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RPG Vampire Knight
 
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 Rousson

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Lohanne
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Yan Yuriev - Vampiro Puro Sangue

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MensagemAssunto: Rousson   Rousson I_icon_minitimeQui 18 Fev 2016 - 14:48

Rousson 9ql11t


Romênia, eu não pretendia voltar para cá, mas existe algo chamado destino, algo no qual os humanos acreditam cegamente, que me forçou a fazê-lo.
Nossa espécie desgraçada sempre viveu amaldiçoada mas eu nunca encarei a vida eterna como forma de maldição, até esse momento...
Algumas pessoas acreditam que desde que nascem, têm sua trajetória traçada e nada pode ser mudado. Eu não encarava dessa forma até hoje, até esse momento que me vejo novamente sentado no escritório do meu pai, escrevendo esse texto.
Como dizia, eu não pretendia voltar a Romênia. Meus pais têm um modo de vida do qual eu estava tentando me afastar. Eles mesmo disseram que não havia nada a ser feito, que era meu destino ser o que sou e que eu não poderia fugir. Como uma mácula, uma nuvem pairando sempre sobre você, algo que jamais poderia ser limpo, escondido ou evitado. Eu não quios acreditar, pois para mim nada mais fazia sentido. Nada, desde que encontrei aqueles olhos azuis.
Eu saíra naquela noite, assim como em todas as outras disposto a matar. Matar humanos, ver o desespero em seus olhos, sentir o medo em seu sangue, aquilo me instigava de maneiras que ninguém mais pode compreender e eu mesmo não busco por compreensão, não mais...
Como dizia, naquela noite eu saíra atrás de sangue, disposto a matar quem quer que fosse, da pior maneira possível. Saí tarde da noite de uma taverna, depois de me divertir de uma forma bastante... mortal posso dizer. Eu levava comigo uma dessas damas, que de dama nada tem, mas ela havia passado a maior parte da noite em minha mesa, se divertindo, então com certeza ela me achava um cavalheiro nobre e ficaria aterrorizada quando visse minha verdadeira face.
Chamei um cocho que passava, sabia que por ele estar trabalhando àquela hora, provavelmente seria o tipo de pessoa que nada vê e nada ouve. Exatamente o tipo de pessoa que eu precisava.
Dei as instruções e me fechei com aquela jovem na parte detrás, a olhando com um sorriso enquanto ela se aproximava, tentando ser o máximo sedutora, mas a coitada era simplesmente... vulgar demais...
"Onde estou com a cabeça? Devo estar desesperado de sede..." - pensei, retribuindo o beijo dela da melhor maneira possível, enquanto minha mão descia por suas costas, segurando com firmeza em sua cintura, fazendo-a suspirar.Sorri em meio ao beijo.
"Tola..." - pensei, me divertindo um pouco afinal, ansioso por apertá-la com mais força, até que suas costelas quebrassem. Minha imaginação correu, assim como minhas mãos e quando senti aquele cheiro de sangue, julguei ter ido um pouco longe. Estava preparado para ouvir os gritos da jovem mas ao invés disso, ouvi gritos que vinham de fora do cocho. Parei de beijar a dama que me acompanhava e dei ordem para que o cocheiro parasse. O cheiro de sangue aumentou, assim como os gritos angustiados, uma voz feminina pedindo ajuda desesperadamente.
Aquele tom me fez sorrir, era o que eu gostava e bom... era sempre bom ter mais sangue. Mas bastou alguns segundos para eu perceber que o cheiro de sangue no ar e o cheiro da pessoa que gritavam não era o mesmo. Curioso eu saltei o cocho e pedi que a dama me aguardasse, dando-lhe mais um beijo. Sabia que ela me esperaria pela eternidade pelo olhar que me lançou. Certo disso, corri na direção da qual vinha o cheiro, me esgueirando pelas sombras. Logo avistei uma jovem moça ao lado do corpo de um senhor que estava ferido no peito. Tive tempo de avistar uma sombra que sumiu em seguida, provavelmente um desses ladrões vagabundos.
Como num impulso meu corpo se moveu e logo eu estava diante daquele pobre infeliz, segurando sua garganta com uma das mãos e o erguendo do chão. O olhar espantado dele, enquanto minhas presas se sobressaiam pelo lábio foi fascinante e eu não resisti a mordê-lo ali mesmo, ouvindo logo o som do metal batendo no chão de pedra. Ele havia roubado uma bolsa com moedas.
Cicatrizei a ferida, abrindo em seguida um largo corte em seu peito. O sangue que sobrará encharcou a camisa e então eu o joguei em um canto de um beco, certificando-me que estava limpo e então pegando a bolsa com dinheiro, voltando para perto das minhas duas próximas vítimas em seguida.
Quando ouviu meus passos, o coração assustado da moça se sobressaltou mais ainda, me fazendo sorrir, mas meu sorriso logo sumiu quando ela me fitou com aqueles olhos azuis, aqueles olhos cheios de lágrimas. Eu abri a boca para lhe dizer algo mas foi como se... eu simplesmente não sabia o que dizer. Estendi-lhe a bolsa com as moedas e me abaixei ao lado do homem ferido. Aquele senhor morreria em questão de tempo se nada fosse feito.
~ please help him... - ela soluçou e eu desviei o olhar da ferida do homem para ela, assentindo com a cabeça. 
Me ergui com o homem no colo e caminhei em direção a uma hospedaria que eu sabia que ficava próxima dali. Havia me esquecido completamente da jovem dama e do cocho que deixara para trás, a voz daquela jovem parecia me ordenar como a voz de meu pai, me deixando sem opções além de acatar seus pedidos.
Ela me seguia, segurando a  bolsa, apertando-a com suas mãos aflitas.
- Fique calma... eu vou ajudá-lo - lhe prometi, tentando acalmá-la.
Eu não conseguia entender porque estava sendo tão gentil com aquela humana, mas algo dentro de mim parecia se satisfazer com aquilo. Ela sorriu e foi como se houvesse um anjo na minha frente. 
Pela primeira vez em todos aqueles anos eu estava me sentindo constrangido.
Quando chegamos, ela simplesmente fez um sinal com a cabeça para que eu seguisse a diante, escolhendo qaulquer quarto, me mostrando a bolsa com dinheiro, indicando que pagaria pela instalação.
Subi e escolhi um dos primeiros quartos que vi e em vendo a sós com o homem, cicatrizei sua ferida de modo que a hemorragia parasse e ele não morresse, mas ainda deixando boa parte do corte aberto, em seguida, comecei uma série de cuidados humanos, rasgando o lençol e o umedecendo com o jarro de água que havia no quarto, limpando em volta do machucado. Tirei do bolso do casaco uma garrafinha com whisky e umedeci o pano mais uma vez, passando em volta do ferida do homem, o álcool evitaria uma infecção, ao menos eu esperava.
Feito isso, cobri o home  da melhor maneira possível, deixando apenas a ferida descoberta, logo ouvindo batidinhas tímidas na porta. Corri e a a abri, ajeitando em seguida as mangas da camisa que havia arregaçado.
Qualquer outra mulher olharia para mim, mas aquela jovem simplesmente passou por mim e correu para seu parente, o abraçando, chorando novamente. Fui até ela e a segurei, suavemente, a puxando para que se afastasse.
- Ele precisa descansar agora - disse, tentando acalmá-la, acariciando seu rosto. Ela segurou minha mão, assentindo com a cabeça e então o olhou mais uma vez, suspirando.
- Daddy... please... be fine... - ela pareceu pedir, quase implorar, para que aquele homem ficasse bem, depois voltou a me olhar e estendeu a bolsa com dinheiro - Obrigada gentil senhor, eis tudo o que posso oferecer - ela abaixou a cabeça, humilde.
Aquele gesto me ofendeu e eu fechei a cara no mesmo momento, repelindo o dinheiro. Me afastei dela e sentei e uma cadeira próximo a porta, indicando o sofá que lá havia para que ela descansasse ali.
- Vou ficar cuidando dele o resto da noite.... - disse num tom de mau humor. Não consegui entender porque o gesto dela havia me ofendido. Ela pareceu notar e logo estava se acomodando no sofá, sem me dizer mais nada. Fiquei pensativo, alternando o olhar dela para o homem, sem saber porque estava ali afinal. O que me havia feito ajudar aquela humana e seu parente? Não fazia sentido. Ao longo da noite eu os fiquei observando, ressonando tranquilos e despreocupados. como ela podia confiar tanto em um estranho? Achar que ele não lhe faria mal simplesmente porque ajudou um parente ferido? Eu poderia degolá-los ali e ninguém saberia. Aquele pensamento me deu um sentimento de repulsa. Olhei pela janela enquanto caminhava até ela. O céu negro da noite estava encoberto por nuvens cinzas agora, dando uma claridade estranha às ruas, ou talvez, tirando a claridade da lua ao qual estava habituado. Me desliguei por um tempo e só me dei conta que a noite havia terminado quando senti uma mãozinha em meu ombro. Me virei bruscamente, quase a derrubando, aquela tola humana. Ela me olhou um pouco assustada, recuando e aquilo me fez segurar em suas mãos e lhe pedir desculpas. Ela sorriu, assentindo.
- Você não dormiu a noite toda para tomar conta de meu pai...- ela afirmou, olhando o senhor que ainda dormia serenamente. Me atentei aos batimentos cardíacos dele, estavam fracos mas estáveis.
- Sim... ele vai ficar bem... - disse, tentando parecer indiferente. Fosse como fosse, talvez fosse melhor eu ir embora agora que aquele humano estava bem - Aconselho que o deixe descansar por mais alguns dias e use um pouco do ouro para pagar suas hospedagens por aqui, não seria bom removê-lo. Eu preciso retornar à minha casa por agora mas prometo-lhe que retorno ainda essa noite para saber notícias... - assegurei-lhe, dando um leve sorriso e me virei para sair do quarto. Não entendia os motivos de estar ali então provavelmente não haviam motivos para estar, mas antes que eu fizesse qualquer outra coisa, ela me segurou, olhando-me nos olhos. Humana insolente, ousando a olhar nos olhos de um puro sangue. Esse seria meu pensamento, esse seria o pensamento certo, mas não foi o que pensei. Aliás não consigo me lembrar o que pensei, mas consigo me lembrar de como me senti preso aqueles olhos.
- Qual seu nome gentil senhor? - ela me perguntou.
- Yuriev... me chamo Yan Yuriev... - provavelmente ela jamais ouvira falar sobre minha família ou sobre mim. Talvez como ricos comerciantes, mas mesmo assim ela não acreditaria que realmente eu fosse alguém da família Yuriev e estivesse ali.
- Yuriev... muito obrigada pelo que nos fez... - ela então me soltou, se afastando alguns passos e abaixando a cabeça. Eu senti que ela queria me dizer alguma coisa a mais e estava certo - Se alguma vez o senhor se encontrar na Inglaterra, por favor, não deixe de procurar a família Rousson. Eu me sentiria muito honrada, junto com papai, em hospedá-lo em nossa residência.
Eu assenti com a cabeça. Não pretendia tornar a ver aquela jovem mas minha memória pareceu cravada com o nome Rousson. Parti e enquanto retornava para casa, grato pelas nuvens que chegaram a noite e encobriam o sol da manhã, me lembrei que não havia lhe perguntado seu nome. Eu só sabia o nome de sua família.
Cheguei em casa amuado e com sede, minha noite de caçada havia sido um fiasco e eu estava mau humorado. Assim que cheguei, diversos dos empregados me cercaram, oferecendo seus serviços. Escolhi qualquer um deles e puxei para meu quarto, sem sequer olhar seu rosto, logo minhas presas perfuravam a a carne macia, enquanto eu ouvia o estralar de ossos. Eu detestava fazer aquilo, tomar uma vítima daquela forma, sem fazê-la acreditar em mim e sofrer cruelmente depois. Eu simplesmente estava matando e o sangue não pareceu nada bom. Enquanto bebia daquela pobre criatura, lembrei da jovem Rousson, meus olhos ficando avermelhados no mesmo instante. Imaginá-la ali em meus braços pareceu encher-me de fúria que eu despejei naquele corpo, transformando-o em um monte de cinzas que caíram de meus braços.


Última edição por Lohanne em Dom 21 Fev 2016 - 14:03, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Yuriev e Murdock - A morte da humana Rousson   Rousson I_icon_minitimeQui 18 Fev 2016 - 16:12

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Yan permaneceu imóvel como uma estátua, sua mente e seu corpo como de uma estátua, fechado e vazio.
Caleb caminhou até estar a menos de um metro dele, os olhos acinzentados do outro vampiro desceram até ele enquanto ele apoiava as duas mãos sobre a bengala de prata. Aquele desgraçado sabia cada fraqueza dele.
- Lhe dou as boas vindas à minha casa – o vampiro disse, fazendo um arco no ar com a mão.
- Obrigado – Caleb limitou-se a dizer – Não pretendo ficar muito. Apenas vim alertar-lhe sobre minha presença e de três criados pouco comuns entre nós, são três lobisomens, mas os atos dele serão como meus atos então nada deve temer.
Yan ergueu uma sobrancelha surpreso e então sorriu de lado.
- Você sempre me surpreende jovem Murdock, sempre e dessa vez não foi diferente obviamente – ele disse, tornando a apoiar a mão em sua bengala – e o cheiro doce que o acompanha? Uma nova humana?
- Uma cortesã que contratei para me divertir – ele disse, sorrindo de lado também. Ele jamais poderia deixar que Yan suspeitasse de Anise, jamais – Sabe de meu noivado com Juliette não? Creio que tenha o convite, então sabe que logo não poderei me divertir como antes – Caleb sabia que era inútil, mas ele estava cumprindo o protocolo.
- Claro perfeitamente compreensível – Yan Yuriev sorriu novamente – E claro que em agradecimento ao seu convite quero que fique em minha casa essa noite, gostaria que conhecesse o mais novo membro de minha família, minha doce Ruri.
Caleb o olhou por um longo tempo. Recusar o convite seria levantar suspeitas, aceitar o convite seria assinar sua sentença.
- Seria um prazer, em outro momento, estava eu agora indo caçar – Caleb se desculpou.
- Ora, mas cheira a sangue fresco – Yuriev fechou os olhos e inspirou – Um cheiro muito bom – ele passou a língua pelas presas e Caleb se segurou para não avançar no pescoço daquele maldito – Então irei com você, não pode negar que lhe acompanhe na caça em meu próprio território.
- É claro, eu não ousaria – Caleb respondeu prontamente. Ele não sabia se as memórias de Yuriev eram tão vivas quanto às suas, mas ele não arriscaria de qualquer modo. Thierry o havia reconhecido quase que no mesmo instante em que colocara os olhos sobre ele e também havia reconhecido Anise.
- Então venha, há um lugar onde podemos conseguir todo o sangue que quiser – Yuriev se virou e então começou a caminhar.
Caleb limitou-se a segui-lo, procurando pensar somente na criada que acabara de fazer sua, seus pensamentos ignoravam Anise como se ela sequer existisse e ignoravam os comentários de Yan sobre a invasão do império russo. Talvez Yuriev só estivesse fazendo um teste e ele não cairia assim. A família Yuriev era muito conhecida por cometer os maiores crimes entre a sociedade vampírica e passar impune. Eles faziam suas vítimas assumirem a culpa por suas próprias sentenças, por isso era um clã com muitos poderes.
Yan Yuriev o guiou até um coche, que parecia preparado para recebe-los, os cavalos negros fazendo os pelos da nuca de Caleb se arrepiarem. Ele não tinha boas memórias sobre cavalos, eles haviam ajudado Thierry a mata-lo da última vez, na verdade apenas um como aqueles, negro como a noite.
- Algo o incomoda? – Yuriev estava atento aos menores detalhes – Não aprecio muito andar em meio ao povo, sabe, existem muitos riscos para aquele que são como nós... – Yan subiu ao coche e então se sentou chamando por Caleb.
- Nada, apenas estou observando, você tem belos cavalos – Caleb subiu e então se sentou de frente para Yan, os olhos do outro vampiro estavam quase semicerrados e ele tinha um sorriso que retorcia seus lábios levemente nas extremidades, na verdade não se podia dizer ao certo se ele estava sorrindo.
- Sua família também, seus estábulos sempre foram cheios com os melhores corcéis – o vampiro albino comentou, o sorriso aumentando.
- Sim, eu não disse que não temos, apenas comentei – Caleb retrucou rapidamente, não seria nada bom que Yuriev começasse a falar sobre os Murdock.
- Claro, claro – Yuriev se inclinou para frente – Parta homem – ele ordenou ao cocheiro e logo eles ouviram as rédeas batendo contra o lombo dos animais.
- Perdoe-me, mas para onde estamos indo? – Caleb perguntou, já imaginando a espécie de antro ao qual Yuriev poderia leva-lo.
- Minha casa – ele respondeu tranquilamente – Quer sangue e eu quero que conheça minha família, como disse que dispõe de pouco tempo, apenas o necessário para caça resolvi poupá-lo e leva-lo então para lá. Lá terá o sangue que quiser e ainda sim poderá conhecer meus amados pais.
- Eleazar e Selena estão na cidade? – Caleb tentou esconder o desagrado, deixando a expressão vazia, mas ele temeu que seus lábios franzidos demonstrassem o quão tenso ele havia ficado com aquela revelação.
- Sim, vieram ver Ruri, mamãe sente muita falta dela, mas Ruri se apegou muito a mim – Yan não estava só levando Caleb para seu ninho, mas havia enchido ele com as piores serpentes. Era tarde demais para saltar – Isso o incomoda? – Yan perguntou ao ver Caleb olhando pela janela, a expressão agoniada.
- De modo algum, só acho não estar vestido de acordo com a ocasião – Caleb disse, passando a mão pelo rosto e respirando fundo.
- Não diga besteiras, nossas famílias tem um longo histórico, é como se fosse um de nós – Yan fez um gesto de desprezo com a mão, fazendo uma careta.
Sim, as famílias tinham um longo histórico e não era um histórico limpo e muito menos amistoso, por culpa de Caleb obviamente.
O passado amaldiçoado de sua condição que o fizera matar aquela jovem inglesa apenas por poucos goles de sangue. Ela estava no lugar errado e na hora errada, mas Yan Yuriev jamais havia perdoado aquela ofensa, diziam que ele havia enlouquecido após a morte de Elizabeth.
O clã Yuriev nunca fora o melhor clã entre os vampiros, conhecidos por suas torturas e por suas conquistas bastante questionáveis na idade média, eles costumavam espalhar terror por onde passavam. Se a lenda de Vlad o empalador era verdadeira, ele certamente teria algum parentesco com os Yuriev. Descendiam das mesmas terras romenas e tinha os mesmos gostos mórbidos, a mesma crueldade com suas vítimas. Além disso eram um clã extremamente fechado, um Yuriev se unia somente a outro Yuriev então era comum o casamento consanguíneo e inúmeros incestos, não que isso importasse na sociedade vampírica. Manter o sangue puro de um clã era algo importante, a própria família de Caleb fazia isso, porém eles se uniam a outros clãs, mesmo que somente aos mais puros como a família Magnus e a família Salazar. Afinal não era a noiva de Caleb uma Salazar? De qualquer modo, o que importava era que Yan enlouquecera com a notícia da morte de sua humana. Ele realmente estava disposto a lutar por ela, mesmo contra seu clã e já havia enfrentado o poderoso patriarca inúmeras vezes. Eleazar estava disposto a matar Yan se ele desse continuidade a seu plano e de certo modo ficou aliviado quando soube que alguém dera fim a vida daquela humana estúpida. 
A questão era que ao contrário do pai, Yan não sentira nenhum alívio com a morte de Elizabeth, ao contrário, ele simplesmente se transformara. Depressivo, passava os dias trancado em seu quarto onde um caixão de vidro guardava sua amada. Ele havia injetado  seu veneno nas veias dela, assim o corpo jamais se decomporia, mesmo os vermes da morte não eram capazes com o veneno da maldição de Uriel sobre Caim.
Certa noite, cansado de ver seu primogênito de sangue mais nobre definhando a cada noite por conta de um simples cadáver, Eleazar entrou no quarto de Yan e então o arrancou de cima do caixão, jogando-o na parede oposta.
“Fique” – a voz cheia da indução irrevogável de alguém muito superior fez Yan estacar, os olhos arregalados enquanto ele fincava as unhas na parede, antevendo o que o pai faria.
“Por favor papa” – ele pedira, mas os olhos do outro vampiro se ascenderam em vermelho e Yan se encolheu mais contra as pedras da parede de seu quarto. Ele ouviu um choro infantil ao longe, vacilando por um momento –“Quem és?” – ele perguntou e isso pareceu enfurecer ainda mais o pai.
“Sua irmã, sequer notou que mais um de nós nasceria para essa vida desgraçada, sequer notou que sua verdadeira prometida estava por vir... Maldita humana!” – Eleazar tocou a mão sobre a tampa de vidro do caixão e esta derreteu como plástico no fogo.
“Não, eu lhe imploro” – Yan tentou se mover, mas seu corpo parecia fixo, preso à parede.
“Vou lhe ensinar a nunca implorar por um humano” – Eleazar disse e então logo sua mão tocava o rosto pálido e frio do cadáver, apele tomando um tom corado, como se a morta ganhasse vida, mas logo o tom corado passou para cinza e a pele parecia rachar como porcelana. Menos de um segundo foi necessário para que a morta se transformasse num fóssil congelado. 
Yan gritou enfurecido e então avançou contra Eleazar, os olhos vermelhos, as mãos em garras. O patriarca da família Yuriev apenas permaneceu imóvel, erguendo então o braço quando seu filho estava próximo o suficiente e o agarrando pela garganta, a mão esmagando a traqueia e o jogando no chão em seguida.
“Criança aprenda a nunca desafiar aquele que te criou, essa foi a última vez que revogou minhas ordens” – Eleazar se abaixou e então fincou a mão em forma de garra nas feridas da garganta, erguendo Yan e o arrastando para fora daquele quarto.
Selena apareceu à porta do quarto que ocupava com Eleazar, trazendo um pequeno embrulho nos braços. Ela olhou para o filho por um momento, seus olhos demonstrando compaixão, mas isso logo sumiu e a matriarca dos Yuriev se tornou uma estátua, tão fria quanto o gelo que controlava, onde havia cerrado todos seus sentimentos há muitos anos. Ela encarava ao filho com seus olhos azulados como se ele fosse qualquer um a ser torturado por Eleazar e ele teve certeza de que se seu pai questionasse à sua mãe para acompanhá-lo, ela o faria, ela torturaria o próprio filho.
Dizem que Eleazar levou Yan para o porão e de lá para uma espécie de cave que ia muitos metros abaixo do próprio porão, num acesso difícil por uma escada em espiral. Era um lugar abjeto com cheiro de morte, as paredes recobertas de salitre e de ossadas humanas. Algumas correntes pendiam do teto e outras das próprias paredes e era possível ouvir os ratos roendo os restos mortais de algumas das vítimas daquele clã maldito.
Eleazar guiou Yan para o fundo daquele local, passando pelos objetos que ele bem conhecia e que ele muitas vezes usara com as humanas que conseguia arrastar para à mansão. O rack ainda cheirava a sangue fresco, assim como a dama de ferro, mas ele sabia que nenhum humano havia sido torturado ali recentemente, havia sido uma presa muito mais valiosa, com um sangue muito mais valioso, por fim Yan foi lançado contra a parede do fundo de uma câmara onde bateu com o rosto contra uma pilha de corpos ouvindo o rastejar dos vermes e o zunir das moscas que se moveram quando ele caiu. Os olhos dele se ascenderam, as garras fincaram em algo que se desfez com o leve toque dele, tão podre já estava, fazendo alguns vermes se precipitarem por sua mão e por seu fino pijama de seda azul.
- Não gosta de velar mortos? – a voz de Eleazar se fez ouvir enquanto ele mexia em uma caixa, como se buscasse algo.
Yan não respondeu, ele se concentrava em inalar o menos possível aquele ar contaminado e a encarar o menos possível seu pai. Embora soubesse que Eleazar sentia a raiva que emanava dele, Yan não queria piorar sua situação, porém sua curiosidade foi grande quando ele ouviu o folhear de um livro e ouviu a voz de Eleazar começar a citar uma história, um conto de um escritor pouco conhecido na época. Falava de um príncipe confiante e feliz, designado de Príncipe Próspero que ao ver seu reino abatido por uma doença cruel e mortal, trancou-se numa abadia com mil súditos e então julgou estar livre enquanto todos a volta morriam. Uma noite porém, a morte escarlate, como era conhecido o mal, adentrou-se pelas janelas de seu salão e em meio a um baile de máscaras revelou-se ao príncipe, matando-o e matando aos demais.
- Sabe o que isso quer dizer Yan? Que não importa o que os humanos façam ou o quanto se escondam, eles não podem fugir da morte, pois ela os caça e os aniquila. É o destino deles e não deve ser interferido. Nós somos a morte e eles são nossas presas, nada escapa ao destino Yan e aqueles que tentam fazê-lo – ele se aproximou do filho, jogando o livro para trás, fazendo-o pousar com um baque surdo dentro da caixa novamente – São punidos... da pior forma possível – ele sussurrou, erguendo Yan novamente e o prendendo na parede após força-lo contra uma estaca.
Yan não pode deixar de rir, Eleazar pretendia o que com aquilo? Mas seu sorriso logo sumiu quando ele viu o que estava sobre a mesa diante de si. Ele rosnou alto, deixando as presas a mostra, o corpo sem movimento algum do pescoço para baixo.
- Surpreso? – Eleazar perguntou calmamente – Vejo que me subestima – O vampiro sorriu de lado enquanto tirava algo de uma das gavetas um chicote com três pontas, chamado flagelo.
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