Quarto de Hospedes - Kyoshiro

Chegara aquela cidade com o intuito de buscar o paradeiro de seu pai, Kyo sentia a presença algumas vezes sentia pelo odor que estava perto, mas sua mente às vezes lhe enganava. Após fugir de um mafioso estava escondido sob a forma de um monge, mas sabia que não era um bom disfarce e que sua presença logo seria notada.

Entoava um mantra sentado sobre as pernas enquanto meditava em busca de uma solução, quando aquele humano entrou na igreja, Rocco Kristan reconheceu a sua origem e não pode se esconder mais, era sorte? Não sabia dizer, afinal desde que saiu do mosteiro nas montanhas geladas do Tibet só encontrou interesseiros ao que ele era, um puro sangue que muitos queriam manipular e usar, não que aquele humano fosse diferente, mas ao menos não demonstrava interesse em usurpar seu poder através do Fowlon.

Assim foi levado até os Kurans e conheceu o futuro monarca, um jovem puro sangue que aparentemente tinha lhe oferecido ajuda e proteção, aceitou de imediato, já que naquele lugar poderia ter ao menos uma segurança para procurar pelo seu pai. Haviam acomodado em um quarto que ao seu sentir era até grande demais e acostumado as instalações mais simples estranhou o ato de tratarem com tanta formalidade e respeito. Talvez fosse por conta de seu poder, que apesar de está se concentrando para inibi-lo, podia ainda por aqueles presentes sentido com alguma força a mais. 

Não enxergar como os demais, era o preço para se pagar em não poder abrir os olhos, nunca viu o mundo por completo somente cheiros e sensações lhe diziam o que tinha a sua volta. Segurou por fim uma flor e suspirou, fazia treinos diários para controlar o poder de seus olhos e assim um dia conseguir abri-los, seus esforços somente lhe permitia abrir uma linha tênoa de suas pálpebras. Arriscou e a flor em sua mão virou pó, conseguiu ver de relance que era um tom forte escuro, era uma rosa vermelha. Procurou esquecer por enquanto aquele momento e voltou a se concentrar nas meditações

Era com esses pensamentos que o puro, estava meditando, se preparando, limpando sua aura para realizar aquele cerimonial, iria fazer como os antigos puros sangues que realizavam união dos clã através do sangue.

Para isso assumiu sua real forma e concentrado ainda meditava quando ouviu ao longe os passos se aproximar do quarto, parou por um momento sorvendo suavemente o ar, mesmo que estivesse distante podia sentir o aroma da jovem Kuran e deu um breve sorriso, voltando a ficar imóvel na suas meditações.

Ela tocou suave a porta e ele parou girando a cabeça para a direção da porta, levantou por fim caminhando até a porta e abriu com um suave sorriso a jovem Kuran, ele não notou, ou esquecerá, se apresentou a ela na sua real forma, pele tão alva que chegava a ser translucida e longos cabelos brancos. Inclinou o rosto fazendo um gesto para ela, querendo saber o que desejava-lhe falar.

-Tohru-dono, o que deseja me falar? - Esperou pelas palavras dela.

+ Kyoshiro +

Sorriu gentil a jovem Kuran que estava lhe transmitindo um recado quando ela de repente gritou assustada e começou a falar sobre um nome que ele desconhecia, mas pelo seu estado de pavor fez ele se alarmar.

Aproximou dela rapidamente tocou com a mão direita a testa dela e a trouxe para perto dele, envolveu a cintura da jovem e sussurrou bem próximo a ela.

-Acalme-se Tohru-dono...-Trouxe-a para dentro do quarto fechando a porta e afagou sua face delicadamente induzindo com seu poder mental a sensação de calma e segurança. -Não sei quem são esses que fala, mas não estou aqui para lhe fazer mal.
Esperou ela se acalmar ainda induzindo sua mente.

+ Kyoshiro +

Ele ouviu atento, aquele nome citado não fazia a minima ideia de quem seria, mas pelo estado da jovem Kuran, ele não deveria ter sido bom para ela.

-Gomenasai Tohru-dono, não queria lhe assustar.

Falou em um tom respeitoso e demonstrando se desculpar, como havia notado, realmente era um ser que lhe fizera mal e levado a cria dela.

-Esse vampiro, Yuriev quer destruí-la, ao que parece, por qual motivo iria fazer mal a senhora Kuran?

Ele perguntou, mas realmente estava mais preocupado com o estado dela do que com a história por trás daquele rompante ao vê-lo. 

-Essa é minha real aparência, Tohru-dono, sinto muito se não me apresentei antes assim, mas tenho motivos para criar uma aparência mais comum e assim passar desapercebido, ou pelo menos não chamar tanta atenção. - estendeu os braços para si mesmo. -Essa minha aparência é notada mesmo que eu me escondesse.

Virou o rosto para sua direção e balançou a cabeça negando aquele pedido.

-Sinto ter-lhe assustado, não precisa se desculpar, mas onde está esse que tanto teme? Pelo que gritou anteriormente estava com medo dele vir buscá-la.

Ele andou pelo quarto e tateou o lugar e tocou em uma cadeira e apontou a ela a outra, esperando ela sentar para poder se recompor.

Pensativo lembrou dos ensinamentos de seu pai sobre alguns tipos de vampiros e principalmente dos que costumam lutar por poder e ânsia em dominar territórios, principalmente onde há grande chance de dominar humanos para se alimentarem.

Atualmente aquele instinto primitivo tomara lugar ao que parece o poder em governar os demais vampiros, esse reinado que é regido a milênios pelos Kurans ao que parece poderia ser desfeito e a jovem Kuran era um pivô nessa disputa.

Um herdeiro colocaria esse clã na posição de domínio da monarquia suprema, mas ainda assim não seria o tal Yan Yuriev a querer tal trono? Então, qual a finalidade de um herdeiro?

-Sinto muito por tudo que vem passando Tohru-dono, realmente ser forçada a tantas provações deva ser deveras sofrido, mas posso sentir que de tantas provações mudaste muito, era uma mestiça e atualmente está no mesmo nível de um level B, isso lhe dará a força necessária para lutar contra esse clã.

Levantou e andou pelo quarto assumindo instantaneamente na frente dela a face anterior de longos cabelos negros. Virou o rosto para a direção onde podia ouvir a respiração da vampira.

-Eu acredito que vosso tio terá condições em lhe proteger e há algo que pode ser feito em relação a esse casamento. - Pensativo lembrou de alguns livros antigos que lera sobre a história do surgimento do regime monárquico feito pelos Kurans.- Seu tipo pode anular o casamento, já que o Yan Yuriev não lhe pediu formalmente ao clã Kuran e se deseja pode negar esse pedido, por isso que acredito que seu tio lhe falou que não reconhece esse casamento como legítimo, já que apesar de cada clã dominar uma região e ter seus próprios regimes de leis, ainda assim são reportados ao governo maior que vem ao caso ser os dos Kurans. - Inclinou a cabeça e sorriu gentil.

+ Kyo +

O puro ouvia e deu uma leve riso quando ela disse que era fraca e medrosa. 
-Tohru dono depois de tudo que me contou ainda acha-se assim? O que sinto em ti e pelo que passou e sobreviveu ao ponto de esta aqui contando não são atos de fraqueza e sim de muita força e coragem. 
Ficou perto dela e continuou.
-Medo é só um sinal de alerta que ajuda a se livrar dos perigos, mas agora o que sinto de Tohru dono é um imenso poder crescendo e com isso seus receios irão diminuir. 
Pensou um pouco e inclinou o rosto para ela. 
-Seria uma honra se me permitisse ajudar a controlar esse poder, sou mestre em duas artes de meus dons, controlo frio e controlo mental, talvez o que eu saiba possa lhe ajudar a superar e usar esses dons.
Afastou e voltou a face para o cabideiro onde haviam suas vestes cerimoniais,tocou ajeitando para poder preparar -se.
-Seu tio provavelmente teria motivos para negar o pedido? -pensou sobre o casamento dela. 
Quando ela se levantou para sair ele suspirou baixo gostava de conversar e a jovem vampira era agradável. 
-Tohru dono fico feliz para mim manter essa forma é um desgaste grande de energia e por vezes volto ao meu estado normal... Manter uma ilusão diferente custa energia e sangue ... Por algumas vezes me apresentarei assim e fico contente que isso não lhe afete mais.
Ouvindo os passos dela e sua despedida chamou-a por antes que saísse.
-Tohru dono seria atrevimento de minha parte lhe dar um item que creio eu ajudaria nessa sua jornada?
Tirou por fim andou ate o guarda roupa e pegou de la uma caixa e ao abrir tirou de dentro um rosário de contas em forma de pulseira. Era pequeno e delicado com pérolas negras. 
-Gostaria que ficasse com esse rosário e quando estiver aflita ou angústias use para se acalmar e assim conseguir pensar melhor em uma solução. 
Sorriu gentil e estendeu a ela.
-Eu quando estou um tento preocupado e angustiado entoou mantras usando o rosário ajuda a me acalmar. -sorriu.

Rosário de pérola Negras:

+ Kyo +

Ele curva-se e quando ela abre a porta ele se aproxima se guiando pelo som da mesma e toca no batente sentindo a presença dela que emanava uma aura um tanto diferente do que ele costumava sentir dela. 
-Tohru-dono, nunca tire do pulso, vai ajudar em caso precise ou de sinta ameaçada. -Afastou dando passagem a ela. -Estarei ansioso por ver sua apresentação na cerimonia tem uma voz muito bela. -Percebeu a aura dela mudar de tom e pigarriou. -Desculpe se fui ousado, costumo ser um tanto evasivo sem perceber. -curvou-se novamente .
Concordou com a cabeça em aguarda quando poderia ir a cerimonia para iniciarem o casamento.