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 The little Princess

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MensagemAssunto: The little Princess   The little Princess I_icon_minitimeSeg 21 Dez 2015 - 9:37

PRIMEIRA PARTE - A PRINCESA LUTONT


Aalbourg, Alemanha – 1 mês e meio atrás.

Melissa ainda sentia frio em seu quarto de princesa. Frio e solidão enquanto sua porta permanecia fechada, sendo aberta apenas quando insistiam para que ela se alimentasse, mesmo que esse alimento normalmente não fosse exatamente consumido pelo luto. Frio e tristeza tão intensas que maculavam até mesmo suas belas e caras vestes brancas tingidas imaginariamente de vermelhas, mesmo que o sangue derramado semanas antes não mais a cobrisse. E, em seu rosto, haviam apenas lagrimas infantis, doces e inocentes. O rosto do velho avô adotivo que caíra perante a si, e também do menino. Aquele de cabelos tão claros quanto os dela e que outrora havia lhe jurado o mundo, mesmo que fosse um tanto mais novo que ela.

Seu irmãozinho, Ryan, ela havia lhe machucado a ponto que houvessem lhe levado para longe naquele incidente. E agora, mesmo que a casa estivesse vazia dos riscos, ela ainda não saia. Se recusando terminantemente a fazê-lo, insistissem a criadas o quanto quisessem. E mantendo-se somente ali. Segura e abraçada ao seu Teddy e seus bichinhos de pelúcia. Uma princesa lacrada em seu próprio mundo. Isso ela havia virado, desde o ataque e o anuncio de seu possível noivado com Gabriel, o "próximo príncipe" do contado de Lutont e o seu irmão mais velho. Não que ela se importasse com esse último fato em especifico, já que sempre fora uma menina comportada que fizera o que os outros lhe mandavam, embora, de maneira nenhuma, tivesse algum interesse além de amizade com o irmão.

-Teddy-chan, como pude fazer isso?

Ela perguntava abraçando o urso, enquanto seus olhos agora violetas irradiavam no escuro. O seu bicho de pelúcia retribuía o gesto, enquanto um segundo, uma espécie de elefante inchado e azul, apenas tocava o seu braço em um apoio silencioso. Não haviam construído uma boca no pobre coitado, embora ele soubesse se expressar muito bem, principalmente para aquela ali.

– Não é questão da culpa não ser minha, Dumbo-chan. Isso não apaga a morte de vovô.

A pequena e bela princesinha insistia, mordendo os lábios, quando a enorme porta de madeira fez menção de se abrir, liberando uma velha transformada de cerca de 50 anos, com roupas de criada e vazios olhos negros.

-Vossa Alteza... – A criada chamou, curvando a cabeça e demonstrando uma reverencia ultra respeitosa a garota pálida. – Está na hora de se alimentar.

Alertara ela, e, embora as pelúcias tenham, de certa forma, cedido espaço para que sua mestra se levantasse, melissa não se moveu, esticando seus enormes olhos vazios para a mulher.

-Não tenho interesse em me alimentar no momento... Pode trazer o saco de sangue e tomarei mais tarde.


Ou não. Ultimamente vinha recusando tudo que lhe era servido em luto, até mesmo os chocolates humanos que tanto gostava. E. mesmo que garganta arranhasse e insistisse para que ela a molhasse, aquilo não resolvia. Seus olhos apenas lembravam do descontrole e dos acidentes da última vez que tomou da própria fonte, da última crise e dos infortúnios que a sucederam. Não que a mulher a sua frente parecesse estar em seus dias mais compreensivos.

-Não posso concordar com isso hoje, minha senhora. Meu senh... Quer dizer, Gabriel-sama insiste que eu leve sua bela irmãzinha para jantar com ele essa noite.

-Gabriel-niichan? – Dessa vez foi a vez da pequena menina se erguer, quase recuperando o brilho infantil que outrora marejava seus olhos. – Ele decidiu vir tomar chá comigo e Teddy-chan?

Gabriel sempre costumava trazer bolos e doces quando a via tomar chá com suas pelúcias, até mesmo se juntando a ela de vez em quando com um sorriso tranquilo e sóbrio, apesar de um pouco triste. Mas daquela vez não seria assim.

-Não princesa... Ele vai se encontrar com alguém importante. Alguém importante que também deseja vê-la.

Mas Melissa não queria se encontrar com alguém importante, logo fechando a cara como uma criança emburrada, com os braços cruzados. Sim. Ela ainda parecia uma. Mesmo que agora tivesse quase um e setenta e um belo corpo de mulher. Mas ela era Melissa e talvez fosse sempre ser assim, a pequena princesa dos Lutont. Teddy e Dumbo também se ergueram em sua frente de forma protetora em uma cena quase fofa, mas perigosa.

Mas ao fim, nada adiantou e tudo que se viu depois foi a bela menina de cabelos muito loiro e olhos violetas, com um vestido de princesa perolado e braços cruzados e expressão vazia, seguindo pelo corredor acompanhada pela serva gorda e agora sorridente. Naquele momento, ninguém podia negar que parecia uma verdadeira boneca.

Uma boneca que nem ao menos conseguia se controlar direito. Repetia ela para si mesma. E que iria acabar machucando também Gabriel-niichan.
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MensagemAssunto: Re: The little Princess   The little Princess I_icon_minitimeSex 12 Fev 2016 - 21:35

Segunda Parte - O Ancião Desconhecido


Aalbourg, Alemanha – 1 mês e meio atrás.


Cirugicamente arrumados estavam os cachos claros caídos sobre o rosto e o belo vestido branco da bela princesa Lutont, lhe dando um aspecto de boneca de cera perfeita enquanto encarava algo a frente com olhos arrouxeados e focados ao lado de sua criada rechonchuda e sem aparentar muita simpatia por aquilo, pelo contrário, estava apática, mesmo diante do belo salão alemão mais bem decorado com cores claras e lustres bufantes. - Um salão certo para uma princesa jantar. – Sugeriu a serviçal com um sorriso aparentemente amigável nos lábios enquanto tentava a conduzir para dentro do local sem sucesso, pelo menos até que uma segunda pessoa ali se aproximasse.

Era um homem jovem, não mais velho que seus vinte três anos, embora usasse roupas da nobreza do século XVII, além de uma capa levemente corada de roxo, como sugeria a realeza. E que membro da realeza ele parecia. Quase como um príncipe dos contos de fada, Gabriel Lutont usava seu longo cabelo loiro claro amarrado em uma espécie de fita de rabo de cavalo que combinava em perfeição com seu vestuário, sua pele pálida e perfeita e seus olhos azuis como gelo, tão semelhantes aos que o pai fora agraciado, muito embora fosse difícil de se admitir. Em seu peito, orgulhosamente ostentava um broche com o símbolo de seu titulo de nobreza, que não contrastava em nada com seu sorriso educado e muito bem treinado.

– Senhora Kravenguer, pode nos dar licença. Eu posso cuidar da condução de minha noiva. – Gabriel pediu a sua maneira um pouco fria mas brilhantemente sem falhas e, quase ao mesmo tempo, em respeito, a outra vampira se afastou as palavras do puro sangue que era seu mestre, deixando que ele se abaixasse, beijando cavalheirescamente o dorso da mão da irmã com quem teria que se casar. – Melissa-san, se importa em compartilharmos a mesa de jantar por essa noite, teremos uma visita mais tarde que quero que conheça. – Perguntou ele quase de forma amigável. E mesmo que estivesse apática e com medo de machuca-lo depois do que fez ao seu avô adotivo, Melissa o seguiu em silencio com seus passos pequenos e silenciosos.

Mesmo que sentisse que o irmão estava forçado a fazer aquilo, Melissa nada falava. Não amava Gabriel, apenas gostava dele como um irmão, igual aos seus outros. Um irmão que prezava, com quem queria brincar e por quem se entristecia, mesmo que não tivesse compartilhado a infância consigo. Um irmão que podia ascender como novo líder Lutont e que ela queria ajudar em memória ao seu pai morto. Um irmão que ela não iria machucar como fizera sem querer com Ryan, ou pelo menos, assim senhor Teddy sempre tentara lhe convencer, embora seu outro eu discordasse veementemente da ideia de se juntar ao palhaço almofadado. Mas Melissa sabia que Kuroe era problemática e independente. Sabia que Kuroe presava por sua liberdade e dela, mas e quanto a Gabriel? A outra parecia não saber o que era perder algo importante. E por isso ela estava ali...

Também não sabe que sou um perigo para Ryan e meus amigos... Pensava a garota, olhando para a mesa em silencio e então para seu “príncipe”, que logo após a empregada colocar-lhe babadores, sentou-se a sua frente. Não que seu olhar estivesse muito mais focado nele ou em qualquer coisa na sala que em suas lembranças. – Vai ficar feliz em saber que mandei prepararem um bolo de chocolate, o seu preferido, embora tenha pedido por um ingrediente especial que possa alimentá-la de verdade, minha princesa. – O vampiro anunciou de forma quase animada, mesmo que Melissa soubesse que nem ele nem seus antigos avós aprovassem muito aquilo. Comer comida humana, encher-se de açúcar que seu corpo não absorveria até não conseguir mais apenas por um capricho mimado. – Obrigada, Gabriel-niichan... – Acenou ela, embora diferente das outras vezes, ela não apresentasse muito interesse quando a torta lhe foi servida e cortada em sua frente, enquanto o outro tomava uma taça do que cheirava como sangue, apenas a observando com um olhar inquisitor e talvez curioso.

Era tão estranho vê-la recusar doces, principalmente quando seu garfo parecia não se mover. Assim como seus olhos, ainda traumatizados pelo assassinato. – Niichan... Acho que não quero mais comer... – Sua voz doce e bela saiu alguns minutos depois, enquanto ela olhava a sua volta. – Não estou com apetite... – E no mesmo silencio que estava, Melissa se levantou, saindo andando com seus pés leves, embora sua garganta continuasse a arder de sede e sua gula exigisse um pedaço de torta. Não. Ela não podia... Tinha atacado seu avô adotivo e Ryan... Tinha sido uma menina muito ruim... Ela não merecia aquilo... E Paft!

Em meio a sua distração, Melissa havia trombado em alguma coisa que não cedeu a sua força, e teria caído no chão se uma mão não tivesse lhe segurado. – Gabriel-Nii... – Começou ela, afinal, só podia ser o único PB ali pela presença, mas quando seus olhos subiram e o encararam, ela viu que não o era. E sim um homem elegante de terno negro, também jovem e com longos cabelos castanhos que havia lhe segurado. Um homem bonito e que lhe dava uma sensação estranha. Medo, familiaridade, frio na barriga, e talvez outra coisa. – Ah... Me desculpe... Senhor, err... – Melissa expressou abaixando um pouco o olhar diante do outro puro bem mais alto que ela, com o rosto vermelho. A sensação que o homem lhe causava era estranha, deixando-lhe zonza e quase paralisada com aquela aura tão forte, muito mais do que já havia visto...

-Murtagh... Sou Murtagh Fallneaves, e você deve ser a bela senhorita Melissa não é, a noiva de meu vassalo... – Sugeriu ele em um tom gentil e calmo, mas de alguma forma sério a ponto que ela sentisse um frio na espinha e seu sangue se agitar e aquela sede surgir em sua garganta enquanto todo seu corpo formigava sem conseguir soltar a mão do homem e fazer nada a não ser concordar, embora suas presas se forçassem a sair... Aquele cheiro... Aquela presença... Algo parecia invadir sua mente de repente, enquanto um turbilhão de pensamentos se misturavam. Sua cabeça parecia cheia e por instantes parecia que iria desmaiar. – Pobre criança... Não anda se alimentando direito...– Pronunciou o homem balançando a cabeça e então tudo se apagou.
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MensagemAssunto: Re: The little Princess   The little Princess I_icon_minitimeDom 14 Fev 2016 - 8:31

Tentar colocar um espirito em um lobo (domá-lo):
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MensagemAssunto: Re: The little Princess   The little Princess I_icon_minitimeDom 14 Fev 2016 - 8:31

O membro 'kagura' realizou a seguinte ação: Lançar Dados

'D10' : 10, 10, 4, 9, 3, 1, 4, 8, 2
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MensagemAssunto: Re: The little Princess   The little Princess I_icon_minitimeDom 14 Fev 2016 - 9:20

Terceira Parte – Domadora de Espiritos.

Memorias percorriam a mente de Melissa. Memorias antigas, memorias novas que ela não conseguia se lembrar ou saber a quem pertenciam. Uma menina de vestido negro sorrindo em meio a um campo de centeio para o irmão maior que corria atrás dela. Um campo cheio de corpos mortos e pendurados com apenas ela em pé rindo enquanto segurava uma foice. A mesma menina ouvindo o irmão tocar piano, ou seria Harpa? A casa na Irlanda, um castelo enorme e cheio de quartos para explorar. E quatro homens reunidos a conversar enquanto ela entrava com roupas do século XV. Então o rosto de diversas pessoas... Eram seus pais? Eram seus irmãos? Ela sabia que sim, mas não sabiam que podiam ser tantos ou qual eram o verdadeiro? No final, só havia sobrado ela e Kuroe? Ou seria apenas ela? A menina de seus sonhos sempre era morena, mas ali, em sua realidade, ela só via a si, e um espelho a sua frente. Sua própria alma que eram duas e ao mesmo tempo uma só. Uma unidade indivisível que de repente se sentia esmagada por algo com pelos, enquanto uma bela música que lembrava de sua infância cobria o ambiente...

-Charles-niichan? – Chamou ela confusa, olhando para Teddy que puxava seu cobertor querendo acorda-la. Não... Aquilo não era a musica de Charles, era outra... Algo muito mais antigo que isso. – Senhor Teddy? – Chamou ela se levantando de seu lugar. Sua cabeça ainda estava pesada, mas agora ela estava bem melhor. Pelo menos conseguia se levantar, ou achava que conseguia, enquanto o gosto mais doce de sangue que já havia sentido jazia em sua boca. – O que aconteceu? Isso não é a casa de Gabriel-niichan.. – Notou ela.

Não. Aquilo não era a velha mansão e sim um aparente apartamento de hotel luxuoso onde um homem de cabelos escuros e olhar inquisitivo lhe observava, quase curioso conversar com o ursinho. Definitivamente aquele não era um lugar que conhecia, e por isso o urso logo a puxou, segregando-lhe. – Gabriel-san quebrou o noivado com a senhorita por ordens superiores... Depois viemos parar nesse lugar estranho. – E mostrando seus braços de pelúcia mal costurados e cheios de espuma, ele apontou para o vampiro moreno, que Melissa supunha ser um nobre pela aura. – Depois, quando tentei fugir com a senhorita, o cretino tentou me depenar... Queria me colocar naquela caixa horrenda de brinquedos com senhor dumbo e... – O urso de pelúcia contava quase enraivecido, enquanto a menina lhe abraçava quase curiosa com a saída do homem e depois com a pausa da morte. Apesar de dever sentir medo de estranhos, principalmente quando podia sentir claramente a aura esmagadora de um ancião ali, de alguma forma não parecia se sentir nervosa, apenas curiosa.

Principalmente quando viu o homem do jantar se aproximar de si com aquelas roupas elegantes e exageradas de antes, como se estivesse alguns séculos atrasado. – Senhorita Melissa, fico feliz que tenha acordado. Necessita de algo ou quer que troque seu guarda costas? Hamlet me disse que seu “amigo” não estava se sentindo bem em sua presença. – Sorridente e calmo como uma água tranquila, o homem pediu licença educadamente, se sentando ali, no sofá à sua frente. Uma estátua em uma vitrine de roupas de época. Assim ele parecia, enquanto ela balançava a cabeça. – Não... Teddy-chan as vezes cria problemas tentando me proteger. – Respondeu a loirinha, enquanto abraçava o pequeno urso que resmungava devido a sua frase. Pensando bem, aquele homem não era estranho... Já havia visto ele antes, muito antes do incidente na casa de Gabriel, mas onde, ela não conseguia lembrar, enquanto balançava as pernas o encarando. De onde ele era... De onde ele era... Ah... Espera! Já sabia! Só podia ser isso. – O senhor por acaso era um amigo de meu avô? – Perguntou a pequena, um pouco desconfortável pelo silencio.

-Depende do avô que está falando, se é de Lutont, sim... Eu era seu suserano antes que morresse, um tipo de amigo. – Amigo de Oliver Lutont, o tão falado puro sangue frio como gelo e amargurado com morte trágica que ela ouvira os criados cochichando nos corredores. Um sangue puro que cometera suicídio ao descobrir as traições da mulher, ou assim diziam as más línguas. Bom... Nesse caso, então devia ser. – Já sei... Então te vi em algum filme antigo não é? – Mas o homem apenas soltou um riso baixo, balançando a cabeça com calmaria, enquanto dava um gole em uma taça de sangue que um dos criados havia lhe entregado. – Também não, senhorita Lutont... Eu sou um homem simples como vê, um homem que normalmente não se envolve na mídia e em escanda-los, ao contrário de um dos talentos de meu afilhado...

Então o homem de cabelos castanhos, apenas acenou para o tal de Hamlet e, por instantes, Melissa o viu desaparecer, então também trazendo uma taça para ela. – Aceita uma cortesia de meu senhor, senhorita Lutont? – Perguntou o servo de maneira perfeita, entregando a taça nas mãos da menina que aceitou prontamente por educação. O cheiro era bom, e a textura do sangue parecia saborosa. Notou a menina mordendo os lábios, enquanto sua garganta ardia perante aquela visão. Ela não podia, podia? Tomar sangue era errado e... – Pode me dar algumas pastilhas? – Quase automaticamente, a pequena menina largou o copo na mesa, apertando os punhos na mão, enquanto o serviçal a olhava incomodado, e o outro puro sangue apenas bebericava sua bebida calmo, fazendo um sinal negativo com a cabeça.

- Posso saber por que a senhorita insiste em pedi-las, se sabe que elas te deixam doente? – Pronto, Murtagh havia perguntado, inclinando o corpo para frente e a encarando nos olhos e àquela altura, melissa não conseguia mais se controlar ou desviar a atenção. Estava presa ali, totalmente capturada, como se os olhos do homem lessem sua mente e a controlasse apenas com aquele ato. – Não elas não me deixam doente, elas apenas... – Tentou começar a meninas, mas algo ali dizia que ela estava mentindo. Ele sabia, sabia de tudo que havia acontecido desde que alcançara a puberdade atrasada. Suas crises, as feridas, os vômitos com sangue, os ataques... Tudo. E só teve mais certeza, ao ver o seu olhar severo. – Elas apenas não foram feitas para vampiros que não nasceram para comer capim, como a maioria desses sangues fracos de hoje em dia parecem ser feitos. Agora pare de infantilidades e trate de tomar o sangue, vai te fazer bem melhor, e quem sabe não melhore essas suas crises. Aquele velho que matou não era nada, apenas mais um desses fantoches metidos a amiguinhos da associação. Talvez se não fosse tão tolo, tivesse percebido.

E, mesmo com lágrimas nos olhos diante das palavras duras sobre seu avô, Melissa viu sua mão se mover e a taça de sangue chegar a sua boca sobre indução. Era doce como chocolate, só que melhor, deliciosa e quente, acalmando sua garganta. Era mais forte que sangue comum. Bem mais forte do que qualquer sangue que já havia tomado só que familiar. Era quase... Sangue de puro sangue. Mas havia algo mais. Logo a menina se viu mordendo os lábios. Algo que lhe incomodava o tempo todo e só agora vinha em sua mente. – Murtagh-san, se puder perguntar... Posso saber por que me trouxe aqui? – E então, encorajada e séria, a menina bebeu o resto do conteúdo do copo, enquanto o homem maneava a cabeça com um sorriso enigmático. – Algumas vezes alguns vassalos ultrapassam a barreira de até onde podem chegar sem minha permissão. – A resposta fora simples e seca, embora ele logo tenha voltando a sorrir para ela daquela maneira tranquila e quase paternal. – Mas isso não é algo com que deva se preocupar por hora... – O homem pegou outra taça das mãos de seu subordinado. – Não deve se preocupar enquanto ainda está doente... – E então seus olhos se fixaram aos dela, calmos, tranquilos, firmes, gentis e assustadores ao mesmo tempo, embora de certa forma nostálgicos. Arrouxeados como os de seu irmão. – Diga-me Melissa, gosta de animais?

Animais? O que ele queria dizer com aquilo? É claro que ela gostava. Mas nada poderia falar, ainda não confiava naquele homem, embora algo em si dissesse para fazê-lo e aquela frase poderia significar tantas coisas. E se ele a obrigasse a matar um? Melissa simplesmente se encolheu em seu lugar ante a ideia. Teddy jazendo em sua mão e talvez mais tensa que o normal. Não que o homem parecesse não perceber, ou melhor, não ler a sua mente. – Não se preocupe, não terá que fazer nada com ele, é um presente... – Então, acenando para um criado, o homem mandou que trouxesse “a gaiola”. Um minuto, talvez menos. Esse fora o tempo que o homem se manteve afastado até traze-lo colocando sobre o centro da sala.

O homem de cabelos castanhos apenas manteve-se parado, enquanto parecia observar alguma coisa, como o alvo de um estranho experimento ou um show, e Melissa apenas virou a cabeça, observando quando a pequena gaiola foi aberta, até que seus olhos captassem um belo exemplar de lobo cinzento, bem grande para a idade e com o pelo quase totalmente branco, como a neve. E, mesmo que tentasse evitar, seus olhos não deixaram de brilhar. Ele era tão fofo. – Peguê-o... – Encorajou o homem. – Ele é seu... Isso é... Se conseguir domá-lo!

Sério mesmo que era dela? Melissa ainda parecia meio incrédula quando deixou seu corpo se mover para se aproximar. Ainda não acreditava muito naquilo, principalmente quando a criatura se afastou, assustada. Ela era uma vampira afinal... Uma predadora. A menina deu um suspiro, correndo pela sala até o ponto onde o lobo se escondeu, e, por instinto, o agarrando, enquanto ele se agitava, mordendo, arranhando. Ou pelo menos tentando fazê-lo. – Acalme-se... – Pediu a menina sem muito sucesso.

Ela só queria ser sua amiga, então porque? Teddy parecia desesperado correndo em sua direção e melissa sentiu algo em seu braço rasgar em sangue com uma mordida, embora para ela aquilo não fosse mais do que o golpe de um yorkshire raivoso. – Calma... Calma... – Pediu, mas tudo que havia ali era medo, principalmente quando o criado chamado Hamlet fez menção em se aproximar. – Senhorita Melissa, vai se machucar dessa forma... Esse filhote é violento, me dê-o aqui que arrumarei outro...

Arrumar outro. Isso possuía apenas um significado, percebia a menina, balançando a cabeça e então abraçando mais o animal. Não. Ela não queria outro. Ela queria aquele, White-chan... E assim, levada pelo instinto ou sabe-se lá de que forma, aguentando a dor, a puro sangue apenas o virou de barriga para cima. – Olhe em meus olhos... – Falou de maneira direta e gentil, enquanto aqueles olhos amarelados encontravam o seu arrouxeado paralisado e ela podia sentir algo a sua volta, como o som dos espíritos ali, que sempre jaziam a cerca-los. – Agora se acalme... – E ela estendeu a mão até o focinho da criatura, o acariciando, enquanto sentia uma energia de resistência ao pouco diminuir dentro de sua mente e a sua volta...

E então algo molhado, saltar em si, lambendo o seu rosto, como um cachorrinho alegre, embora esse ainda rosnasse para Hamlet de forma protetora. – White-chan! – Gritou a menina animada, enquanto abraçava o seu novo amigo sorridente e sem se preocupar com problemas, enquanto Murtagh apenas lhe dirigia aquele mesmo olhar curioso e interessado. Sim... Havia visto exatamente o que queria.
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MensagemAssunto: Re: The little Princess   The little Princess I_icon_minitimeSeg 22 Fev 2016 - 18:57

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