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++Charles++

Os corredores se estendiam em um arranje levemente familiar para mim, o que simplesmente me fez sair com rapidez das proximidades do auditório sem muita dificuldade. Talvez até tenha sentido o cheiro de Kuran, ou sua presença, mas se esse também o fez quando chegou, não fez o favor de me perseguir, o que era bom, já que o que menos queria era ficar trancado naquele auditório. Ali havia um ar mais leve que outrora, mais agradável e longe de Will e também poderia encontrar Sakura, muito embora não soubesse se ela tinha ido para o refeitório ou para dormitório, como havia solicitado.

De qualquer forma, nenhum daqueles lugares seria difícil de acha-la, principalmente com aquele cheiro. O cheiro que era capaz de me enlouquecer.

Andei um pouco, talvez uns cinco minutos observando as salas ou menos, quando optei por sair. Mesmo não sendo o mais dedicado fã do perfume das flores, o ar puro conseguia trazer uma sensação quase agradável e mais leve, inclusive fazendo sumir por completo a sensação de sede que incomodara minha garganta com o cheiro de sangue da garota. Pensando bem... Seria melhor impedir que aquilo acontecesse de uma vez por todas.

Pensei, sentando em um dos bancos livres ali e abrindo um daqueles pacotes de pastilhas modificadas que Trevor tinha arrumada. Droga proibida? Sim. Se me pegassem com uma daquelas lá dentro, com certeza teria problemas. Mas, pelo menos, toma-la era o melhor que tinha antes de descobrir uma maneira de conseguir sangue.

Era uma poderosa arma a que tinha em mãos. Pensei, a colocando na boca calmamente. E também o melhor dos antídotos.

Alanis vinha caminhando de volta ao auditório quando viu ele, lá sozinho, pensou um pouco e decidiu arriscar. Olhou a sua volta e viu que não tinha ninguém por perto.

Ajeitou sua saia, e abriu mais um botão de sua blusa para deixar um tanto exposto a ponta de seu sutiã de renda branco, algo apenas discreto caso apareça alguém e ela pudesse disfarçar rapidamente.

"Charles ... Charles... Se não fosse por está aqui juro que te arrastava agora mesmo e matava minhas saudades rs'

Quando se aproximou disse a ele discretamente.

_Aluno nessa academia, que grande surpresa...rs

Ela sorriu a ele com certa malícia e notou que ele estava com pastilhas e as usavas, mas não eram como as que ela tinha ganho da Academia, eram as modificadas.

_Hum, vejo que apreciou essas PS hen...

A pastilha era sem graça como todas as outras. Não dava a sensação revigorante e deliciosa de algumas gotas de sangue fresco sobre a língua e, muito menos, tinha mais sabor que uma cópia do real. No entanto, não era tão ruim para seu proposito. Muito embora alguns outros tipos de guloseima me fossem mais apreciados.

Girei o pacote na mão, sentindo o vento bater em meu rosto, bagunçando mais meus cabelos. Minhas mãos se abaixaram, em busca de alguma coisa no bolso de um casaco inexistente. Mas nem esse, nem seu celular estava ali. Ótimo. Sakura estava com algo que não devia. Pelo menos, nesse meio tempo poderia achar um motivo para encontrar com ela ou...

Meus pensamentos se interromperam com um novo cheiro conhecido e agradável. E mal precisei olhar para frente, para saber quem era. Alanys. Minha mente alertou, enquanto a olhava de cima a baixo. Dando um sorriso malicioso involuntário ao ver sua blusa branca meio desabotoada.

-E você é... Professora aqui? – Sugeri com a sobrancelha levantada. – Nunca ia imaginar que almejasse esse emprego. Afinal, eles costumam ser tão simplórios e sem graças.

E também não estou acostumado a ter dormido com professores. Pensei em silencio, colocando outra pastilha na boca e guardando o pacote com calma no bolso.

-Sim. O sabor parece ser menos pior, não acha?

Apesar de tudo, não havia qualquer mudança de meu estado mental com o uso daquilo. Mas, por enquanto, era melhor fingir que não sabia nada sobre aquilo.

Ela sorriu a ele e sentou ao seu lado cruzando as pernas bem provocativa, mas demonstrando uma inocência falsa ao falar de sua profissão.

_Então, Charles nem só de boates que se vive, tenho que me sustentar, certo.

Virou os olhos para as pastilhas e viu tomar uma e as guardar.

_Realmente me surpreendeu vê-lo aqui, ainda mais como aluno, o que não é nada tão chato, diga-se de passagem, posso lhe dá umas aulas particulares se quiser.

"Vamos ver se ele vai tocar na boate e em Magnus, se isso ocorrer serei um tanto persuasiva e tentarei fazer que não fale nada sobre isso com ninguém."

Sorriu por fim, sendo que realmente não se importaria de lhe fazer visitinhas para aulas extras.

++Charles++

A pastilha desceu da forma mais sem graça de sempre. Mas as vezes era melhor o insosso a uma verdade que preferia que não fosse vista. Meu corpo se afastou um pouco para dar-lhe espaço, enquanto, mesmo que involuntariamente, meus olhos se passaram por suas belíssimas pernas.

-Não apenas de boates, mas outras possíveis profissões me vem em mente para um bela vampira como você, e muito bem pagas alias.

Como a modelagem e a atuação. Assim como outras onde bastava passar a perna em alguns humanos trouxas e ricaços. Afinal, a vida sempre fora mais fácil para vampiros e seus dons. Pelo menos para mim.

-Ser modelo, atriz, quem sabe não virar uma empresaria poderosa. Creio que isso não seria mais difícil que ser uma professora. Sabe... Ensinar alunos e tudo.

Fiz um sinal, imitando uma caricatura metal do que seria uma velha chata e rabugenta a ensinar os alunos. A verdade é que, depois do incidente da boate, eu não engolia aquela história de professora em uma escola de vampiros. Mas sinceramente... Nada daquela história me interessava a não ser conseguir mais ou a formula daquelas pastilhas.

-Ah... Claro.

Sorri um pouco maliciosamente diante de seu comentário, enquanto meus olhos brilhavam em um roxo mais claro.

– Acho que vou precisar de algumas aulas como essas, sensei.

Falei em japonês meio enrolado, com forte sotaque inglês, com os olhos fixos nos dela.

–Talvez algumas detenções também, já que não costumo aparecer nas aulas normais. Costumo ter dúvidas principalmente em “certos assuntos” que não me serão esclarecidos somente em sala de aula.

Pisquei, quase sussurrando a última frase para a nobre em tom despreocupado e provocante. Estava apenas fletando? Não. Havia outras coisas que queria saber sobre ela e suas pastilhas, mas não seria tão explicito com ela. Além do mais, não posso negar minhas segundas e terceiras intenções. Não tinha feito nenhum voto de castidade afinal, e depois daquele dispeito da maldita humana, também não estava tão afim de voltar a usar um cinto por ela tão cedo, como fizera no passado.

Alanis sorriu fazendo um gesto de pequena careta com o nariz, mas era só para disfarçar o que ele estava cogitando.

_Realmente, poderia está em situação mais atraente... E você, sangue puro brincando de adolescente secundarista...-Ela retruca rindo ainda mais divertida.

“Ele não vai sossegar como esse gostoso provoca, vamos ver lanis, se ele vai levar essa brincadeirinha.”

Ela inclina para frente e olha-o de lado.

_Sabe Charles, aqui é a origem daquilo que procuro, as PS... Tenho curiosidade em ver como isso começou a ser feito, mas eu não me encaixo como aluna, então resolvi, candidatar-me a docente, fui aprovada.

Pegou uma caixinha de dentro de seu blazy e tirou uma tomando em seguida.

_Elas são muito sem graça... As que tinha em Londres eram mais interessantes.

Depois que toma um das pastilhas volta atenção a ele, e sua conversa de aulas extras. Ela morde a ponta da língua e olha-o com muita malícia, passa a mão em seu ombro dando a chance de sentir aquele corpo que tanto provou em Londres.

_Quer dizer que gosta de cabular aulas, isso realmente seria algo digno de uma detenção.-Ela diz baixinho em seu ouvido deixando seus lábio roçarem a sua orelha._Se não quiser assistir minha aula poderia da aulas particulares.

Um sangue puro brincando de adolescente, boa colocação. Eu quase rirá daquilo. Ela não sabia como estava certa.

-Ninguém pode garantir que não sou mesmo.

Sugeri de maneira brincalhona e misteriosa.

-Nesse caso, estaria fazendo algo muito errado, senhorita Alanys, muito embora eu não me importe.

Dei os ombros, dando um sorriso divertido e malicioso, enquanto a observava tomar uma daquelas pastilhas. As porcarias que davam naquele lugar. Se havia algo em minha expressão era que queria brincar e, bem, provocar Alanys era bem melhor do que ficar no tédio.

-Nesse caso, acho que veio no lugar certo, sensei.

Inclinei o corpo para frente me aproximando.

-Muito embora não ache que as pastilhas daqui valham muito a pena.

Nem as daqui, nem as de Londres. Sempre iria preferir sangue fresco, mas isso não era coisa que podia dizer. Todos os conceitos da pseudoconvivencia pacífica e aquela merda de chatiação politicamente correta da moda, me impediam de dizê-lo. E além disso havia Sakura. Eu nunca admitiria isso perto da humana. E preferia também que ninguém o falasse por mim.

Afinal, por mais provocante que fosse, não achava Alanys nenhum pouco confiável. Muito embora não fosse jogar fora um pouco de diversão, não deixando de morder meus lábios ao vê-la se aproximar, sentindo seus lábios próximos de minha orelha.

Alanys, Alanys. Nem sempre é inteligente provocar os lobos próximos aos cordeiros e os caçadores. Mas eu, sinceramente, não me importava.

-Se é assim, então o ideal seria me dar uma detenção agora.

Sugeri, arranhando levemente seus braços de maneira provocante.

-Afinal, não estou no auditório

Completei de maneira sugestiva.

Eu ia murmurando uma melodia, qualquer música pancada que me passasse na cabeça para ajudar a manter a mente bem ativa. Nossa... Aquele sono que eu tinha antes não se comparava ao de agora...Sabe... Aquele banco que eu acabei de passar parece bem confortável... Mas já estou a uns quatro passos de distância e... essa calçada aqui também me parece bem promissora... mas talvez não tanto quanto o chão sob os meus pés e....
Droga!
Não. Sono? É pros fracos.
Ok, sou fraca.
Argh! Mas não agora!
Agora eu tenho que fazer exatamente as duas coisas que me propus. Acordar Marshal de forma segura e dar essa droga de celular À alguém.
Eu me dei uma motivação bem simples. Imaginei uma cama gigante no meu lugar de destino, o que certamente me fez andar mais rápido, mas agora... sei lá... o céu tava com uma cor bonita...
Eu sabia que altas doses podiam dar um efeito estranho... Então preferi só me concentrar no destino
Entrei no prédio principal novamente. O caminho mais rápdo seria cortando pelos jardins, em seguida, pegando o corredor principal... eu acho.

Mas eu tinha que ter achado um caminho melhor....Porque ali, estava Charles.

Mas não não só o vampiro. Ele estava com aquela professora mais cedo e estava... bem... íntimo.

Eu não sei dizer o que deu em mim. Eu parei. Por KAMI-SAMA eu parei e fiquei olhando.
O que eu tinha a ver com aquilo? NADA! Deveriam ser as drogas... é, drogas mano. Eram as drogas.

Tinham que ser elas, porque mesmo depois de continuar pensando isso eu ainda os olhava. Na verdade, olhava meio perdida. Eles tinham falado comigo? Nem sei....
A, se ele já estava ali, e em TÃO BOA COMPANHIA certamente se quer ia ter lembrado do aparelho.... devia tá pensando só em uma... cama, quem sabe?

- Nee.... - por mais que eu não me tocasse, era visível para eles que eu tinha um sorriso de quem tá meio chapado estampado no rosto - Acho que tem uma coisa.... que tinha ficado comigo sem querer.... - eu tirei o celular do bolso do casaco, olhando para ele - Mas acho que não era importante.... Não vou atrapalhar....

É. Eu sou uma completa maluca.

Peguei o celular e o taquei no chão aos meus pés, fazendo a tela trincar por inteiro enquanto eu pisava com o salto da minha bota e esfregava de um lado para o outro beeeeeeeeem esfregado, pisando com bastaaaaaaaaaante vontade e com um sorrisinho de satisfação no rosto.

Agora, o que eu tinha que fazer mesmo além de devolver o celular àquele vampiro hentai-sama-baka? Ah, é... Marshal....

- Sumimassem.... Se me dão licença.... - eu acenei, me virando e enfiando as mãos nos bolsos do casaco. Ah... que sensação boa... como a vontade de esganar um vampiro.

Meus passos foram se apressando. Eu estava sonolenta demais pra correr e algo me dizia que eu não estava raciocinando da forma normal, eu havia feito aquilo por causa de Charles?!?! Não mesmo... em nenhum planeta! Aquele baka só estava mostrando quem era.... então era melhor ir embora logo....
_Enfermaria... ela fica pra.... lá? - sussurrei para mim mesma enquanto tentava manter o controle de um raiva sem motivo que eu não entendia, virando no primeiro corredor que vi.

Que atividade poderia ser melhor para passar o tempo do que provocar aquela vampira? Confesso não querer ir ao auditório, muito ficar esperando em meio a uma corja de puxa sacos devido a minha condição, então por que não? Ninguém estava vendo e Alanys conseguia ser provocativa o suficiente para me excitar. Talvez não estivesse pensando direito, é claro, mas por que deveria depois de todo o acontecido?Tinha medo de ser expulso daquele lugar? Nem em Marte. E minha cabeça, essa precisava urgente de uma distração para me livrar das imagens de Willian e de Sakura. E aquele corpo, até que poderia me servir bem, embora daquela vez preferisse que ela não usasse venenos. Sabem como é... Eu curto ficar com todos meus sentidos alertas.

-Afinal, também acho que tenhamos muito a conversar sensei.

Sugeri, descendo uma mão até suas pernas, apertando um pouco acima do joelho, enquanto fazia uma cara de inocente. Até onde iria aquilo? Nem eu sabia, nem queria saber. Pelo menos não até sentir uma sensação estranha na cabeça e um cheiro único e inebriante, quem sabe até nostálgico que, involuntariamente fez meus olhos se tingirem de vermelho.

-Oh Shit!

Ouvi minha voz exclamar em surpresa, enquanto minha pele empalidecia e meus batimentos aumentavam perdidos no pânico. Estava congelado, com os olhos arregalados e sem mover um músculo.

-Sakura...

Falei um pouco alto de mais em um tom de surpresa, empurrando Alanys pro lado e me levantando com rapidez. Por que ela estava aqui? Me perguntei, mal olhando para o celular que se quebrava, apenas para a menina e seu olhar.

-Sakura, isso não é...

Inútil. Minha mente gritou com razão, enquanto lhe estendia a mão e ela corria para longe. Meus dentes se moveram. Logo cheguei a morder os lábios.

-Merda...

Pronunciei novamente, sentindo o desconfortável revirar no estômago e aquela raiva que deixava toda minha aura mais pesada. Raiva de que? De mim, de Sakura, de Alanys e do momento. Existia apenas ela e a irritação. E, claro, o desejo inconsciente de destruição, quando joguei o pacote de pastilhas que guardava no bolso com força contra a parede, no que podia ter quebrado um dos azulejos.

Quanto a professora? Minha mente estava tão focada que agora simplesmente ignorava sua presença, se é que ainda estava ali. Não via mais graça em estar ali com ela. Eu queria Sakura como antes. Somente ela. A mesma Sakura que me encarava daquela maneira odiosa.

Alanis viu que o vampiro estava pronto para aprontar uma daquelas e como não havia ninguém vendo que mal havia em aprontar também. Lógico que aproveitaria para sondar mais ele e descobrir se poderia falar sobres as PS modificadas e Magnus, ah sim e juntar o útil ao agradável.

Mas algo interrompeu quando ia responder a ele suas provocativas, sentiu o cheiro de humano e logo em seguida a jovem menina falava a eles.

Foi tudo muito rápido, mas não era algo tão estranho para ela, ser empurrada enquanto o rapaz via seu amor chegando, ah sim, já viu e foi pivô de muitas cenas assim, que no fundo achava muito engraçado.

Quando o viu levantar e ficar transtornado pelo fato da jovem humana ter destruído o celular e com certeza o coração daquele vampiro, só pude aproximar e sutilmente lhe disse:

_Olha que coisa mais meiga...rs -Fez uma carinha mais inocente que poderia fazer._Um sangue puro apaixonado...rs

Sorria de forma bem divertida, como que estivesse vendo aquelas comédias românticas onde ela era a vilã que atrapalhava o casal apaixonado.

_Charles... realmente essa me surpreendeu, mas acho que nesse exato momento precisa correr atrás da pequena humana.

Apontou-lhe o caminho e saiu andando para o auditório em seu singelo andar rebolativo e claro aparentando está nem um pouco chateada com ele, ela havia descoberto que ele tinha um ponto fraco.

E... Como se não houvesse nada pior para me acontecer, a maldita Alanis havia percebido o que não devia. Como se não estivesse sendo totalmente óbvio com tudo aquilo. O azulejo apenas se rachou, se partindo em dois e deixando que uma parte despencasse no chão com um pouco de poeira, encima de onde as pastilhas tinham despencados.

-Não estou apaixonado, Alanis. Ela é uma velha amiga.

Tentei disfarçar, antes de me abaixar para pegar o pacote de novo no chão, ainda totalmente irritado, apesar de tentar não demonstrar. Não demonstre. Aja normalmente, repetia sem sucesso, antes de ouvir sua última frase.

-Não acho que tenha necessidade.

Completei mordendo os lábios. Realmente queria ir atrás de Sakura, mas com a vampira ali isso não significava problemas? Ah. Danem-se eles. Me sentia inquieto e irritado e minhas pernas se moviam com vida própria. Não havia como fingir mais então por que não? No minuto seguinte, apenas me vi correndo perseguindo o cheiro da menina humana ali.

Por que Sakura sempre me trazia problemas? Nem eu sabia. Era como um ciclo. Um jogo de dados viciados ao qual eu não pretendia parar de jogar.

Loran e o garoto lutavam, ambos rebatiam e desviavam dos golpes.

_Quem é você? -Perguntou.

Garoto que estava com o riso debochado a face, mascava chiclete e estourou uma bola.

_Que merda hen... Eu crio o caos e você nem desperta, quando é que você vai acorda?

Olhou ainda mais intrigado sua expressão fechara ainda mais.

_Deveria ter feito aquilo.

O garoto fez uma cara de fingir que tinha medo e continuou a falar.

_Preste atenção em que eu vou te dizer, se você não desperta estão todos F***

Avançou para ele investindo mais um ataque.

**************

Liriel estava conversando com Hauro quando ouviu um barulho, nesse momento seus instintos de caçadora avisaram que era uma luta.

_Hauro-kun ouviu esse barulho? Esta vindo do Jardim.

Correu até lá e quando chega ver um garoto de cabelos vermelhos lutando com Loran e era uma luta que olhos comuns nunca conseguiriam ver, ambos lutavam muito rápido, onde os ataques e bloqueios eram desferidos em fração de segundos.

_Mas que ...?! - Liriel sacou a blood Rose e atirou para o alto.

***********

O moleque para o ataque ao ouvir o som da arma da caçadora monitora.

_Ei... Agora a coisa vai ficar séria - Sorriu.

Loran estava com uma espada feita de gelo e a sua aura era outra como se ele tivesse mudado.

_Olha só você, agora estamos vendo que está mudando...

Olhou ele e deu uma gargalhada.

_Que bando de bakas... rs

Rose chega logo em seguida do começo da luta, não estava acostumada a ver Loran lutar e fica sem reação por um tempo. Ele é um sangue puro e o outro não, mas como ele estava conseguindo lutar de igual com ele?

Em seguida ouve o tiro vindo do seu lado.

- Liriel...

Quando volta a olhar para os dois percebe que a aura de Loran estava mudando.

Ela não sabe o porquê, mas instintivamente ela conjura a Shadow Blade e parte para cima do vampiro. Queria o tirar de perto do Loran o mais rápido possível.

Chegando perto dele com velocidade ela o ataca com um golpe na diagonal.

O membro 'Dark_Rose' realizou a seguinte ação: Lançar Dados

'D10' : 3, 5, 4, 9, 5, 8, 8, 7

Loran ficou para olhando Rose entrar na luta e acerta o vampiro no peito com a sua espada. Recua e olha para Liriel que acabara de dar um tiro para o alto.

_Loran... O que está acontecendo aqui?

O garoto recebe o golpe e para de atacar, seu peito havia uma ferida aberta pela espada da puro e ele sorrir cuspindo sangue.

_Está vendo ... Um sangue puro ataca assim..rs

Ele então usa seu próprio sangue para criar uma onda que o cobre e em seguida ele some, como quem evaporasse com aquele sangue todo.

Loran não responde a Liriel, seu olhar era vago e sua energia cada vez mais densa.

Liriel lembrou de quando ele acordou do tiro e ali estava aquela mesma sensação daquela ocasião, sendo que com maior força que antes.

Não nota que a mesma estava ao seu lado.

_Loran...?

Ele vira o olhar a ela e se afasta somente dizendo:

_Precisamos retornar ao dormitório, desculpe pela confusão Kristan-san.

Andou até a saída do jardim esperando por Rose.

Após o ataque o vampiro zomba de Loran e desaparece no meio de seu próprio sangue.

- Tsc, droga. - Falava estalando a língua pela irritação.

- O que diabos é esse garoto? - Dizia voltando a olhar para o seu noivo.

Quando percebe que a aura dele estava ficando cada vez mais densa e estranha, ela fica parada o analisando enquanto ele falava sua irmã a chamando pelo sobrenome. Não sabia como reagir, nunca o tinha visto tão frio.

Quando percebe que ele a esperava a olhando já perto da saída do jardim.

Ela anda até ele e acena com a cabeça para Liriel tentando passar a mensagem de que cuidaria dele.

Chegando até ele ela coloca sua mão direita delicadamente sobre o braço dele já na altura do ombro.

- Como você está se sentindo? - Sua voz era um misto de preocupação e proteção.

Ele a olhou por um momento e sua expressão muda novamente tinha um misto de chateação e raiva.

_Precisamos voltar para o laboratório ver se está tudo bem por lá e o sensei se conseguiram controlado.

Colocou as mãos nos bolsos da calça do uniforme e andou ao lado dela até a volta ao laboratório.

_Não se preocupe... Só estou irritado com essa situação. Quem era aquele maldito? Se lembra dele na cerimônia ou lá dentro do dormitório?

Eles andavam um pouco apressado até que chegaram no laboratório.

Rose fecha um pouco o semblante pelo comportamento dele, mas continua falando normalmente. Pensava em falar sobre a aura mas resolveu falar sobre isso em um lugar mais tranquilo. Realmente tinham que ver como estava a situação na sala e se o professor tinha saído do controle ou se alguém havia conseguido o acalmar. Realmente, aquele professor já deveria saber o que estava acontecendo. Fingir que era uma doença era muito ridículo.

Em seguida ouve a pergunta dele.

- Eu não lembro dele em momento nenhum. E ele não é um vampiro normal. Aguentou o meu ataque... - Dizia fechando as mãos em punho.

- E falou algo sobre despertar com você...

Não sabia como continuar a frase até porque ela mesma não fazia ideia do que ele queria dizer com aquilo. Talvez Loran soubesse? Estaria ele escondendo algo dela?

Continuaram andando até chegar no laboratório.

Liriel ficou ainda mais nervosa com aquela situação, ele estava muito estranho e a chamou pelo sobrenome como se fosse outra pessoa. Resolveu procurar a diretora para informar o que acontecera.

********

Loran tentava identificar aquele garoto vampiro entre os que vira quando chegou a academia, e realmente ele não estava na cerimônia e nem no dormitório concluiu que ele deva ter entrado escondido e feito aquele caos na sala.

_Sim, ele não é um vampiro qualquer...-engoliu seco quando ela começou a falar de ele despertar._E outra coisa que pretendo descobrir.-Olhou ela ainda com a expressão distante._Não se preocupe.-Afagou a face dela depois segurou sua mão andando um passo a frente que ela a segurava com certo carinho._Eu vou descobrir tudo que esta acontecendo e por um fim nisso._A voz dele soou carregada de raiva e chateação apesar dele esta falando baixo.

Ele não queria deixar ela preocupada ainda mais com algo que nem ele mesmo sabia, mas precisava encontrar aquele vampiro e tirar dele tudo que sabe e depois daria um jeito no atrevimento dele.

~viemos daqui https://academiacrossrpg.forumeiros.com/t827-corredor#31275 ~

Por um acaso a história deles era parecida. Notou que ela comentou sobre o pai, mas nada da mãe. Coletava aquelas pequenas informações como sendo muito preciosas. Era ótimo poder se transportar para esse universo paralelo, onde tudo que importa são cores favoritas de flores e cheiros que lembram pessoas.

Lily. Seu apelido combinava muito com flores. Não poderia ser mais apropriado.

- ... Já você me lembra um belo lírio branco - falou baixo, como se fosse um pensamento que escapou.

"Que cafona", debochou de si mesmo, mas não estava se importando muito.

- E aqui estamos, senhorita. No jardim de casa, temos muitas rosas também. É uma vista bem bonita. Você iria gostar.

Espera, realmente chegou a imaginá-la visitando a Mansão Cannigan e rindo para as flores? Achava que isso nunca aconteceria, porém.

~*Lily

Ela sorriu para ele quando o rapaz quando ele falou que ela lembrava um lírio branco. Ao contrário dele, que havia achado cafona, ela levou aquilo como um grande elogio, era o que seu olhar mostrava. Então se lembrou de sua tatuagem. Ela largou a mão dele e despiu o casaco, estendendo a ele.

- Pode segurar pra mim? - pediu.

Assim que o rapaz pegou o casaco dela, Lily abriu os botões do blaser e da camisa, sem se importar que ele visse seu sutiã branco com rendas rosa claro. Então tirou o blaser e baixou a camisa até os ombros. Virou de costas para Daryl e mostrou a ele sua tatuagem no ombro, de uma flor-de-lis.

- Não é um lírio. Mas é uma flor, então acho que conta - ela riu.

Então virou de volta para ele, sorrindo e vestiu a camisa e o blaser de novo, fechando os botões direitinho. Não parecia se importar nem um pouco de ele ter visto um pouco de seu corpo. Talvez ela não tivesse aqueles tabus.

Os olhos dela brilharam quando ele falou do jardim de sua casa.

- Ah, eu gostaria de ver! Rosas são tão lindas! Você podia me mostrar uma foto ou me levar lá - ela falou empolgada, inocente, se convidando sem nenhum tipo de malícia - Nós temos uma casa aqui no Japão... Mas ainda não tem um jardim montado... Talvez meu pai me deixe fazer um. E se você quiser, pode me ajudar! - ela pegou as mãos dele - Vamos fazer uma parte do jardim de rosas pra você poder se sentir em casa! - falou empolgada.

Como sempre, Daryl não entendeu a princípio o que Lily faria enquanto tirava o casaco. Era uma atitude muito súbita para ser real e ele atendeu ao pedido quase sem prestar atenção no que fez.

A expressão de dúvida logo ganhou um rubor no rosto pois ela não parava...
Não que o corpo feminino fosse um grande mistério, mas até então, pouco conhecia sobre ela e...
Ia dizer alguma coisa, mas quanto mais observava, mesmo que ele não tivesse a intenção, via seu eu principal escapando aos poucos por sua mente até que...

.... finalmente. O propósito daquilo. A flor. E ele acordou.

- Ah! Isso... - Surpreso, riu nervosamente, depois com muito gosto, o rosto voltando à cor normal. - Eu... Você tem um bom gosto. É linda.......... - - fez uma pausa e achou que poderia dizer isso. - São lindas - Lily e sua flor-de-lis. Devolveu o blaser, agora respeitosamente desviando o olhar. Ela era mesmo sem rédeas e estava ali, arrancando essas frases nada nobres dele, mas que era tão instintivo.

"Parece um moleque, retardado", pensou um outro eu, frustrado que as coisas não se encaminharam como gostaria. Essa frustração de seu outro eu o fez sorrir, pois o tinha vencido novamente. Ponto para Lily. Seu outro eu não conseguia entender por que era tão diferente com ela? Por isso estava ganhando.

Esfriou a cabeça por fim e a observou enquanto estava alegre. Isso o fez lembrar que não tinha um celular, nem usava essas coisas modernas. Talvez tivesse alguma foto guardada em suas coisas.
Enquanto pensava nisso, ela o incluía em sua vida sugerindo as rosas em seu jardim.

Ele sorriu e devolveu um olhar de carinho. Esses pensamentos tão bobos, tão meigos e sem maldade... só Lily poderia proporcionar essas coisas em meio aquele lugar caótico. O que custava sonhar bobagens junto dela? Parecia naquele momento muito possível.

- Sim. Trarei rosas para o seu jardim. E você poderá escolher a flor que quiser para ter seu lugar na Inglaterra. Serão suas.

~*Lily

Ela o olhou, sem entender o porque daquele rubor todo do rapaz. O que havia de tão errado afinal? Ele parecia constrangido... Será que não via nenhuma mídia com mulheres nuas? É, ele tinha cara de quem era careta assim mesmo.

- O que foi? Você nunca viu uma mulher? As mulheres usam biquini na praia, não é diferente, isso é coisa de convenção social - ela deu de ombros - Os sutiãs só são mais bonitos e ornamentados e cheios de frufrus... - ela não parecia envergonhada.

Lily sorriu, corando quando ele falou que tanto ela quanto sua tatuagem eram lindas. Ficou lisonjeada e encabulada ao mesmo tempo. Não estava acostumada a ouvir elogios sinceros.

- Merci, Daryl - agradeceu.

O olhar de carinho dele a fez sorrir feliz, com as bochechas quentes. Fazia ter vontade de abraçar e apertar até esmaga-lo. Ela riu, associando-se à Felícia e ele a um bicho fofinho.

- Quero que sejam lirios - ela falou, segurando a mão dele de novo - Porque você disse que lembram de mim. E eu não quero que se esqueça de mim - ela riu. Então de repente mordeu o lábio inferior, receosa - Daryl... Eu devo te avisar uma coisa... Se você for na minha casa, tem que ficar atento porque... - ela lambeu os lábios - Meu pai é muito ciumento comigo e... ele vai pensar que você é meu... - ela sorriu sem graça para ele, sem completar a frase.

- Ah, é mesmo? Entendi - ele deu um sorriso divertido , por ser "ensinado" sobre tabus por ela.

Claro que já tinha visto mulheres.
E claro que já estivera com mulheres.
Mas era diferente.
A forma como ela fazia tudo isso com naturalidade e inocência combinado com aquela sensação protetora que tivera ao longo daquele dia...
Como explicaria? Não explicando. Seria melhor assim.

Lírios no jardim. Não seria tão mau voltar para casa se lá tivessem os lírios dela...

Então ela mencionou o pai.
Ciúme de familiar próximo não era algo que ele simplesmente não estava acostumado. Talvez ela não se assustasse com Marguerite então?

- Nem seu pai, nem o líder dos vampiros poderiam mudar o fato de que ... - a menina era muito sincera. Uma palavra errada e poderia ter uma decepção? Nem isso mudavam os fatos. Ele tocou o rosto dela com as costas da mão enquanto continuava - a cada minuto que passa você está se tornando mais importante para mim. - Retirou a mão e sorriu - Vão ter que lidar com isso.

Era uma verdade. Fosse como um "namorado", "amigo"... O que diabos era aquilo? Não importava.

- E além do mais... A unica coisa que eu quero é te ver assim... - encostou a ponta do indicador em seu lábio - sorrindo. Ele não poderia achar isso ruim, não é mesmo?

Poderia. Sabia por sua mãe que poderia sim. Mas afinal, isso nunca impediria nada.

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