de "ordens", no mesmo sentido que os puro sangue podem fazer conosco. Não vejo os... essas pessoas assim. OK? Inclusive, se você quiser conhecê-la e ficar amiga dela...- não sabia mais como contornar a situação, pois não poderia imaginar o que tinha acontecido com ela. Então acabou desviando o olhar também.

~*Lily


Ela ergueu a mão e acariciou o rosto dele. Sabia que não era sua culpa, só estava tentando ensinar a ele através de suas experiências. Deveria contar a ele?... Ela sentiu que deveria.


- Eu matei uma criança... porque fui ordenada - os olhos dela se encheram de lágrimas - Assassinei uma garotinha... eu nunca vou me perdoar disso... - ela respirou fundo - Isso... me afeta demais... Não estou te culpando, jamais faria isso... Só estou tentando te mostrar como é... estar do outro lado... Um lacaio tratado bem será sempre fiel... Entende? - ela acariciou o rosto dele de novo e sorriu - Vou gostar de conhece-la... - ela se tocou de uma coisa - Falando nisso... Nossas mochilas ainda estão na sala.

~*Lily


A menina o olhou com pesar, sentando-se na cama junto com ele, vendo seu espanto. Ela abraçou os joelhos e virou o rosto para o outro lado.


- Sim... Eu sou uma nobre... E também sou... um lacaio.


Ela o olhou assustada quando ele segurou seus braços. Não sabia se podia contar. Não deveria... Mas ele ia acabar descobrindo e era melhor que soubesse logo.


- Eu... eu acho que os pais podem ser cruéis as vezes - ela baixou o olhar - Mesmo que eles nos amem e você ame eles... eles ainda podem ser cruéis... - murmurou, segurando no casaco dele.

~*Lily


Ela não entedia o motivo de tamanho espanto. Qual era o problema, afinal? Ele estava tremendo... Lily começava a ficar nervosa, achando que tinha feito ou dito algo errado a ele.


- Sim... I-i-isso é ruim? - perguntou aflita. Ficou mais aliviada depois que ele a soltou - Ele não é tão ruim... Ele me deu tudo o que eu tenho... Ele cuidou de mim mesmo eu não sendo filha de verdade dele... Eu sou grata... No geral ele foi bom...


Ela o olhava confusa, com medo das reações dele que não entendia.

~*Lily


Ela ficava cada vez mais confusa. Doía ficar lembrando que ela matou a menininha. Lily sabia que ele era cruel, mas ele fizera aquilo tudo para deixá-la mais forte, não? Ela não conseguia acreditar na possibilidade de estar sendo usada.


- Eu... eu sei que ele é louco - ela falou baixinho, sem se dar conta da gravidade do que estava dizendo - Ele queria que eu aprendesse. Que fosse forte... Para que eu pudesse viver sem precisar da ajuda dos outros, como ele... Ele... só é possessivo... Se eu não ficar pra cuidar dele, então quem vai cuidar? -ela o olhava aflita.

~*Lily


Ela ficou assustada quando ele começou a rir. O que tinha acontecido com ele? Não podia ser... O que tinha acontecido com seu doce Daryl? Ela se encolheu, com os olhos lacrimejando. Não... O que estava acontecendo? Ela chorou. Aquele não era seu Daryl. Lily se encolheu para longe dele. Submissa. Humilhada. Como uma lacaia.


Até ouvir ele falar de si mesmo e de Nero. Ela não entendia ainda que Daryl tinha dupla personalidade, mas havia ficado furiosa. Seus olhos acenderam e ela saltou subtamente em cima dele para derrubá-lo no chão. Faíscas azuladas saíam de seus dedos quando ela agarrou o colarinho dele.


- Não ouse falar comigo como se fosse superior a mim, seu tolo hipócrita. Não venha com essa superioridade furada quando estaria de rabo abanando e cabeça abaixada para um sangue puro - ela o estapeou na cara com força - Sou uma lacaia, sim, mas se pensa que abaixarei a minha cabeça por causa disso como seus lacaios de nível inferior está enganado. Ponha-se no seu lugar, você não é melhor do que eu, seu baba-ovo de puro sangue.

~*Lily


Ah, ela havia aprendido. Lily havia aprendido com o mestre anos e anos. Nunca abaixe a cabeça para um engraçadinho que se acha superior. PRINCIPALMENTE se o engraçadinho é seu namorado. Onde estava a droga do respeito?


Sorte a dele não ter reagido. Porque ela estava disposta ainda a descer a porrada nele por aquela gracinha.

- Você me respeite. Agora trate de ser um bom menino e volte a ser o Daryl que eu gosto... - ela se levantou e botou um pé no peito dele, apontando o dedo para o rapaz - O correto é "pai". Não "senhor". E se usar essa palavra nesse tom de novo comigo eu sento a mão na tua cara.


Ela tirou o pé de cima dele e aguardou ao seu lado para que ele voltasse ao normal, pondo as mãos na cintura. Sua postura era autoritária e os olhos ainda estavam vermelhos. Aquilo não era uma lacaia. Era um furacão na forma de garota.

- ... Tudo bem - disse em um tom vago e entristecido. Servia para tudo que ela tinha dito. Especialmente sobre bater nele naquele jeito. Adiantava pedir desculpas? Quantas por dia teria que falar? Preferiria deixar que ela fizesse novamente.
Não podia cuidar de ninguém sendo daquele jeito. E ela não precisava de mais um maldito problema. 
Ele entendia que era irreversível, que jamais esqueceria Nero. Mas teria ela aquela força toda para rebate-lo tambem quando ele desse uma ordem idiota? Sabia que não...
Sentou-se sem olha-la quando ela retirou o pé e massageou o rosto.

- Você tem um tapa forte - sorriu, amargo. Aquela era outra Lily? Não tinha o que explicar.
Bem no fundo estava satisfeito que ela possuia essa personLidade para se defender.

- Bem...  - começou a levantar. - Peço desculpas então. Eu ja vou, nao se preocupe: Vou trazer suas coisas. 

Era capaz de fazer isso com uma ordem do "pai"? Era isso que rodeava sua mente como um tormento. Queria poder impedi-la.

Ficando de costas para ela, disse:
- Obrigado...