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RPG Vampire Knight
 
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 Mulheres de Gelo

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Lohanne
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MensagemAssunto: Mulheres de Gelo   Mulheres de Gelo I_icon_minitimeTer 1 Mar 2016 - 13:33

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A noite do casamento havia sido selada com o silêncio das fêmeas do clã. Embora muitas ainda permanecessem na festa  a Matriarca e sua jovem filha havia se retirado. Eleazar continuou junto a seus súditos, planos de guerra agora começavam a ser desenhados na noite cruel.


Ruri fora a primeira a se retirar do salão, sedenta, raivosa, estranhamente sentimental para a pessoa que era e Selena jamais deixaria de atender aquele chamado, o toque materno de sua alma.


Ela seguiu para os corredores até alcançar o quarto de sua filha.


"White as snow, pure as a soul. The death has always a cold embrace for those who fear her touch"
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Lohanne
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MensagemAssunto: Re: Mulheres de Gelo   Mulheres de Gelo I_icon_minitimeTer 1 Mar 2016 - 13:56

Mulheres de Gelo 33bkch0


Selena observou o casal que se retirava do salão, os lábios em uma linha reta, sua expressão nada demonstrava. Suas mãos estava cruzadas frente ao corpo enquanto ela assistia os convidados começarem a sair de seus lugares e irem até Eleazar, que havia se sentado numa espécie de trono trazido pelos criados tão logo os noivos saíram.


Ruri estava a seu lado e parecia inquieta, mas Selena ainda tinha seu foco nos pensamentos quase esperançosos da noiva que atravessava o batente do salão. Afastar Katsuya daquela fraca criatura fora o melhor que puderam fazer. Aquela criança seria verdadeiramente forte, aquela criança seria capaz de honrar o nome Kuran, mesmo que ainda estivesse oculto pelo nome de Valeriu Mihaela.


Tohru ainda ansiava por amor, mesmo depois de ter chegado aquele lugar e tudo o que Selena poderia fazer por ela já havia sido feito. Transforma-la em uma nobre não fora apenas um ato de limpeza de sua linhagem, mas sim dar a ela o sangue de seu clã, para que ela experimentasse a dor e loucura que acompanhava os vampiros de gelo através dos tempos.


Não demorou muito para que o novo casal desaparecesse pelo corredor e agora Ruri pedia-lhe licença para deixar o salão. Ela assentiu em silêncio e aproximou-se de Eleazar, fazendo uma breve reverência e então chamando-o em sua mente.


“Mic fratele...nossa filha precisa de sangue, alimentarei nosso novo herdeiro, se assim permitir…” - ela mantinha os olhos baixo, bem como sua cabeça.


Elezar não lhe lançou sequer um olhar, mas assentiu brevemente com a cabeça.


“A qualquer hora mic sora...leve criados consigo, a sede dela se torna mais implacável a cada momento” - ele respondeu, em seu tom sombrio, na mente da vampira e por um momento Selena sorriu. Há tempos ele não a chamava assim. Talvez o fato de que o nascimento de um novo e puro Yuriev estivesse próximo houvesse trazido a mente de Eleazar de volta do gelo, talvez o fato de seus planos estarem em um caminho certo o tenha agraciado com satisfação, mas ela não se iludia que aquela satisfação estava relacionada a ela, não era tola.


Ela saiu discretamente, cumprimento um ou outro convidado que a saudava e logo ganhou o corredor, chamando duas criadas para segui-la, vampiras mestiças cedidas pelas próprias famílias para compor a criadagem da fortaleza Yuriev.


Selena entrou no quarto sem bater, encontrando a filha prostrada em seu leito, sentando-se então na ponta da imensa cama. As criadas permaneceram perto a porta, cabeças baixas, uma aura de medo escapando delas, como se pressentissem o que estava prestes a acontecer.


-Não confunda a chave com a porta, a chave é apenas um meio minha doce Ruri, mas abrir a porta é o objetivo - Selena então fez um pequeno talho no pulso, com os próprios dentes, estendendo o braço para a jovem deitada ali.


-O verdadeiro herdeiro esta em seu ventre mea ficca, mea ficca mica. Sua sorte nunca foi lançada nesta noite, ela jaz dentro de você e a única coisa que acontecera nesta noite será o fato dela ser enterrada em gelo. Mas o gelo é eterno e tudo que se enterra nela também - Selena sorriu de modo carinhoso, genuíno e maternal, algo tão raro que até mesmo as criadas se sentiam atraídas, além disso, seu sangue agora enchia o quarto com um odor adocicado de leite morno açucarado.


-Prove mea ficca, seque se quiser - ela olhava serenamente para Ruri, com olhos cinzas pacíficos, como quem aceita a morte, mas Ruri sabia que sua mãe ofercia as criadas, que agora abriam também talhos em seus pulsos e se aproximavam.

-Prove mea ficca, seque se quiser - ela repetiram, como se estivessem numa espécie de transe.
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MensagemAssunto: Re: Mulheres de Gelo   Mulheres de Gelo I_icon_minitimeSáb 12 Mar 2016 - 23:34

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Por que o vazio incomodava se há tempos ele era tão presente?
Era difíicl discernir sensações novas que não condiziam com o natural, com o esperado.
Eu sou uma mulher Yuriev e assim como meu coração os sentimentos sempre jazem enterrados no gelo eterno. Sentimentos são falhas, fracassos e, por mais que minha lealdade fosse inabalável eu não era cega ou burra. Eu sabia que sentimentos foram os culpados pela queda de Mic fratele e o desprezo que papa dirigia a ele.

Mas não era esse nosso gelo que nos fazia tão diferentes dos outros? O que nos dava nossa força? Porque é nisso que acredito. É nesse gelo e nessa vontade implacável que sigo durante a vida, com um único objetivo: realizar as ambições de Mic fratele.
Ambições altas, ousadas e sempre difíceis de serem aceitas aos olhos do patriarca do clã, mas mesmo assim eu não desistiria.

A cria em meu ventre se remexeu pela sede. Ele seria forte e implacável como eu e astuto e inteligente como Yan. Seria o fruto perfeito ao qual mesmo que Eleazar arrastasse pra longe, nunca poderia negar quem o fez, não negaria que era um fruto de Mic fratele e parte de sua força.
Eu levei as mãos ao ventre. Aquela cria seria tudo que eu tinha para proteger agora. Eu seria uma sombra naquela casa. Sabia bem como a mestiça era repleta de toda aquela ilusão humana, de como ainda acreditava de quem alguma forma Yan fosse nutrir algum sentimento por ela. Eu deveria deixá-los à sós. Deixar que Mic fratele tivesse sua mente e alma nas mãos para poder controlá-la da forma que quisesse. Mas... por que isso me inquietava daquela forma?

Me deitei na cama não conseguindo tirar as imagens da cerimonia de pouco antes da cabeça. A sede por algum motivo parecia petrificar a minha garganta, me arranhando por dentro e deixando meus olhos rubros contra a vontade. Mas eu era forte e meu feto também seria.
Eu sabia que mama viria me alimentar com seu sangue ancião, o sangue que faria minha criar se fortalecer, por isso aguardava.

Não demorou muito ela entrou sentando-se ao meu lado. Um gesto, que mesmo naqueles tempos em que estava prenha, ou mesmo no início da vida, pouco me recordava de ter acontecido.

Suas palavras, seu gesto, a forma como aquele carinho despontava me deixaram confusa, embora por fora eu nada demonstrasse além da apatia e vazio costumeiros. Ninguém nunca veria nada dentro de mim, ninguém nunca conheceria algo além do rosto vazio de boneca. Ninguém além dele.

~ mama... ~ abaixei a cabeça levemente, como em respeito e agradecimento no momento em que provei de seu sangue ancião. Minha cria se remexendo com todo o poder que aquele sangue me inundava. 

Eu podia não ter falado, mas Selena de alguma forma compreendera minha confusão. Eu deveria ser mais reclusa, menos exposta. Porque se Mama percebera, papa talvez conseguisse enxergar aquela minha única fraqueza.
Mic fratele.

Tomei de seu sangue, tomei do sangue das criadas, fortaleci à mim e a minha cria. Esse era meu único dever naquele momento.
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MensagemAssunto: Re: Mulheres de Gelo   Mulheres de Gelo I_icon_minitimeSeg 14 Mar 2016 - 14:12

Mulheres de Gelo Vlad-impaler-dracula


Selena acariciava os alvos cabelos de Ruri, sentindo toda a confusão e preocupação que, pela primeira vez em séculos, a jovem vampira demonstrava. Então realmente avia fortes sentimentos de ambas as partes, seus filhos haviam realmente nascido um para o outro, um completando o outro, como se fossem gêmeos, ainda que separados pelo nascimento.


Para Selena, como mãe, aquilo era o ápice de perfeição, aquilo era seu passado nublado tornando-se novamente doces memórias e, assim como Ruri, ela deixou-se abrir naquele momento, para que a filha pudesse ver certas coisas que nunca lhe fora dito.


Selena e Eleazar eram jovens, tanto quanto Ruri e Yuriev eram naquele momento e, assim como os dois, também eram irmãos.


Eleazar também se esforçava para agradar Viorel e Lenuta Yuriev, mas Viorel o considerava fraco. Seu físico era frágil como de Yan mas, ao contrário de Yan, Eleazar era submisso ao extremo e pouco revelava de sua genialidade. Corrigia discretamente os erros do pai em relação as táticas de guerra e, mesmo em campo se transformando no mais poderoso general e consolidando o império romeno ao lado de Vladimir, o grande imperador.


Viorel insistia que o império devia ser de Eleazar, afinal, ele o conquistara. Uma nova guerra foi travado e novamente o melhor general retornara para casa, com a cabeça de seu inimigo, assim como Vladimir havia feito inúmeras vezes.


Ainda assim, o sucesso de Eleazar nunca era recompensando, para Viorel, o poder que o filho detinha não era menos que sua obrigação para com seu sangue, mas como recompensa Selena lhe seria dada em casamento.


A ideia foi bem vista por ela, ela que tão de longe acompanhava os passos do irmão, que o vira noites e noites a fio em bibliotecas do castelo estudando sobre seus inimigos, que o vira através de sombras desejar agradar ao pai, tornando-se mais e mais poderoso.


Ela quem, em seu primeiro ritual, tirou-lhe o coração, provando do sangue mais profundo que corria em suas veias e então descobrindo que ele, em segredo, também a observara.


A sensação fora a mais doce que provara em toda sua vida de gelo, mas ela duraria pouco.


Vladimir tinha três esposas e estas esposas lhe deram herdeiros e estes herdeiros queriam a retomada do poder, o que desencadearia uma nova guerra e Viorel sabia que seu exército, mesmo que tendo vencido, estava reduzido e a família Dracul havia conseguido novos aliados.


Viorel era um verdadeiro manipulador e com suas promessas conseguiu adiar a guerra, embora Selena e Eleazar só soubesse o motivo alguns dias depois: Selena fora prometida ao herdeiro Dracul em troca de paz, assim como a cria que Lenuta estava esperando seria criada pelo clã inimigo.


Eleazar já amava Selena e ela também o amava, para então evitar que Selena fosse entregue ao clã inimigo Eleazar só teve uma saída: Se rebelar contra seu próprio pai, Viorel Yuriev.


Selena então puxou delicadamente seu braço e deixou que sua cria se servisse das criadas, olhando com compaixão para Ruri.


-Só você pode ser a força dele minha querida, antes que ele se perca e vocês apenas repitam o passado - ele então disse, seu jeito maternal parecia tão perdido nas memórias de Ruri que esta talvez se assustasse.
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MensagemAssunto: Re: Mulheres de Gelo   Mulheres de Gelo I_icon_minitimeSeg 4 Abr 2016 - 10:25

Mulheres de Gelo Chloe-amanda-seyfried


O que eram todas aquelas imagens? O que eram cada um daqueles versos de uma história antiga e desconhecida que Selena me contava?
Uma história dos tempos em que ambos eram jovens, Selena e Eleazar, da conquista do império e das intrigas que envolveram todos os acontecimentos.
Ao ver Eleazar jovem e naquela posição submissa, muito mais retraída a qual Yan se reservava minha mente começou a funcionar. 
O papa que via nas memórias de mama nada mais era que um herdeiro submisso e acovardado diante do pai, que não o contestava ou agia por impulsos próprios. Então, talvez fosse por isso que Eleazar fosse tão rigoroso. Era uma vergonha para um Yuriev se submeter e talvez ele visse em Yan o mesmo jovem vergonhoso que ele foi em sua vassalagem para com o pai. Mas eu não deveria me prender somente a isso. Papa era inteligente demais para que sua atitude tivesse uma única motivação e fim.

Mas Selena me mostrou mais, me mostrou a guerra, quando tinha sido prometida a Dracul e como Eleazar, em seu primeiro ato como macho, desafiara o pai e revindicara mama de volta. 
Por um momento, pensei em como isso seria caso se repetisse, mas, ao contrário da relação que Selena e Eleazar tinham, eu servia à Mic fratele, esse era meu objetivo. Eu não era uma amante que espreitava nas sombras esperando ser notada. Eu agia por ele. Eu enfrentaria inimigos, guerras e até o mais gelado dos impérios por ele. 
Eu não era sentimental, não tinha aqueles sentimentos bobos escondidos que Selena nutriu. Sentimentos eram fraqueza e, independente do quão forte gritassem em meu peito eu sempre faria o que deveria ser feito. Assim como carregava aquele fruto no meu ventre, para mostrar a Eleazar a cria forte que Yan era capaz de gerar, assim como aceitei o casamento com uma mestiça suja, não protestando que ele manchasse seu sangue por isso se era em nome de seus planos.

Talvez fosse os sentimentos que Selena se obrigou a engolir que a tinham arrastado para essa loucura, mas eu não sofreria disso, eu estava distante À muito tempo.

~ mama.... ~ meus lábios soltaram o pulso dela após aquela história, após conhecer um pouco mais do que estava por trás do gelo daquela família. ~ Nunca vou permitir isso. ~ falei, concisa.  ~ Eu sou a força de Yan, mama. Eu sou o braço que sempre agirá de acordo com o desejo de Mic fratele... Eu mataria qualquer um que ameaçasse os ideais dele...

Minha voz sem emoção até então tremeu ao final da frase. Selena e aquele carinho me eram estranhos como a coceira de alguma era venenosa. Ela era inconstante demais para saber suas intenções com aquilo, mas eu também não iria confrontá-la.

Minha cabeça apenas se curvou em reverência quando eu me virei para as criadas, levantando da cama.

Mas eu não consegui dar o primeiro passo.

Eu senti algo estranho, algo com Yan, algo que fez todo o meu corpo vibrar com arrepio gélido na espinha. A minha ligação com Yan era forte, forte demais. Algo estava errado, a presença dele se tornou tão distante que eu deixei de senti-la quando me virei e uma dor abrupta e violenta irrompeu pelo meu ventre.

- Argh! - eu quase gritei, mas meu grito foi interrompido no meio. Eu nunca gritaria de dor na frente de mama ou de ninguém, mas não pude conter o curvar do corpo e as mãos que seguraram meu ventre.

~mama.... ~ eu fechei os olhos, contorcendo levemente o rosto mas a minha voz saiu calma, enquanto eu tentava recuperar a postura. ~ mea creează , mama
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MensagemAssunto: Re: Mulheres de Gelo   Mulheres de Gelo I_icon_minitimeSáb 9 Abr 2016 - 11:05

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Após dizer aquelas palavras, ao contrário do que era comum à Selena, ela não retornou ao seu mundo, ela ouvia a tudo que Ruri dizia, mas parecia aguardar mais, muito mais do que aquilo.

Seus olhos corriam pela expressão de Ruri e por seu corpo, como se procurasse alguma coisa, como se estivesse aguardando alguma reação a mais vinda dela. Queria dizer mais e mais coisas para a filha, contar ainda mais daquele passado que estava em tomos e tomos escondidos na imensa biblioteca.

Mesmo Yan que havia passado boa parte de seus séculos trancados naquele lugar não tivera conhecimento daqueles livros. Yan focara-se em livros de estratégia, história e guerras, mas não em sua própria história e ela nunca pudera ficar a sós com ele e lhe contar sobre quem fora Eleazar, quem fora Viorel e Lenuta, quem foram os grande antepassados do clã: a união de duas famílias tão poderosas e soberanas sobre a Romênia, que trouxeram uma existência de terror e horror contadas até mesmo na história da humanidade.


“A semente é forte” - este antigo lema ainda estava em algumas pinturas, aquelas pinturas, suas pinturas, perdidas na ala leste do castelo, aquela que estava sendo reformada para que um dia Tohru Kuran viesse a morar ali.

“Esta semente é fraca” - ela pensou, com certa amargura. Não via poder no sangue Kuran, estava perdido, dissolvido demais, esquecido de sua monarquia sobre seus próprios domínios. Os herdeiros eram tal qual baratas tontas e não tinha poder ou experiência o suficiente.

-Assim seja - Selena limitou-se a responder e então olhou para as criadas - procurem Treja, preparem nossa casa - ela anunciou de repente e então ouviu as dores e reclamações vindas de Ruri, um brando sorriso em seu rosto.

Selena ergueu-se imperiosa e curvou-se sobre Ruri, pegando-a nos braços como se fosse uma boneca de tamanho real, mas tão leve quanto qualquer Barbie em uma prateleira de loja de brinquedos.

Ela deitou a filha na cama, como há séculos não fazia e acariciou seu rosto.

-Não é hora de se conter minha pequena - ela ajeitou os cabelos de Ruri, num coque sobre a própria cabeça da vampira e então rasgou as saias do vestido de festa de Ruri - Tantos nascimentos esta noite - ela respirou fundo e olhou para a nevasca - mas a vida sempre cobra seu preço, entregando a conta para a morte - era estranho, às vezes lúcidas, às vezes perdida em um mundo de pensamentos, como se visse algo além, Selena falava e falava, talvez para Ruri, talvez para si mesma.

Treja entrou no quarto pouco tempo depois e assim que viu a cena ela entendeu o que acontecia e passou a dar ordens para as demais criadas, em seu jeito doce e tímido, como se pedisse um favor, mas nada daquilo era um favor. Ela mesma saiu do quarto deixando as duas mulheres a sós, com um sorriso esplêndido no rosto.

“A estrela da Romênia!” - ela pensou, orgulhosa enquanto corria pelo corredor, buscaria água quente, criados de sangue e o que mais precisasse. Um novo imperador nascia naquela noite, em meio à tempestade de neve.

As saias do vestido de Ruri agora eram trapos e Selena entregou um pedaço daquele tecido enrolado, para que Ruri mordesse. Ela massageava a barriga da filha, apertando levemente.

-Numa noite de neve, um ponto de luz se destacou, trouxe a vida, mas também trouxe a morte, a terra se escureceu num inverno longo e a primavera nunca mais encontrou seu lar. Sua criança se chama Renan e ela deve honrar às duas famílias! Renan Teppes Yuriev - Selena então passou a rir, rir de forma quase histérica, se afastando de Ruri e se aproximando da janela, abrindo, deixando a tempestade de neve cobrir o carpete com inúmeros flocos, que se amontoavam rapidamente ali.

Ela então se virou para Ruri e lhe chamou:


-Um filho do inverno ele deve ser, seu coração jamais poderá se aquecer - aos séus pés a neve chegava agora há pouco mais de cinco centímetros, a presença da louca anciã parecia atrair ainda mais os ventos frios - Venha minha criança, venha dar a luz no verdadeiro trono de nosso clã: o gelo!
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MensagemAssunto: Re: Mulheres de Gelo   Mulheres de Gelo I_icon_minitimeTer 12 Abr 2016 - 19:25

Antes de meu primeiro grito eu pude ver nos olhos de Selena que ela já sabia que minha cria vinha. Algo em mama, em toda a sua loucura, lhe dera uma sabedoria e percepção as quais eu não conseguia decifrar e, embora eu fosse forte, embora eu decidisse que não fraquejaria, pelo menos daquela vez me deixei carregar por ela, da mesma forma que fazia quando eu era criança. Há tantos séculos que nem sabia o quanto.
Lembrava que no dia em que fui apresentada à Mic fratele ela mudou. Foi como se eu deixasse de ser dela, de ser sua cria, para ser somente de Yan. Mas aquela noite e aquele gesto, mesmo não pertencendo mais à ela, Selena me tratou como se fosse sua. Como se eu fosse sua cria, carregando outra cria, nossa continuação meio minhas entranhas.
Ela me deitou e eu senti meu corpo contrair novamente. Minha mandíbula enrijeceu, mas não gritei, não expressei dor. Naquela noite eu traria o nosso filho ao mundo, ao seu futuro reinado. Eu não gritaria feito uma criada pondo qualquer bastardo na terra, meu filho nasceria no gelo.
Quando Selena abriu a janela eu senti o frio invadir o quarto, a neve se acumulando nos meus pés. A criança dentro de mim se rebelou mais, querendo vir ao mundo. As dores só aumentava  e eu me controlava o máximo que conseguia. Eu sentia o frio por todo o corpo, como se o gelo se entranhasse em mim novamente.
As palavras de Selena faziam pouco sentido enquanto eu tentava conter os gritos de dor, mas pude ouví-la chamar pelo meu filho e ele também ouviu, pois nesse momento eu soltei o primeiro grito repleto de uma dor que eu não sabia de onde estava vindo. Não sabia como controlar.
O líquido da placenta já havia empapado todo o lençol e congelado, formando uma camada de gelo, mas agora sangue também descia, como se minha própria cria forçasse seu caminho para o mundo.
- Mama!!! – eu gritei, como uma criança, como eu achei que nunca em minha vida gritaria. Mas algo parecia me rasgar por dentro com garras de gelo, meu sangue saía ao mesmo tempo que minha garganta secava como se eu estivesse sendo consumida por dentro.
Minhas mãos grudaram na madeira grossa do estrado da cama, praticamente transformando-o em pó enquanto as farpas só aranhavam minha pele. Eu ia ajudar aminha cria a nascer, a minha cria e de mic fratele. Era por ele, sempre foi por ele.
Ele acreditava que essa criança traria sua vitória, que seria seu trunfo perante Eleazar e se ela, Renan Teppes Yuriev, queria nascer não só no gelo, mas também no sangue, assim seria.
Eu urgi, fazendo força enquanto a neve já havia soterrado os meus pés e o vento gelado congelado qualquer suor em meu rosto. Eu senti algo me rasgando mais por dentro.
Ele estava vindo.

Então eu iria continuar. Faria toda a força que conseguisse até que não restasse mais nenhum resquício dela para consumir, mas traria nosso filho ao mundo, ao seu trono, Mic fratele.
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MensagemAssunto: Re: Mulheres de Gelo   Mulheres de Gelo I_icon_minitimeQua 20 Abr 2016 - 12:53

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As criadas entraram no quarto trazendo peles e duas garrafas de sangue e vinho, uma criada totalmente vestida de branco entrou no quarto trazendo uma maleta com alguns equipamentos médicos caso fosse necessário.

Treja trazia um pequeno báu azul com um coração de diamante encrustado na tampa, deixou-o sobre a cama e se postou ao lado de Selena.

A vampira assistia a cada passo de Ruri, sua mente dividida entre o presente e o passado, entre todas as memórias e memórias que via no sangue que vinha ingerindo, no seu próprio sangue e por conta de seu próprio dom. Sua mente estava em mil lugares naquele momento e, se não possuísse tanto poder quanto possuía, certamente estaria caída.

Ruri sofria com as contrações do parto e, por mais corajosa que fosse, aquele tipo de dor era capaz de fazer qualquer mulher gritar e com a forte vampira não seria diferente… e não foi.

Assim que Selena foi chamada, ela se aproximou novamente de Ruri, acariciando os cabelos brancos como a neve da filha.

-Não precisa se conter, não há fraqueza alguma neste momento, você é a mais poderosa das criaturas agora, dando vida ao futuro de nosso clã! - Selena depositou um beijo na testa de Ruri e então deu espaço para a filha. As dores intensos, os gritos e logo a criança coroava.

Selena se inclinou sobre Ruri e então pressionou a barriga da filha, lhe auxiliando naquele momento. Ela ainda se lembrava o quão sozinha esteve quando tivera Yan e ainda mais só quando tivera Ruri, apenas os criados assistiam de forma velada e silenciosa, enquanto ela gritava de dor, enquanto, assim como naquele momento, o gelo enchia seu quarto. Aquele fora seu único acalento.

Sangue, água, tudo congelava no lençol sob Ruri e agora era possível ver testa e sobrancelha. Selena puxou um pouco, delicadamente, conforme uma nova contração vinha e então a cabeça estava totalmente para fora, mas ainda de olhos fechados, Ruri precisaria se esforçar mais para que o bebê nascesse.

-Vamos minha criança, mais força, você precisa de mais força. como nunca teve antes! - ela disse para a filha, tornando então a empurrar sua barriga, porém agora com mais vigor.

De repente ela parou, erguendo-se, olhando pela janela do quarto, como se algo ou alguém a chamasse dali. Estarrecida, ela olhou para a neve que entrava, como se esta falasse consigo.

Selena deixou sua boca se abrir, como se algo inacreditável fosse soprado em seu ouvido, então ela sussurrou, deixando os ombros cair, porém erguendo sua mão no ar.


-Yan… - ela deixou o ar escapar dos pulmões, a medida que sentia a conexão que tinha com sua cria se desfazer. O vento silenciou por um breve minuto, no exato momento em que o choro do filho de Ruri enchia o quarto de forma estridente.
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MensagemAssunto: Re: Mulheres de Gelo   Mulheres de Gelo I_icon_minitimeQua 11 maio 2016 - 18:39

Um dor lacerante gritava em meu ventre, escorrendo o sangue pela minha luz. Ele estava vindo, Renan estava chegando, a nova estrela da Romênia, aquele que governaria os Yuriev... O meu filho com Micfratele...

Eu não precisava que mama me dissesse para fazer força, para pô-lo no mundo. Eu faria isso, ne que fosse a última coisa. Eu o traria.
E talvez fosse toda essa determinação que fez um grito alto e forte irromper minha garganta enquanto toda a minha força era usada para trazê-lo, enquanto eu mesma trazia o frio que iria embalá-lo ao novo mundo e à vida.

"Mic fratele...." eu fechei os olhos, trincando os dentes enquanto minhas próprias presas feriam meus lábios. Eu vi o rosto de Yan, eu o vi e sua vitória sobre aqueles que duvidaram da sua força.
Eu sempre fui sua força e agora, eu lhe daria uma força nova também.

Em um outro grito que preencheu o quarto a criança nasceu, envolto em neve, sangue fresco e sangue congelado.
Um vazio preencheu o quarto, me preencheu, mas não só pela cria que agora deixava meu corpo e gahava o mundo, mas por algo mais que parecia ter saído do alcance das minhas mãos...

"Mic fratele...." Meus olhos congelaram em algo que eu não soube explicar. Meu corpo inteiro tremia pelo cansaço, pela sede.
Busquei mama, mas ela ainda estava perdida como se algo a tivesse atingido da mesma forma que pareceu me atingir.

As criadas se aproximaram, mas ninguém tocaria em Renan.
Não antes de mim.

Eu me curvei usando a força que ainda tinha e pegando a criança pura recém saída de dentro de mim, a trazendo para perto, para meu colo enquanto eu mesma caía na cama novamente.
Onde Yan estava?.... A nossa ligação, eu não conseguia senti-la. Eu só a sentia naquela criança de olhos rubros enquanto rasguei meu dedo em minhas presas à mostra, passando em seus pequenos lábios e deixando que meu sangue entrasse.

O primeiro sangue, o mais importante, seria o meu.


-care domină dușmanii lor să conducă clanul lor , ceea ce face rege - (que domine seus inimigos, que lidere seu clã, que se faça rei) - meus olhos se fixaram nos da criança, lhe dizendo docemente - Sângele nostru este puternic și puternic va fi ta , ca și tatăl său , Yan , pentru că tu ești fiul meu și nepotul meu sa născut din cauza unirii mele cu fratele meu , tatăl tău , unchiul tău . Numele său este Renan , pentru că tu ești steaua România și statului și toți cei care a pus piciorul pe acest pământ . - (Nosso sangue é forte e forte será o seu, como o de seu pai, Yan, pois você é meu filho e meu sobrinho, pois nasceu da minha união com meu irmão, seu pai, seu tio. Seu nome será Renan, porque você é a estrela da Romênia e governará e todos que nessa terra pisarem.)

Meu corpo mal podia se erguer da cama, mas eu ficaria com aquela criança, eu a protegeria e eu mesma tiraria seu coração para guardá-lo no gelo imortal. Eu o ensinaria a ser forte, implacável, a ser um Rei.
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