Aos poucos as homenagens foram prestadas e a missa acabou, alguns alunos se despediram, mas Siberia e Caio permaneceram no local, Siberia queria conversar com o padre, queria lhe perguntar onde poderia deixar as flores para Hino e em que dias ocorriam missas ali para que pudesse comparecer e prestar outras homenagens.
O padre olhou penalizado para aqueles dois jovens. Certamente eles não tinham ideia do que estava ocorrendo naquele local e que a capela seria fechada dentro de alguns dias para uma minuciosa investigação policial.
Ela forçou um sorriso e então caminhou vagarosamente em direção a sacristia, pedindo para que os dois o acompanhassem. Naturalmente os jovens seguiram os passos lentos do velho padre.
Eles entraram e logo estavam em uma pequena sala atulhada com móveis antigos e cheiro de madeira envelhecida. Haviam algumas estátuas e ali parecia ser uma área comum onde o padre fazia uma espécie de sala de estar.
Ao que parecia apenas o velho homem morava naquele lugar, não havia sinal de mais ninguém ali.
Ele sentou-se e convidou os jovens para sentar, retirando um pequeno caderno debaixo de um compartimento de sua escrivaninha e pegando um lápis velho, com uma das pontas comidas.
-Estamos planejando uma breve reforma na capela este mês - ele mentiu, sabia que era pecado, mas sabia que aqueles jovens haviam passado por muito e temia que passassem por mais - Então me deixe anotar seu telefone pequenina e eu entro em contato assim que retomarmos nossas atividades. Te prometo - mais um pecado - uma bela missa em nome de sua amiga.
Ele aguardou as informações e então anotou, conforme eles falavam, fechando o caderno.
-Eu vou telefonar - o padre se despediu, abençoando os dois e então deixando que eles saissem.
Assim que os dois notaram que havia algo diferente, mas eles não podiam dizer o que, além disso, os poucos de seus colegas que haviam ficado para esperar por eles haviam simplesmente desaparecido.
Eles então ouviram um grito vindo da sacristia e correram até lá, porém, ao chegarem, tudo o que encontraram foi o caderno do padre caído atrás da mesa, ao lado de um pequeno querubim.