Lirion Gatemberg

Lirion é fruto de um casamento arranjado entre Elizabeth e Tuomas, seus pais não desejavam estar juntos, mas precisavam estar. Elizabeth era Enamorada de August, mas esse não pertencia a família, mesmo tendo uma linhagem nobre ele pertencia a uma das famílias que serviam ao clã, e os Gatembergs precisavam de herdeiros. Acontece que entre os membros aconteciam rivalidades por conta da fusão de três grandes famílias em uma só, então cada um que veio de uma ramificação diferente queria ter seu direito ao poder, Tuomas tinha outros irmãos e novos "tios" entretanto grande parte destas outras famílias que não pertenciam a prole do urso negro sofreram um "acidente" e suas existências foram soterradas nos escombros de seus castelos. August sabia dos riscos que poderia acontecer tanto a ele quanto a sua amada, então foi feito um acordo. Elizabeth e Tuomas teriam um filho, era sua obrigação lhe dar um Herdeiro, entretanto Elizabeth poderia se casar com August, e se acaso o herdeiro não vingasse, Tuomas teria o direito de gerar outros em sua amada.

foram várias tentativas, Elizabeth se entristecia por mesmo sendo consensual ter que se deitar com alguém que não queria, e ver seu marido a consolar quando seu prometido ia em bora, eles não poderiam estreitar seus desejos para não quebrar o contrato feito com a família, a notícia do primeiro filho aliviou seu coração, mas este era fraco e logo seu corpo o rejeitou... triste não teve tempo de esperar pelo luto de seu primeiro filho e então logo era preparada para se deitar novamente com tuomas para gerar o próximo. O segundo durou por mais tempo, porém a criança nasceu morta. Triste por não poder ter seu casamento como assim desejava, sentia medo do momento que novamente entrariam em seu quarto para prepara-la para tuomas e seu inferno pessoal voltar a acontecer.

Em uma noite, enquanto observava o jardim em pleno inverno branco, seus olhos azuis como o gelo observavam as flores do jardim, August se aproximou vendo sua esposa mais magra, abatida e com olhos vazios, tomado pela compaixão se ajoelhou a sua frente ofertando seu sangue, mas ela o recusou apenas virando os olhos de maneira lenta, quase como uma boneca. Triste com aquela situação ele a pegou no colo e a carregou por entre a floresta para longe do castelo, eles então foram para uma gruta, era frio, a pedra parecia agravar a baixa temperatura, entretanto August usava uma capa de pele onde ele andava, ele a estendeu no chão e então caminhou sua esposa até aquela cama improvisada. Eles então se deitaram abraçados, Elizabeth soluçava de medo enquanto ele a abraçava forte e acariciava suas costas.

Preocupado com a eminente busca por Elizabeth e um possível castigo que eles sofreriam por terem fugido dali, August apenas se manteve firme controlando seus desejos. Principalmente por que sua amada poderia se quebrar e ele a perderia para sempre. Eles então adormeceram por ali mesmo, abraçados. Na tarde do sia seguinte haviam algumas vampiros que os olhavam, August foi o primeiro a acordar com a aproximação deles. Tão logo eles puseram os pés para dentro da gruta, o Vampiro se virou e olhou para eles, Elizabeth sobressaltada abriu os olhos e se agarrou em seu marido. Ele sabia que queriam leva-la. 

Após uma breve inspeção veio a notícia que Elizabeth estava gravida novamente, temendo por aquele pesadelo a morena se isolou em seu quarto, desta vez nem mesmo a presença de August era tolerada, porém em um das noite Tuomas entrou sem ser convidado no quarto de sua prima. Apavorada por um possível estupro ela se encolheu na cama protegendo o abdômen. O loiro a tranquilizou de que não queria toca-la, ele não queria mais aquilo tanto quanto ela, entretanto Elizabeth não a creditou em suas palavras, o puro sangue vendo que tudo aquilo parecia inútil cortou então seu próprio pulso e ofertou a mulher apavorada a sua frente.

Elizabeth não tinha o sangue tão puro assim, mas seu sangue quase não havia vestígio de impurezas, e ter o sangue ofertado a ela era uma demonstração de amor entre seus iguais, mas seu coração pertencia a August ( ou ao menos deveria, mas já não conseguia amar nem a si mesma), Tuomas então rispidamente disse que o sangue não era para ela, mas sim para o bebe, a morena estava fraca demais e com isso poderia acabar abortando novamente, ele então iria alimenta-la com seu sangue para que seu bebe se mantivesse saudável e então nascesse. Então com um acordo Elizabeth aceitou o sangue e assim durante todas as noite Tuomas ia ao seu quarto alimenta-la.

August não sabia de nada, e ver Tuomas tendo livre acesso ao quarto de sua esposa o deixava enciumado, mas havia um acordo e ele teria que aguentar até quando aquela criança nascesse.

Por fim um menino saudável nascia, Lirion era muito parecido com sua mãe (quase sua versão masculina) seus cabelos escuros como a noite, sua pele branca como a neve recém caída e os olhos azuis como os de sua mãe. Lirion ainda era indefeso mas sua mãe o repudiou desde o momento que nasceu, Tuomas quase não se fazia presente. August sentia sim raiva, mas aquele pequeno ser era o que libertaria sua amada daquele sofrimento, determinado a não mais permitir que sua esposa passasse por aquilo, ele então cuidou de cuidar da criança. Por muito tempo Lirion acreditou que August fosse seu verdadeiro pai, o pequeno vampiro não conhecia sua mãe e era alimentado e cuidado por babás até seu quinto ano de idade.

Elizabeth se recuperava lentamente de seu sofrimento, e August finalmente podia começar a desfrutar de sua esposa, foi quando ele finalmente pode morar na ala nobre do castelo que Lirion finalmente conheceu sua mãe. Inicialmente ela o olhava com repulsa, mas o pequeno que não compreendia se escondia entre as pernas de seu padrasto com medo da boneca viva. Com o passar do tempo, Elizabeth se recuperava, e vendo o amor que o pequeno nutria por seu marido, ela então passou a amar aquela pequena criatura, então aos poucos eles já não eram mais estranho ao outro. 

Quando Lirion era jovem ele foi apresentado formalmente a seu pai verdadeiro, o vampiro não gostava da ideia, principalmente não gostava daquele que fez seus pais sofrerem, mas ele entendeu que apenas assim poderia salvar sua mãe de passar por tudo aquilo novamente. Tuomas então explicou como as cosas no clã funcionavam, ele precisava sobreviver até a maturidade, e isso não seria fácil.

Entre inúmeros conflitos e tentativas de assassinato, Lirion cresceu, com ajuda de Tuomas e August. Tuomas o ensinava sobre seus deveres e seus poderes, e August o ensinava sobre a influência e como criar aliados, desde vampiros a humanos. Mas foi num conflito entre seus vassalos humanos que Lirion conheceu uma humana na qual se apaixonou, ele sabia que não poderia nunca leva-la para o palácio, mas mesmo assim ele a encontrava. o moreno contou seu segredo e ela então se tornou sua amante secreta, não contou a ninguém sobre ela e tomava cuidado sempre que ia encontra-la, durante esse longo tempo ele teve uma filha com essa humana, e com o desejo de ser pai ele ia mais e mais vezes ao encontro de sua amante e de sua família secreta, com isso suas saídas frequentes se tornaram mais a mais suspeitas. 

O vampiro não podia imaginar que alguém de sua família o seguia e numa dessas viagem a trabalho para conquistar novas alianças, sua família humana fora assassinada. ao saber da notícia que sua amante e sua filha foram queimadas vivas em um incêndio, ele tentou de toda forma correr e ver com seus próprios olhos, quando em meio a sua loucura Tuomas o interceptou e lhe falou as mais duras palavras que ele não queria acreditar " você condenou ela e a si mesmo no momento que achou que poderia viver esta farsa, nós somos vampiros e eles humanos, nunca poderiam viver juntos, o que pensou quando tomou aquela humana? que ela seria aceita em nosso clã? não se esqueça do seu destino por que ele ainda não pode ser quebrado".

Cheio de ódio pelo ocorrido, Lirion voltou até a casa de seus pais numa tentativa vã de conseguir se salvar de seu destino cruel. Sua mãe já havia sofrido demais por isso e ele via nos olhos dela e na forma que se sentava sozinha em seu quarto com medo. August então se sentou com ele e lhe confessou a realidade " quem dita as regras do clã é aquele que o lidera, quem dita as regras dos vampiros são aquelas que se sentam no concelho." e então com um sorriso e alguns tapinhas no ombro Lirion entendeu o que deveria ser e se tornar se quisesse quebrar aquele destino.