>:: Corredor ::<

Citação :

Quando estavam já do lado de fora, ela sussurrou para o rapaz.

~ Merci, Daryl... Obrigada... - ela escondeu o rosto no pescoço dele - Me desculpa... Você deve estar me achando uma covarde...

O vampiro se afastou da sala para evitar cenas traumáticas da saída do professor carregado. Agora sem toda aquela adrenalina e com a sensação de proximidade, Daryl viu-se sem ação por alguns minutos, recordando-se da voz sussurrada de Marguerite com os braços em volta de seu pescoço.
Era um arrepio interno, um medo surreal de que ela pudesse estar por perto. Mas a voz que seguia na realidade não era nem um pouco amedrontadora.

"Você deve estar me achando uma covarde", ela disse e ele se deu conta de que não estava em outro lugar se não o corredor e que carregava Lily, ninguém mais. Quase riu. Ele é que estava sendo covarde há segundos atrás.

- Todos temos os nossos limites - mencionou a colocando com cuidado no chão, mas ficando perto, caso ela não se sentisse bem. Não queria correr o risco de de repente começar a divagar novamente. Mal sabia a garota de seus próprios traumas. - Você está bem agora? Quer voltar ao seu quarto?

Daryl a observou atentamente. Não entendia ainda as reações da garota (como se abraçar, por exemplo).  Merecia explicações? Não achava que ela tinha sido mais estranha do que poderia, quer dizer... talvez ele estivesse acostumado com comportamentos bem piores.

Balançou a cabeça negativamente. Não tinha sido machucado. Não enquanto consciente disso, pelo menos. Sentira, sim, uma estática inicial, mas...

- Não, não aconteceu nada errado. E você não precisa se forçar a me contar nada... - Mas estava aberto para ouvi-la.

Afinal, a família dele era a pior coisa que existia no mundo vampírico na opinião dele e não era algo que ele esperava contar para alguém tão cedo.

De todas as coisas que ela poderia contar, aquela talvez nem estivesse na lista. Ele ouviu em silêncio e sentiu uma pontada no peito. Ficando nitidamente surpreso.

"Você não pode ficar perto dela", Josephine lhe alertava, abaixada na altura de seu rosto.
"Mas por quê?"
"...Só não pode. Ou pode se machucar. Ouviu?"


Ela sofria por ser "maluca", não é verdade?

"NÃO VAI EMBORA POR FAVOR", a mulher lhe agarrava a perna "Eu prometi que  não faria mais nada... eu prometi, não prometi? Estou sendo uma boa menina... E você...", o sorriso  da mulher loira era insano e ela beirava o ridículo "Você não vai me abandonar, não é?"


Desviou o olhar quando ela se virou. Não era a pessoa mais justa do mundo com quem precisava, não é mesmo? Engoliu em seco. Não esperava que aquela vampira, que ele tinha julgado tão alegre, tão diferente de todos de uma forma admirável estivesse perto de passar por situações tão vexatórias quanto sua mãe passava. E enquanto isso, ele julgava Marguerite a pior do mundo.

- ...Desculpe - falou baixo. Afinal, ele seria o primeiro a  desprezá-la se tivessem se conhecido em meio às festas e sentia o quanto era horrível. Ninguém pedia para ser daquela forma. Ninguém gostava de ser assim. Nem ele também.

Caminhou alguns passos vagarosos até ela.

Daryl aproximou-se da mulher loira, que soluçava no chão.

"Ah...Daryl, querido.. Eu fiz uma coisa muito ruim...Não venha"

No fim, as duas só precisavam de alguma companhia. Alguém que ficasse. Apesar de tudo.
"Obrigada. Eu só tenho você. Eu juro, juro que nunca mais vou fazer", ela o abraçou e ele paralisou. Tinha medo dela. Muito medo. Mas ela era sua mãe e, de alguma forma, ela melhorava quando estava perto.

Repousou a mão no ombro da nobre, o tom de voz era baixo, melancólico por suas lembranças.
- ... Está tudo bem.

Respirou fundo. A ideia de que ele também possuía uma segunda personalidade, um ser acionado em situações de muito estresse o fazia sentir-se hipócrita.

- Todos... temos  .. - ele repetiria a frase mecanicamente, mas sentiu-se péssimo. Lembrava-se dos olhares de desprezo enquanto Marguerite tentava ser uma pessoa normal e se redimir de seus erros.

"Mãe, vamos embora..."
"Mas o senhor Lidell ainda vai entender, ele--"
"Por favor, vamos embora"


Engoliu em seco mais uma vez e, em um movimento impensado e brusco, a puxou para perto de si com força, como se estivesse compensando algo que nunca dissera para a mãe, como se estivesse afastando aquela personalidade que os amedrontava e os fazia sentir um lixo... e era algo que ele a vida inteira gostaria de ouvir também.

- Não é sua culpa. Eu ainda... - e era como seu fôlego sumisse para completar o "estou aqui"

Ele nunca completaria aquelas frases, pois todo o folego tinha sido usado para começá-las. Tentou engolir mais uma vez um nó na garganta e todo aquele gesto parecia um tipo de redenção para Daryl. Pudera finalmente fazer algo sincero em relação a uma condição que simplesmente não era de controle de ninguém. Era como se pudesse libertar a ela, a si mesmo e sua mãe também.

Ali, só os dois, sem empregados para apontar o dedo, sem as paredes com olhos e ouvidos que chegariam para chacota de todos os outros vampiros... O agradecimento dela lhe soava familiar e representava muitas coisas, inclusive o que ele mesmo estava pensando. O quanto agradecia de finalmente, após tantos anos, ser capaz de demonstrar fraqueza (e força) num único ato.

Deixou que ela chorasse, sem soltá-la um momento sequer. Não ouvia nenhuma voz externa em sua cabeça mais. Então aproveitou a paz daqueles instantes o quanto precisavam.

Só quando o abraço fez-se um pouco mais leve e seu uniforme não era mais molhado por lágrimas, evidenciando que a garota estava mais calma, ele tocou a cabeça da garota e fez um leve cafuné, afrouxando o abraço para olhar para baixo. O olhar era cansado, como quem se envolvera em uma luta, e avermelhado, como se há instantes quisesse chorar também. Diante da situação, realmente não tinha por que "ter vergonha dela", como ela mesma já tinha dito. Por isso, sorriu.

- Você quer...- pigarreou, para que a voz não tivesse mais aquele tom enfraquecido - andar um pouco?

Era isso. Um pedido bobo, mas em paz. Selando que havia sido sincero em aceitá-la e propondo uma caminhada tranquila, para que os ares da tensão há poucos fosse dissipada.

Daryl sorriu pela atitude dela ao acariciar seu rosto e depois segurar sua mão. Até retirou a luva para que ficasse mais agradável. Lily era muito carinhosa e ele tinha vontade de preservar isso.

Passou a andar um pouco sem rumo, mas para se afastar das salas. Era boa aquela sensação de tranquilidade. Tinham coisas a pegar na sala de aula, inclusive a carta que havia escrito mais cedo. Mas não seria louco de voltar ao lugar onde tudo aconteceu tão já.

Sua lacaia poderia fazer isso por eles, mas ele nem sabia onde ela tinha se metido desde os eventos no auditório. Que problemático...

Por isso, um pouco de passeio não faria mal. Não conhecia muito bem a escola, mas como os corredores tinham uma visão aberta para a noite lá fora, podiam apreciar a vista enquanto caminhavam.

Parou em um parapeito para observar de lá o jardim e imaginou onde aquele desgraçado teria se metido. O ruivo podia ter razão de que ele não estava se importando com a escola. Mas agora isso era diferente. Não era? Não o perdoaria se o visse de novo.


- Pretende comparecer à próxima aula? Daqui a pouco eu volto lá para buscar as nossas coisas.

Tinha assuntos que gostaria de saber. Como por exemplo, por que ela tinha entrado na escola, se a casa dela tinha um jardim daqueles e coisas das mais bobas até um "quem era aquele ruivo desgraçado". Mas por enquanto sentia que já tinham se desgastado demais com tudo aquilo e era melhor ser o mais trivial possível.

Quando ela lhe elogiou o sorriso, não pode fazer outra coisa além de fechar os olhos, guardando aquelas palavras para si e mantendo o sorriso. Que bom que ela tinha nascido diferente.

Retribuiu o olhar interrompendo os pensamentos pragmáticos naquele momento. Sim. Tinha valido a pena. Não imaginava que conseguiria se desfazer da função de "espião" tão rapidamente e ter uma real razão para estar por lá.

(...)

Daryl permitiu-se rir livremente, desfazendo o semblante sério. Uma aula só por dia! Ela tinha muita sorte de ser uma vampira. Não gostaria nada de ser uma humana enfrentando aquele tipo de rotina chata que os mortais comuns tinham.

- Eu achava que você estava se transformando em uma aluna exemplar, senhorita Lily - brincou aproximando-se divertido e 'analítico'. Como seria capaz de negar algo para aquela expressão? - Como seu "sensei", deixe-me pensar se é viável essa falta... - De repente, pegou as luvas de borracha para si, guardando em um dos bolsos - Eu cuido disso. Hm. Já pensei. Vamos trocar por um importantíssimo passeio nos Jardins lá embaixo, que tal? - ofereceu-lhe a mão novamente, como um nobre em ato teatral de brincadeira.

Depois, Naru faria o resto. Traria as coisas deles, devolveria a luva... Afinal, era para isso que ela estava presente, não é!? Fuxicar sua vida, relatar tudo para Marguerite... Que ela relatasse isso então. No momento estava muito feliz.

Continuamos aqui: https://academiacrossrpg.forumeiros.com/t1156p20-jardim#31278 ~

Stelian tinha um mapa do local em suas mãos e caminhava pelos corredores. Tivera problemas com a conexão e, pelo visto, havia perdido a primeira aula, pois já havia alguns alunos no corredor, deixando a sala. Havia também um leve odor de sangue no ar, mas ele estava suficientemente alimentado então o cheiro não o afetou.
 
No corredor próximo a sala onde deveria ser sua primeira aula, conforme o conograma. Próximo saída da sala haviam três pessoas e ele se aproximou com um breve sorriso no rosto, que logo desapareceu.
 
Havia ali um level E desacordado e uma jovem com o rosto molhado por lágrimas, havia também uma mulher que esta mesma jovem chamava por diretora. Stelian sentiu-se um tanto desconcertado com a situação, não pretendia se introduzir aos demais em um momento como aquele, mas não pode deixar de notar na delicada jovem chorosa.
 
Ela parecia ter urgência em falar com a diretora, tal qual ele, mas ele aguardaria até que as duas notassem sua presença, parado próxima a elas.
 
- Boa noite, creio que este não seja um bom momento – ele disse, referindo-se ao level E desmaiado – Mas sou o novo aluno enviado da Romênia e preciso falar com a senhora – ele se referia a Melany – mas creio que esta senhorita tenha prioridade – ele sorriu brevemente para Tohru.
 

Stelian ainda não vestia seu uniforme, mas uma calça social creme clara, um colete cinza sobre uma camisa cinza claro. Um par de óculos cobria seus olhos cinzas e seu cabelo platinado estava preso e uma pequena trança. Suas mãos estavam calçadas de luvas e ele trazia o mapa e o cronograma nelas. Suas malas já havia sido levadas ao dormitório.

Melany estava muito preocupada com Alfonso e apressada com ajuda de dois alunos iam pelo corredor, quando ouve uma das alunas chama-la, ao virar ver que é uma dos Kurans.

_Srta Kuran, agora estou com pressa... e ...-Quando ela fala que tem como ajudar para um pouco._A carta, sim lembro, faz o seguinte espera na sala da diretoria, preciso colocar Al...Digo o sensei Alfonso em segurança.

Nesse momento um outro vampiro se aproxima.

_Ah... Bom agora estou um pouco com pressa, então se puder esperar mais tarde posso lhe orientar sobre academia... Sr...-Perguntou o nome do aluno que aparentava acabar de chegar pois ainda não estava de uniforme.

Stelian sabia que aquele não fora o melhor momento para ser introduzido, aquilo tudo parecia estar um caos. Ele até poderia se oferecer para ajudar a diretora, mas sentia que ela estava pouco à vontade com aquele assunto.
 
- Eu compreendo – ele murmurou de forma educada, dando uma última olhada em Alfonso. Teria Melany forças para leva-lo dali? Bom, ele não se intrometeria naquele assunto – Me chamo Stelian Mihaela, sou o novo aluno transferido da Romênia – ele se apresentou.
 
Sua atenção então voltou-se para Tohru, ela parecia um tanto afetada com algo relacionado a ele e ele não podia compreender, afinal ainda não sabia de quem se tratava.
 
- Boa noite senhorita. Vou deixa-las à vontade porém mais tarde irei visita-la na diretoria senhorita Melany, caso haja necessidade. Por enquanto, acredito que possa solicitar a ajuda dos demais alunos.
 
Ele então fez uma breve reverência em forma de despedida.
 
- Senhoritas, peço licença por enquanto – ele se virou de costas e tornou a examinar seu mapa. O próximo passo era encontrar o dormitório, Marshall e Tohru Kuran. Yuriev ficara de lhe enviar fotos dos dois, mas ainda não o fizera.
 

“Interessante lugar...” – ele pensou enquanto percorria os corredores, sentindo todas aquelas auras e aromas.

Siberia estava distraída, após ter sido ignorada pela professora. Na verdade ela estava um pouco cismada e até chateada pelo fato de que Caio não havia sequer lhe dado oi. Será que era por conta do que havia acontecido anteriormente? Será que ele a achava uma chatinha que queria dedurar seus colegas de classe?
 
Ela iria falar com ele tão logo a aula terminasse, talvez conseguisse desfazer aquela impressão errada.
 
Ainda distraída, ela mal notou o aluno que chegara atrasado, afinal, aquilo parecia um tanto quanto comum naquele internato. Talvez as referências que havia lido na internet quanto ao ensino do lugar não fossem assim tão verdadeiras. Aquele primeiro dia estava um caos.
 
“Talvez eu devesse conversar com a diretora Melany para que me transfira para uma turma mais avançada... ou talvez ela tenha uma boa explicação para o que houve...” – ela suspirou e então olhou para o lado.
 
- Hino – ela chamou, um sorriso expresso em seu rosto, as preocupações ficando de lado – Você sabe qual aula temos agora? Acho que é de algum esporte, então eu estava pensando em ir à biblioteca adiantar esta matéria – ela fez um gesto com a cabeça, apontando para a professora Alanis.
 
Então ela notou olhos curiosos sobre ela, o aluno que havia chegado atrasado. Siberia sorriu de modo simpático e aberto, acenando com a mão.
 
- Me chamo Siberia e você? – ela falou alto o bastante para ser ouvida, mas não o bastante para atrapalhar a finalização da aula.
 
Ela esperou a resposta do novato, mas, com o canto de olho observava se Caio saia de seu lugar e da sala. Ela precisava alcança-lo antes de mais nada.
 
Dispensados, após a caótica aula, Siberia guardou seu material e esperou de forma paciente Hino, ajudando sua pequena bonequinha a guardar o material, quase que de forma protetora.
 

- Hino, você faz as coisas tão devagar, isto é engraçado – ela comentou e então, quando Caio passou por ela, ela segurou o braço dele – Caio, a gente pode conversar? Super rapidinho – ela disse, olhando-o com um jeitinho doce de súplica – eu prometo – ela beijou o dedo em cruz, sua outra mão segurando um dos cadernos de Hino que ainda não guardara na mala.

Erick Benvenoli:

- Erick, prazer - Respondia sorrindo ao ver que havia sido notado pela garota chamada Siberia "Belo nome... ja posso até imaginar..." sorria maliciosamente para ela enquanto se distraia olhando o outro cara "hm... ela esta preocupada com ele? ELE? o que ele tem que eu não tenho?" observava o rapaz tentando ver suas qualidades mais evidentes.

Copiei o trabalho rapidamente, e em seguida a professora nos dispensava "foi bem rápido até" pensei arrumando meu material. Estava com um pouco de pressa, então ja ia saindo da sala, mas antes que passasse da porta, dizia bem baixo olhando pelos cantos dos olhos para Siberia ~ mal posso esperar... ~.

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Mikato Sayuto:

Anotava o trabalho sem pressa, caprichando na letra para poder entender depois. Queria fazer aquele trabalho logo, e poder descansar logo em seguida, virei-me para Caio e disse - Caio-san, poderia me mostrar onde fica a biblioteca? - guardava meu material enquanto esperava uma resposta - é que eu não conheço bem a escola, então...- não sabia o que dizer para convence-lo a me guiar, aquilo era o máximo que eu conseguia pensar.

Percebia que o aluno que havia chegado atrasado era o primeiro a sair "ele deve ser bem atarefado" quando noto um sorriso bem estranho vindo dele na direção de Siberia-san "okaay... acho melhor não me meter...". Assim que terminei de guardar meu material, peguei minha maleta e me dirigia a biblioteca, tendo Caio como guia ou não.

Hinomaru

Spoiler:

De alguma forma, a aula acabara, e Hinomaru tinha a ligeira impressão de que não presenciara uma aula comum em uma escola. Pelo menos era isso que ela podia deduzir pela expressão de dissatisfação da senhorita líder, e as atitudes pouco convencionais de seus colegas e da professora. Bem, agora tinham algum tipo de dever a fazer, de qualquer forma. A menina pegou um lápis e anotou no seu caderno a tarefa. "Hinomaru não tem certeza." Ela respondeu à pergunta de Siberia sobre a próxima aula. "Ir na biblioteca foi a instrução da senhora professora, então Hinomaru irá com a senhorita líder."

Hinomaru guardou o caderno na pequena maleta escolar. Antes de colocar o livro texto em seu lugar também, abriu o livro e folheou as páginas rapidamente. Não reconhecia a maior parte dos nomes ali. De fato, ainda não fazia a menor ideia do que se tratava aquela aula. E o livro texto não lhe ajudava muito. "Perdão. Hinomaru irá se apressar." Enquanto a albina folheava o livro, parece que a senhorita líder se pusera a ajudar a guardar o material que faltava colocar na maleta.

Hinomaru terminou de guardar seu material e levantou-se da cadeira. Colocou novamente a sacola da espada nas costas e pegou sua maleta. "Hinomaru está pronta, quando a senhorita quiser ir..." A japonesa concentrou seu olhar sobre Siberia e depois sobre Caio, se perguntando se a senhorita líder ainda desejava discutir algo sobre a noite anterior.