Euphemia estava sentada no confortável sofá na cobertura luxuosa de Casper. Trajava uma meia-calça preta escura com botas negras de frio. Uma saia plissada azul e blusa preta com gola peter pan. Olhava fixamente para uma placa metálica emoldurada.
Casper usava um banquinho para alcançar a bancada da cozinha, terminando de servir uma taça de vinho enquanto uma música clássica tocava no ambiente.
O (agora) jovem vampiro estava em uma felicidade palpável. Tinha Euphemia de volta e agora estavam juntos em um de seus lares pelo mundo.
- Euphie! - cantarolou animado, aproximando-se dela e oferecendo-lhe a taça. - Aqui.
Os olhos lilás se ergueram para a taça e, sem nenhum sorriso, ela deixou a placa no colo, aceitando.
- Vamos brindar! - o garoto sentou-se ao lado dela e saudou o ar. Nenhuma resposta veio da vampira, que já bebia sem convite. Casper fez uma expressão cabisbaixa - Poxa... Você não está feliz? - Ele foi olhado com uma frieza maior do que as cavernas finlandesas. Era melhor não insistir. Ele olhou ao redor e notou o quadro em seu colo. - Ei... você achou meu hospital. Se quiser ir lá depois, podemos, é claro!
Euphemia respirou profundamente, juntando forças para não xingá-lo e bebeu lentamente, tentando não ouvi-lo de alguma maneira.
- Não se preocupe. Não é só naquele lugar. Nós temos hospitais por vários lugares do mundo. Você vai gostar.
Euphemia fechou os olhos e suspirou pesadamente, agora com uma taça vazia em mãos.
- Você quer mais? - perguntou o vampiro sorridente, deixando a própria taça de lado e oferecendo-se para recolher a dela. Nenhuma resposta. - Não gostou do vinho? Hmm. Que pena. Sabe, eu não posso sempre comprar isso. Sou uma criança. Hehehehe.
Euphemia colocou de lado a placa,na pequena mesinha ao lado adornada por vasos.
Em seu coração tocava uma melodia triste por causa daquela placa. O nome. Mauri Wright Medical Care. Seu filho. Ainda não tinha digerido muito bem aquela história de ter sido libertada às custas dele. Mas para Casper já bastava que ela tinha parado de quebrar as coisas e tentar matá-lo. No fundo, ele imaginava se ela não tinha gostado do nome... mas era uma homenagem quase a si mesmo, pois Casper também amava Mauri.
Naquele silêncio desagradável, Casper pegou a taça das mãos dela e retornou à cozinha, como se nada tivesse acontecido e colocou mais vinho para ela. Poderia dormir profundamente depois daquilo, talvez.
Euphemia tornou a beber e Casper tomou uma distância de um lugar e meio dela, bebendo e apreciando a música alegremente.
A vampira não sabia, mas Casper a tinha levado para aquele lugar pois o vampiro estava preparando-se para ajudar no caos vampírico que estava por acontecer. Estava disposto a apoiar a liderança da família Kuran se assim eles se provassem tão "fracos e tolos" por serem pró-humanos e transformados. Estava ali porque não queria mais derramamento inútil de sangue. E Euphemia era apenas a "irmã" que tinha salvo e agora guardava naquele seu castelo.
Ele tinha seus contatos na cidade e apoiava-se no hospital para receber informações.