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RPG Vampire Knight
 
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 Augustine

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Lohanne
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Lohanne


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Yan Yuriev - Vampiro Puro Sangue

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MensagemAssunto: Augustine   Augustine I_icon_minitimeSáb 19 Dez 2015 - 8:05

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Augustine Nvoeb5






Is anybody out there?
Is anybody listening?
Does anybody really know?
Is the end of the beginning
The cry a rush a one breath
Is all we waiting for
Sometimes I want my taking
Changes everyone before


Sara fechou o diário no exato momento em que seu celular tocou. Ela estava em seu quarto na Academia, o café da manhã que lhe serviram estavam intocado sobre a mesa de cabeceira, apenas um frasco com as pastilhas de sangue quase vazio havia sido consumido naquela manhã.

Ela olhou para o diária ainda aberto, não ousara a ler as páginas anteriores, ao invés disso pulara diversas páginas, deixando aquele quase um ano para trás e começando novamente.

Sara não ficara surpresa por seu pai lhe telefonar, afinal, na tarde anterior, ela entrara em contato com seu primo, Stefan Augustine e sabia que aquilo traria um efeito imediato.

Sara esperou que o telefone tocasse mais algumas vezes e então atendeu, seu coração batendo forte, uma parte sua naquela felicidade incontida de poder falar com seu pai. A foto de Fernando ainda estava na capa de seu celular, ela jamais trocaria aquela imagem.

-Hola papa - ela tentou manter a voz fria a distante, apertando o diário com a outra mão - Que tal? - ela perguntou, espantada com o próprio tom.

Houve um momento de silêncio, mas logo Fernando respondeu, após um longo suspiro.

-Sara, tu mama e yo estamos en la ciudad - ele anunciou, ignorando a pergunta dela - você precisa vir nos ver, vou enviar um táxi à Academia, esteja pronta em meia hora - ele terminou e desligou o telefone.

O tom de voz do pai de Sara a vez estremecer, parecia ainda mais frio do que enquanto estivera com ele na Espanha e aquilo só lhe dava certeza de que havia feito o certo em entrar em contato com Stefan.

Sara levantou-se da cama, deixando o diário de lado, olhando para o quarto em que estava sozinha, suas roupas ainda estavam dentro da mala, reviradas, ela só tirava o que precisava, sequer havia desfeito a mala. Raphael a desorganizava por dentro e por fora.

Ela fechou os olhos e respirou fundo, mais uma vez ele havia desaparecido em uma névoa, ela não o vira mais depois daquela tarde no hospital.

Sara vestiu um casaco branco sobre sua regata preta e seu jeans cinza e então saiu do dormitório, indo até a entrada da Academia, não demorou muito para que o táxi chegasse e a levasse até o hotel na parte alta da cidade, onde seus pais estavam hospedados.

A primeira a receber Sara foi Clara, a mãe, ao contrário do pai, a abraçara de forma carinhosa e calorosa, apertando Sara em seus braços, sentindo o aroma da filha. Sara sentiu seu coração se encher com aquele amor, retribuindo o abraço de Clara, seus olhos se enchendo de lágrimas.

-Mama! - ela exclamou, parecia que não via à mãe há séculos, seu peito doeu de saudades e de todas as outras coisas que a machucavam por dentro e ela não podia compartilhar com aquela mulher tão doce.

Atrás dela estava Fernando, ele também abraçou Sara, em silêncio, por um longo tempo, como fazia antigamente e Sara não pode evitar mais e mais lágrimas. Teria aquele gelo finalmente sido rompido? Será que ela poderia confiar toda sua dor a eles?

- Sara - de repente, aquela voz atrás do casal de vampiros a fez estremecer. Como ele havia chegado tão rápido? Ela sequer notara a presença dele, tão desesperada estava pelo amor dos pais.

-Stefan - ela deu um meio sorriso, se esforçando ao máximo, mas sua cabeça estava zonza e dentro dela diversas batalhas eram travadas. Ela engoliu em seco e se deixou abraçar.

-Você esta ainda mais linda do que me lembro - ele comentou sobre os cabelos dela, enquanto Sara se forçava a retribuir o abraço.

-Obrigada - ela limitou-se a responder, seus olhos se cruzando com os olhos de Fernando e Clara. Clara parecia prestes a dizer algo, mas Fernando a impediu.


-Achamos um tanto inusitada sua decisão Sara, queremos saber se… - Fernando hesitou por um momento, seu rosto pareceu velho e cansado por um momento, mas ele continuou - Achávamos que gostaria de estudar este pedido numa hora mais apropriada.

-A hora mais apropriada do que a beira da morte? - Stefan interrompeu Fernando sem se preocupar e Sara teve que se esforçar ao máximo para simplesmente ignorar aquilo e sorrir, assentindo.

-Não há melhor hora - ela começou, sua voz firme, surpreendendo-a novamente - Eu vou… eu vou me casar com Stefan no momento apropriado e fortalecer nossa família. Assim que eu me formar na Academia, eu vou me casar. Esta na hora de… de nossa família se reunir mais uma vez - a expressão de Fernando cortou o coração de Sara ao meio, mas ela precisava fazer aquilo. Ela estava jogando alto, ou estava jogando tudo para o alto.

Stefan se aproximou dela e acariciou seu ombro. Sara manteve-se firme, mesmo querendo se afastar.

-Se você pensa assim minha querida - Fernando completou, sua expressão de pesarosa passou a intrigada por um breve instante - Cuidaremos de todos os preparativos enquanto você esta na Academia então - a voz de Fernando era carregada de um desgosto mal disfarçado.

Sara tinha vontade de correr até ele e dizer que era tudo mentira que ela na verdade queria… o que quela queria? A imagem de Raphael, impiedoso mesmo quando ferido lhe veio a mente e ela fechou os olhos, por um breve momento.

-Farei visitas regulares à Academia, para a corte - Stefan começou e então deu um beijo na testa de Sara - acredito que conseguiremos acabar com qualquer desavença em nosso passado e trazer uma nova era aos Augustine, ainda mais agora com Fernando prestes a propor uma aliança com Loran Kuran.

Sara olhou surpresa para o pai, seus olhos se fixando de forma indagadora no rosto dele. O que ele estava fazendo? Fernando nunca se envolvera em assuntos como aquele. Por que aquela aliança com Loran?

-É por isso que está aqui? - Sara então entendeu, seu pai não havia ido visitá-la ou algo assim, tampouco Stefan havia chegado de repente, eles já estavam lá - Quando chegaram? - a voz dela saiu esganiçada, traída.

-Isso não importa afinal, há algumas coisas que não temos contado uns aos outros não? - a voz de Fernando saiu dura e Sara abaixou o olhar.

-Não haverá mais segredos de agora em diante. Meus pais aceitaram Clara e farão com que todos a aceitem também - Stefan disse aquilo como se estivesse salvando o dia e Sara sentiu a antiga revolta contra os nobres se remexer dentro dela. Por que havia iniciado aquilo? Ah sim, ela prometera.

Fernando limitou-se a sorrir. Para ele Clara nunca precisara de aceitação alguma daquela corja, mas, por algum motivo, Sara resolvera cuidar daquilo.

Fernando sabia que havia algo errado, tanto ele quanto Clara, mas ele queria ver até onde Sara iria com tudo aquilo ou o que ela estaria planejando? Teria ele criado Sara da forma errada? Teria aquele vampiro Grifftis a destruído tanto assim?

Fernando pedira para Clara não intervir. Se Sara queria entrar no jogo dos vampiros, ela teria que aprender por ela mesma, afinal fora para isso que ele a enviara para Cross.

Um intenso mal estar havia se instaurado na sala do luxuoso quarto de hotel, Sara estava fraca e toda aquela carga parecia afetá-la de forma direta. Ela levou a mão à testa de forma involuntária.

-Você precisa de sangue? - Fernando foi até ela, praticamente empurrando Stefan de lado. Sim, ela precisava e muito, mas aquele não era o problema.

Ela fez que sim com a cabeça, mas antes que Fernando pudesse tomar qualquer, Stefan se colocou entre eles e então fez um pequeno talho no pescoço.

-Beba o meu, você precisa se acostumar com isso - ele ergueu o queixo dela, puxando seu rosto para frente. Sara sentiu uma onda ainda maior de mal estar, sua mente nublando, a imagem de Raphael surgindo em meio aquela névoa, as gotas de sangue pingando do pulso dele sobre seus lábios, a pele tão alva dele.

Ela fechou os olhos, o cheiro de sangue enchendo o ar da sala. Confusa, ela deixou seus lábios colarem sobre o pescoço de Stefan, suas presas afundando na carne macia dele, mas seus lábios não provaram o gosto que esperavam.

O sangue de Stefan era morno, mas não havia doçura ou amargura nele, era vazio, era como beber um copo cheio de água. Acalmava a sede, mas não trazia nada ao paladar, ainda assim, Sara sorveu longos goles até que finalmente estivesse sob controle.

Fernando e Clara assistiram toda a cena em silêncio, os olhos de Fernando ainda não acreditavam naquilo, mas algo lhe dizia que havia mais por trás. Mas o que? Talvez fosse a hora de procurar aquele tal Grifftis.

***

Exausta, Sara estava novamente de volta á Academia. Seus olhos estavam fixos na tela do notebook, várias abas abertas, algumas eram sobre Stefan e como o rico e genial engenheiro da maior construtora da Espanha estava inovando a cada dia.

Havia também abas sobre cursos de defesa pessoal e até mesmo aulas de tiro. Ela precisava se tornar mais forte e mais ágil, ela precisava se tornar uma lutadora, precisava se desenvolver.

Seus olhos fechavam e abriam, havia inúmeras anotações em folhas avulsas do diário.

Sem sequer perceber, Sara deixou a cabeça tombar sobre o notebook, seus olhos se fechando enquanto seu corpo se entregava ao sono sobre todas aquelas anotações confusas, sua mente se esvaziando de tudo aquilo que a estava esgotando. A água parecia fazer um estranho efeito sobre ela.
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Yumi Ayuzawa
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Raphael Grifftis
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MensagemAssunto: Re: Augustine   Augustine I_icon_minitimeSeg 21 Dez 2015 - 20:16

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A quanto tempo aquelas palavras haviam se perdido no decorrer dos dias? Raphael havia desistido de procurar por Sara, mas conforme o silêncio se estendia, mais curioso ele se tornava em acompanhar o crescimento dela. Será que Augustine estava levando a sério a promessa de matar um sangue puro?

Grifftis já estava cansado de investigar o possível atentado a acadêmia, cansado de coletar informações sobre o assassinato surpreendente de seu pai, Alexandre Grifftis. Apesar da fadiga o dominar por completo, já estava na hora de observar a vampira mais de perto, captar mais passos para que seu proposito fosse logo alcançado por completo.

Como um gatuno, Grifftis apareceu na janela de Sara, sem ruídos, apenas os olhos azuis espiando para dentro do quarto sem muitas expressões. Sutilmente ele empurrou os vidros para trás e entrou no quarto da garota que dormia de frente para o notebook. Ele caminhou até a cadeira que ela estava sentada, parando logo atrás das costas dela.

Raphael pegou alguns papeis que haviam sobre a escrivaninha, papeis que ditavam tecnicas de defesa pessoal e armamento, ele até sorriu  por um instante, mas logo os olhos se fixaram na nuca dela que estava desnuda, já que os cabelos caíam para o lado. - Ah, Sara... - a voz saiu num suspiro gélido, enquanto as pontas dos dedos raspavam delicadamente os pequenos pelinhos da pele dela. - Você está se esforçando tanto... - ele curvou-se sobre ela, a mão fazendo um trajeto invisível desde os pelinhos da nuca, deslizando pelo braço, acompanhando o movimento da mão dela. Tudo era naturalmente envolvente, quase uma aclamação pelo toque.

O respirar frio de Raphael chegava aos ouvidos adormecidos de Sara, o cheiro amadeirado do perfume dele, o leve cheiro de tabaco... tudo parecia girar em torno dele dentro daquele quarto. Grifftis tocou com cuidado o touch do notebook acendendo a tela que estava adormecida. Muitas e muitas abas em torno de um tal de Stefan, um engenheiro famoso, sangue nobre, que em abas e abas, que nas páginas do diário dizia que ambos se casariam.

- Por alguns segundos acreditei em você...- ele afastou a mão do notebook, voltando a postura normal, ficando exatamente imóvel atrás de Augustine.- Sara, quem diria que você apenas seria mais uma... - ele segurou uma mecha do cabelo dela e deixou deslizar entre os dedos. -...vagabunda.

Ele sorriu afiado e uma risada quase incrédula saindo do mais profundo da garganta. - Vampiros apenas sendo vampiros. Muito bem, Sara Augustine. Mais uma vampira vagabunda que fodi e usei nesta vida. - Grifftis girou nos calcanhares e se afastou lentamente, como se estivesse numa marcha lenta para fora do quarto. - Eu quase acreditei.

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MensagemAssunto: Re: Augustine   Augustine I_icon_minitimeTer 22 Dez 2015 - 6:16

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Sara acordou, as luzes da amnhã entravam por sua janela aberta, junto com o vento frio da manhã. Ela se encolheu, passando a mão pelo rosto, os olhos se acostumando à claridade enquanto ela sentia o corpo dolorido pela noite mal dormida.

Ela respirou fundo, seus olhos se perdendo por um momento nas paredes do quarto. Ela havia tido um estranho sonho, tão real que parecia capaz de sentir o cheiro amadeirado de Raphael espalhado por seu quarto.

Ela sentia a mão dele percorrendo por seu pescoço, quase como uma carícia, ela sentia o toque gélido contra sua pele quente, traçando uma linha até sua mão, se aproximando como uma sombra sobre ela.

Sara respirou fundo, sentia seu coração vazio de repente. Algora parecia errado, uma peça não estava se encaixando em tudo aquilo e ela simplesmente não conseguia entender o que era. Ou será que alguma vez as peças haviam se encaixado?

Ela então levantou da cadeira e caminhou até a cama, jogando-se sobre as cobertas e travesseiros, sentindo seu corpo afundar, seus olhos castanhos fixos na janela, como se ainda houvesse algo da presença daquele sonho ali no quarto.

Ela suspirou e então fechou os olhos tentando dormir novamente, mas aquela sensação de vazio parecia insistir em martelar sua mente, como se algo dissesse que tudo estava errado. Mas tudo o que?

Impaciente, ela se levantou novamente, olhando para a tela do celular. Não havia nenhuma mensagem de seu pai, apenas uma única mensagem de seu primo Stefan.

“Bom dia Sara” - era tudo o que estava escrito e ela não se importou em responder, sentindo-se ainda mais solitária.

Ela olhou então as anotações e pensou por um momento, abrindo então o teclado numérico do celular e discando alguns números. Era final de ano, a maioria dos lugares estavam fechados, mas um deles, uma academia de defesa pessoal, atendeu.

-Olá, eu me chamo Sara - ela tentou deixar seu tom o mais simpático possível, mas sua voz soava fraca e vazia - Eu… eu queria saber quanto vocês cobram pelas aulas? - ela peguntou, ouvindo os valores e os nomes dos cursos. Ela sequer fazia ideia do qual escolher.

Os valores eram um tanto alto, mas ela considerou a mesada que recebia mensalmente de Fernando e sabia que daria e sobraria. Quando estava na Espanha ainda gastava um bom dinheiro saindo com seus amigos, mas ali, ela não tinha amigos, então não teria que se preocupar.

-Quando eu posso começar? - ela perguntou - Hoje?! Ahn… sim, eu posso… fazer o exame médico… posso… sim… eu preciso de algum material? Hmm - ela ouvia as resposta e anotava tudo no papel que estava sobre sua mesa.

Ela desligou o fone pouco tempo depois, anotando o endereço e as indicações para chegar ao local, no centro da cidade de Ambarantis. Aquele seria um curos intensivo de férias para os que queriam conhecer as técnicas de defesa pessoal.

Ela ia precisar comprar algumas roupas para o treino, precisaria fazer o exame em um consultório ali mesmo no centro e tudo antes do meio dia.

Ela olhou para o relógio, ainda eram sete da manhã.

Sara olhou então para o quarto desorganizado e sua mala desfeita pela metade. Talvez ela devesse por um pouco de ordem naquilo.

Ela separou algumas roupas, colocando-as dobradas em seu armário, pegando então uma calça jeans e uma blusa branca com um cardigan vermelho. Serviria para ir fazer as compras e o exame que precisava.

Ela apanhou uma toalha e então foi para o banho. Sua mente vagava, tentando se fixar em algum assunto. Ela pensava nas coisas que lera a respeito de Stefan, nas te´cnicas e vídeos de autodefesa, nas aulas que faria, mas tudo voltava para aquele estranho vazio preenchido pela imagem de Raphael.

Ela fechou os olhos, buscando o conforto da água morna em suas costas, em seus ombros. Fazia dias que não o via afinal. Teria ele desistido dela depois da patética cena no hospital? Depois de ter certeza que ela ainda era fraca e inútil?

Ela abriu os olhos, erguendo uma das mãos e mudando a chave do chuveiro, um jato de água fria caiu sobre ela e ela estremeceu, afastando-se de repente da água, desligando o chuveiro.

O que estava fazendo?

Ela se envolveu no roupão felpudo que havia trazido e foi até o quarto se vestir.

Ela olhou mais uma vez pelo quarto, como se buscasse alguma coisa perdida, seus olhos caindo sobre o diário estufado sobre a mesa.

Sara foi até ele e então tocou na capa dura, onde um coelhinho segurando um coração estava desenhado.

Ela abriu, folheando lentamente as páginas, vendo as fotos de seus amigos, um sorriso ou outro surgindo em seu rosto. Aquela parecia uma vida tão distante. Como se uma outra Sara escrevesse naquelas páginas.

Ela sentiu os olhos encherem de lágrimas com as fotos de seu pai e de sua mãe. Fernando havia mudado tanto com ela.

Mais folhas, mais lembranças, a letra tremida de quando havia conhecido Raphael, toda a dor descrita linha a linha.

Sara estava prestes a fechar o diário quando então notou aquela caligrafia refinada, tão diferente da sua.

Ela parou, sentindo um arrepio por todo o corpo.

Ela pegou o diário e sentou-se na cama, seus olhos correndo por aquelas palavras, sua mente sentindo-se cada vez mais confusa, a cada linha que lia. Quando aquilo havia sido escrito? Aquilo não podia ser real!

Meses atrás, quase um ano atrás, no mesmo dia em que ela nunca mais tocara no diário.

Seus olhos ficaram perdidos nas duas páginas cheias daquela caligrafia perfeita, sua mente parecia desligada do corpo, seu coração parecia ter inflado no peito e, de repente, todo aquele vazio havia se tornado ainda maior.

Estava errado, tudo estava errado!

Seu celular então tocou, despertando-a de um estranho devaneio.

Ela soltou o diário sobre a cama, levantando-se, ainda com a esperança de que fosse seu pai ou… não, Grifftis nunca ligaria.

O número de Stefan era exibido na tela, ela olhou por um bom tempo o celular ali tocando, até que finalmente parou.

Sara ficou parada longos segundos entre a cama e a mesa. Ela olhou o diário, aquilo tudo estava realmente escrito ali? E agora?

Sara fechou os olhos. Meses atrás, tempo o suficiente para tudo mudar e ela já havia tomado suas próprias decisões.

Sara se vestiu apressadamente e então pediu um táxi, rumando então para o centro da cidade.
Seus olhos estavam fixos na estrada lá fora, aquela estranha sensação de vazio apenas aumentando.

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MensagemAssunto: Re: Augustine   Augustine I_icon_minitimeQui 24 Dez 2015 - 10:38

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""I'm out on the edge and I'm screaming my name
Like a fool at the top of my lungs
Sometimes when I close my eyes I pretend I'm alright
But it's never enough


'Cause my echo, echo
Is the only voice coming back
My shadow, shadow
Is the only friend that I have""




A respiração de Sara era pesada e ela mantinha seus olhos atentos a cada movimento da mulher diante dela, ainda assim sua mente estava longe e, se não fosse pelo fato de ser uma vampira, provavelmente já teria sido atingida por algum golpe, ainda que aquilo fosse uma simples demonstração.

A mulher então agarrou seu pulso e girou, mostrando ao demais alunos como desarmar o agressor, o movimento fez Sara abrir os dedos, soltando o objeto de borracha em formato de faca que estava segurando.

A mulher se virou para Sara e para as demais alunos, todas mulheres e então começou a explicar porque aquele movimento fazia com que o agressor soltasse a arma.

Sara deixou a mente vagar, pouco se importando com tudo aquilo. Sua memória ainda batia naquele estranho vazio, desde que acordara e no rosto de Raphael Grifftis.

Ficara quase um ano sem sequer saber notícias dele mas, agora que o vira, parecia que tudo voltava a se remexer dentro dela, como um zumbi cavando para sair de sua sepultura no cemitério.

Ela voltou a si quando a professora a chamou pela segunda vez e então sorriu. Era a vez dela de demonstrar o que havia aprendido. Insegura, ela agarrou e girou o pulso da professora, repetindo o movimento com perfeição.

Em seguida, as meninas voltaram para uma sala com diversos sacos de areia pendurados e a professora passou a mostrar o modo certo de se dar um soco, sem se ferir ou correr o risco de quebrar alguns ossos.

Era cerca de uma da tarde e Sara estava surpreendida como fora tudo muito rápido naquela manhã. Ela fizera o exame, comprar dois pares de roupas: duas leggings pretas e duas camisas rosa escuro com um tecido que o vendedor jurava que era leve e apropriado para treinos e agora estava ali, dançando em frente a um saco de areia, a professora monitorando cada movimento seu.

Sara se sentia impressionantemente bem fazendo aquilo, parecia que, de certa forma, todas aquelas emoções contidas saiam através de cada soco que dava e, sem perceber, a cada momento, fazia com mais força e mais rápido.

“Raphael Grifftis” - ela pensava e memorava aquela face de mármore e gelo e seu coração batia mais e mais rápido, pulsando mais sangue. O rosto dele, o sangue dele ainda correndo dentro dela, pequenas gotas de amargura derretendo sua alma doce.

O desprezo expresso em seu olhar de gelo, o domínio que exercia sobre ela mesmo quando tudo o que ela queria era… era o que?

Ela respirou fundo, iniciando um,a nova sequência. Ele a cercava em todos os momentos e, pensando bem, apesar de todos aqueles meses, ela não havia passado um dia sequer se sentir falta dele.

Aquilo a irritou. Como podia sentir falta daquela amargura derramada sobre ela? Então ela lembrou das palavras do diário, seu peito doendo pelo esforço e pelo ritmo que seu coração batia.

Mais e mais socos aquelas palavras ecoavam em sua mente, dizendo que ele iria embora, dizendo que ela entendia o que ele sentia, mas que ela sabia que aquilo era errado.

“O que espera de mim afinal?” - Sim, o que ela esperava dele afinal? Que ele de repente a amasse? Que se entregasse àquela vida medíocre?

Sara continuou e continuou, as mãos agora pareciam adormecida a cada novo golpe e ela sentiu os olhos úmidos.

Sim! Ela esperava…. ela esperava alguma coisa dele, alguma coisa por debaixo do gelo, mas de repente… vazio. Havias algo errado.

Ela arfou, abraçando ao saco de areia, as alunas e a professora correndo até ela para ampará-la, mas ela se esquivou gentilmente, dizendo que estava tudo bem e foi para o vestiário.

Sara lavou o rosto com a água fria da torneira, sentindo conforto naquela sensação gelada, mas ao mesmo tempo se sentindo ainda mais destruída. Ela ajeitou os cabelos e secou o rosto, passando a toalha pelo pescoço e pelos ombros.

Sara ajeitou suas coisas na ecobag preta que também havia comprado e resolveu que era melhor retornar à Academia. Havia saído sem pedir autorização para a diretora e tudo o que não queria naquele momento era arranjar encrencas.

Ela se despediu das pessoas da academia de luta e então ganhou as ruas, o sol estava fraco, mas ela sorriu ao vê-lo. Seu corpo ainda quente pareceu abraçar o frio e ela não colocou um casaco.

Sara viu um ponto de táxi há alguns quarteirões atrás enquanto caminhava da loja até a academia de luta e resolveu ir até lá, ao invés de chamar um na porta.

Ela caminhava tranquilamente pela rua, algumas poucas pessoas faziam o mesmo, a maior parte da cidade parecia ter saído para viajar e algumas pessoas até mesmo haviam se mudado após o “ataque terrorista”.

Sara notou seu cadarço desamarrado e então se abaixou para amarrar, percebendo então um luxuoso carro preto parar ao seu lado, o vidro do motorista se abaixando e revelando um sorridente Stefan.

-Que coincidência! - ele exclamou e Sara se pôs em pé quase que de imediato, sua expressão agradável dando espaço para uma expressão taciturna.

-Stefan - ela disse o nome dele, como se quisesse se certificar que sim, era exatamente ele ali.

-Eu estava vindo comprar algo, ia a Academia hoje mais tarde, mas já que nos encontramos - ele olhou para dentro, indicando o banco do carona - Vamos até um café, gostaria de conversar com você.

Sara suspirou, hesitando por um momento e então olhou em volta, dando a volta no veículo e entrando no carro.

Ela sentou-se no banco, colocando o cinto e então deixando a bag sobre seu colo, as mãos sobre ela.

Stefan se aproximou e lhe deu um beijo no rosto, sempre com aquele sorriso presunçoso nos lábios.

-Esta treinando? - ele perguntou e ela assentiu. Sentia-se estranhamente pouco à vontade na presença do primo, mas isso não era de agora, isso já acontecia há muito tempo.

-Eu fiquei surpreso com sua ligação. Venho tentando reaproximar nossa família a anos - ele comentou, colocando o carro em movimento.

-Eu só quero pôr um fim nisso - ela se esforçou para dizer, seus olhos fixos no parabrisa.

-Vamos fazer isso juntos Sara, tenho certeza que com nosso casamento meu pai perdoara os erros do passado de seu pai e tudo voltara a ser como antes - ele pousou uma das mãos sobre a dela e Sara forçou um sorriso.

“Meu pai não cometeu erro algum” - ela pensou, mas se manteve calada, olhando a mão dele sobre as dela.

O carro dobrou algumas esquinas e entrou em algumas ruas, eles pararam então em um café com algumas mesas para fora.

Stefan desligou o carro e se apressou em abrir a porta do passageiro, sempre sorrindo, sempre agradável.

Sara saiu do carro e então se deixou guiar até uma mesa, onde foram prontamente atendidos.

-Dois chás gelados de limão - Stefan pediu, sem sequer perguntar o que ela poderia querer. Sara sentou-se diante dele e ficou o encarando por um momento.

Ele estendeu a mão sobre a mesa, aguardando a mão dela e Sara fez um imenso esforço para erguer sua mão e colocar sobre a dele.

-Sei que ainda não me conhece bem, eu lhe darei tempo suficiente, mas eu sei que você vai me amar. Esse seria nosso destino de qualquer modo - ele acariciou as costas da mão dela.

-Sara - ele começou - Sei que sabe pouco sobre meu pai e sobre sua tia, então eu acho que queira fazer perguntas.

Sara ponderou. Na verdade não tinha curiosidade sobre eles, ainda mais sabendo que Carlos odiava sua mãe Clara e que, no passado, havia aberto uma denúncia no conselho espanhol a respeito da transformação de Clara.

-Eles estão bem? - ela limitou-se a perguntar e Stefan assentiu.

-Papai tem feito grande sucesso, nossa empreiteira tem lucrado cerca de 15% por quarter e acho que teremos um lucro líquido de quase 200 milhões ainda neste semestre. É bastante tendo em vista a recessão… - ele olhou para ela e riu - tudo bem, não vou incomodar você com assuntos deste tipo.

-Apenas titia que não tem estado bem, ela permanece o dia trancada, mas você já deve saber disso - ele deu espaço para o garçom servi-los.

Sara olhou o copo com a bebida esbranquiçada e então negou com a cabeça. Não, ela pouco sabia do restante de sua família e não imaginava o que poderia estar acontecendo com sua tia.

Stefan tomou um longo gole da bebida e então deixou o dedo deslizar pelo canudo.

-Desde que seu pai a abandonou Sara, ele deveria se casar com ela - ele comentou e Sara se remexeu de forma incômoda, recolhendo a mão.

-Eu não queria tocar neste assunto tão cedo - ele tomou mais um gole - Sei que você não entende tudo o que houve, mas você não tem culpa alguma Sara, é por isso que estou feliz por seu ato.

Sara quase riu com aquela ironia mas, mais uma vez, engoliu o que tinha a dizer junto com um gole do chá.

De repente o celular de Stefan tocou e ele se levantou, pedindo licença e se afastando.

Sara ficou encarando o chá, algumas gotinhas escorrinha pelo copo. Ela não sabia que seu pai deveria se casar com alguém. Para ela a família só o havia rejeitado por escolher Clara.

Ela se sentiu curiosa, qual seria as partes daquele passado que ela não conhecia?

Stefan retornou e então colocou a conta sobre a mesa, colocando algumas notas dentro da cardeneta.

-Desculpe Sara, estou com alguns problemas em um projeto e vou ter que voltar para o hotel agora. Quer vir comigo? - ele perguntou, mas Sara precisava voltar para a Academia, queria pesquisar mais sobre Carlos e sobre a irmã de seu pai que não conhecia.

-Eu… preciso voltar - ela falou de modo distante e então Stefan se aproximou, passando um braço pelas costas dela e então colando seus lábios num rápido beijo sobre os dela.

Sara pareceu surpresa, prestes a empurrá-lo mas novamente ela se conteve. Aquele era o esperado não era?

Ela abaixou a cabeça, ouvindo-o se afastar, ligar o carro e partir.

Sozinha ali, ela tinha pouco interesse no chá diante dela, diversas coisas passavam por sua mente, inclusive aquele beijo.

Ela estava ausente de emoções em relação aquilo e se perguntou se ele notaria a falta de interesse dela.

Sara pegou então seu celular para conferir as horas e chamar um táxi, afinal agora estava bastante longe do ponto e então notou uma mensagem. Era de Fernando.

Havia apenas um link e um login e senha no e-mail. Ela decorou o login e a senha, em nome de seu pai e a data de seu aniversário e então acessou o link, efetuando login.

Parecia ser uma biblioteca digital, o link direcionou a um artigo que citava laços de sangue:

“Ao ingerir o sangue de outro vampiro por mais de três vezes, o laço é criado e passa a ser praticamente indestrutível.

Crianças de sangue puro, bem como os demais nobres e transformados estão ligados a este laço desde o momento em que nascem, mas podem criar outros laços ao longo da vida, com outros vampiros…”

Sara lia as explicações, tentando entender o porquê do pai ter lhe enviado aquilo, mas aos poucos algumas coisas começaram a se encaixar.

Raphael. Raphael e ela trocaram sangue diversas vezes, ela bebia dele, ele bebia dela, então era por isso que…

Ela estremeceu. Também havia bebido sangue de Stefan e ele lhe dissera que deveria ser assim de agora em diante.

“Você não me ama, mas vai amar…” - ela afastou o celular. Então era aquilo, ele queria prendê-la por aquele tipo de laço. Sequer imaginava que ela já estava presa.

Sara sentiu-se nauseada por um momento, tomando outro gole do chá. Estaria o pai querendo alertá-la de alguma coisa?

Sara ficou ali pensantiva.

“Nós temos um laço.... praticamente indestrutível… mas onde esta você agora?”

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MensagemAssunto: Re: Augustine   Augustine I_icon_minitimeDom 3 Jan 2016 - 11:29

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Sara fechou o guarda chuva ao entrar na loja, um sorriso doce sempre exposto em seu rosto. Seu casaco bege escuro estava com algumas gotinhas de água, mas ela não se importava.

Ela foi até as prateleiras onde diversos diários estavam expostos e então procurou por um que mais lhe agradasse. Nunca havia usado um diário fechado, então ela pulou todos aqueles que tinham cadeados e trancas, sabia que ninguém invadiria sua privacidade daquela forma.

“Mas ele… ele escreveu em seu diário…” - ela pensou e seu sorriso morreu um pouquinho. Talvez algo com tranca não fosse tão má… ideia… afinal, era por conta daquelas palavras que ela queria um diário novo.

Ela tentava evitar, mas sempre que abria aquele diário seus olhos corriam para aquelas palavras, para aquela caligrafia perfeita e seu peito inchava com sentimentos, derretendo o gelo que havia em sua alma.

Aquilo fazia seus olhos ter um novo brilho e a apatia que empalidecera sua pele naqueles últimos anos agora dava espaço para um rosto corado e feliz. Por que tanta felicidade afinal? Por que saber que ele sentia algo por ela o fazia se sentir daquela forma?

Ela então pegou um bloco de folhas decoradas e uma pasta com zíper. Não era um diário, mas ela poderia anotar o que quisesse ali e guardar na pasta, até que pudesse ver o diário novamente sem que caísse nas palavras de Raphael.

“Sara… você se casara em breve” - uma parte de sua consciencia - “Ele fez isso há dois anos atrás, isso não significa nada agora, além disso, há dois anos atrás ele deixou bem claro porque estava perto de você…”

Ela caminhou em direção ao caixa e entregou a mulher, a operadora de caixa sorriu, mas Sara já não sorria tanto quanto no momento em que entrara pela porta. Ainda assim ela se esforçou para ser simpática à outra.

Novamente na rua, ela abriu o guarda chuvas e então caminhou por entre as pessoas. Havia um anúncio na academia de que as aulas retornariam em breve e ela sabia que logo retornaria a encontrar Raphael pelos corredores.

Era estranho como, desta vez, ela não se sentia tão aflita quanto no passado. Sara sabia que, de alguma forma, havia amadurecido quanto a isso, mas uma parte dela, uma parte que ela tentava esmagar e encobrir, aquela parte que se sentia feliz pelos sentimentos dele, ainda estava ali, mas ela prometera para si que aquela parte seria somente exposta em um único lugar.

Sara abraçou as próprias compras com o braço livre e então pegou um táxi rumo à Academia.

Ela atravessou o estacionamento correndo após pagar o táxi e então subiu para o dormitório, indo direto para seu quarto e trancando a porta.

Ela colocou ansiosamente as folhas sobre a mesa e apanhou uma caneta, olhando para o papel. Dentro dela, algo se remexia, tentando romper o gelo e ela deixou, por um momento, que tudo aquilo fluísse.

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Spoiler:



Ela olhou as páginas escritas na folha e então suspirou, olhando pela janela, para o dia nublado lá fora.

Sua mente vagava em lembranças do passado, na mão dele segurando seu rosto, obrigando a olha-la, no corpo dele a fazendo recuar enquanto se aproximava, na presença esmagadora dele.

Ela desviou o olhar da janela, olhando para as próprias botas ainda úmidas da chuva que já não caia mais.

Ela mordeu o lábio e apanhou o celular no bolso interno do casaco. Era estranho como sua janela permanecia aberta mesmo no frio.
Sara desceu todos os números de contato até encontrar o número de Stefan, apertando então o botão para discar.

-Sara… que surpresa! - ele respondeu, havia algo estranho em sua voz, ou talvez fosse só impressão.

Do outro lado da linha, Stefan afastou uma garota que estava deitada sobre o peito dele, o pescoço com duas pequenas marcas por onde o sangue escapava. Ela estava nua da cintura para cima e parecia dormir, exausta.

Ele vestiu sua camisa e procurou em volta da cama suas calças.

-Eu… eu queria te ver - Sara forçou-se a dizer, aquela pesada sensação de vazio encheu seu peito, o telefone parecia ainda mais pesado em sua mão.

Do outro lado da linha houve um instante de silêncio, enquanto Stelian se divertia com algo em sua mente.

-Mas é claro minha querida - ele respondeu então, o sorriso estampado em seu rosto, cheio de malícia - Quer que eu vá até você?

-Sim - Sara limitou-se a responder - Podemos nos encontrar na sala de estar do dormitório, é um local de livre acesso, eu acho… apropriado - ela disse e por um momento o sorriso dele sumiu.

-Sim, claro - ele calçou os sapatos e abotou a calça, indo até o aparador diante do espelho e olhando a própria aparência - Estarei ai em meia hora.

-Tudo bem - Sara murmurou, sentindo-se mortificada por dentro e então desligou, mal ouvindo as saudações dele.

Sara se levantou da mesa, abandonando as folhas e o celular ali e então foi até o espelho, tirando o casaco e se encarando por alguns segundos. Não se sentia animada o suficiente para se produzir em algo mais elaborado, mas não fazia diferença. Ela apenas soltou o cabelo do rabo de cavalo e desceu as escadas.

Exatamente como comunicado, em meia hora Stefan estava lá, em pé, na entrada do dormitório, na sala de estar.

Sara se levantou da poltrona e foi até ele que, sem cerimônias se inclinou sobre ela e depositou um beijo nos lábios dela, pegando em sua mão e a guiando até o sofá.

Sara sentou-se ali, encarando Stefan e só então se deu conta de uma coisa: Estavam na Academia, qualquer um poderia passar ali, inclusive Raphael.

“Tola…” - algo dentro dela a repreendeu e ela se encolheu nas almofadas do sofá, no exato momento em que Stefan se aproximava dela.

-Fico muito feliz com seu convite, eu às vezes a sinto tão distante. Sei que é tudo novo, eu também me sinto assim - inclinado sobre ela, Sara sentia o aroma de sangue fresco dançando no hálito dele. Ela fechou a boca numa linha reta, colocando a mão sobre o ombro dele, como se quisesse manter uma distância mínima entre eles.

-Eu… eu só estou me adaptando a tudo novamente… e… eu fiz… eu pensei muito no que você disse e eu pesquisei algumas coisas… sobre sua… nossa família - ela completou, sentindo a mão dele se fechar em torno de seu pulso, mas não como a de Raphael, não houve um aperto de gelo, mas sim dedos delicados acariciando sua pele.

-O que pesquisou? - ele semicerrou os olhos, um tanto preocupado e então Sara respirou fundo, aquele cheiro de sangue era incômodo e fazia sua garganta arder, além disso, aquilo deixara claro uma coisa que Sara sempre odiava nos vampiros: ele ingeria sangue humano.

-Nada demais, li sobre você e seu pai, mas não achei nada sobre… ela… - Sara estava curiosa sobre a irmã de seu pai, aquela com quem ele deveria se casar - Eu… eu queria saber…. - ela exalou lentamente e Stefan se afastou um pouco, tirando o celular do bolso e então procurando por alguma coisa, até encontrar uma foto e mostrar a Sara.

-É ela, ela ainda espera por ele… - ele comentou enquanto Sara analisava a foto de uma bela mulher, mais parecida com uma modelo de revistas. Era incrível como elas tinham a mesma pele corada em comum.

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-Você me lembra um pouco ela - Stefan disse, se aproximando e puxando a mão de Sara para seu rosto. Ela recuou, mas ele a segurou com firmeza, olhando-a nos olhos - Vamos arrumar essa bagunça Sara, nós dois...
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MensagemAssunto: Re: Augustine   Augustine I_icon_minitimeSeg 4 Jan 2016 - 18:19

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Sara encarava Stefan, a imagem do rosto dele, do rosto de sua tia, aquilo tudo de repente se transformaram em pequenos espinhos, picando sua pele, sua mente, ela sentia vontade de se levantar e correr dali. Por que? Ela não sabia, ela só sabia que precisava de afastar.

“Nós dois, vamos fazer isso” - a frase dele ecoava em sua mente enquanto ela encarava aqueles olhos tão castanhos quanto os dela. Stefan tinha uma expressão dissimulada e ela sabia disso, nada naquele rosto era o que deveria ser, mas sim o que ele queria que ela acreditasse.

-Yo.. - ela abriu a boca para responder e então o tempo pareceu parar. Ela exalou lentamente, cada passo parecia fazer um acorde invisível tocar em seu sangue e ela sabia que ele estava vindo.

“Como… como eu pude ser tão burra!” - ela pensou sentindo a agonia tomar conta de sua mente, desviando o olhar de Stefan para aquela figura pálida que descia os degraus de forma majestosa, transformando tudo a sua volta e uma sensação de vazio a tomou, como um soco fosse dado em seu coração e ele parasse por um momento de bater.

Não havia Stefan, não havia sua tia de grande beleza, não havia Fernando, simplesmente não havia nada além daquele vulto e… aquele aroma.

Ela se inclinou para trás, puxando de forma involuntária sua pulso, como se o contato com Stefan tivesse lhe dado um choque.

Os olhos azuis de Grifftis estavam sobre ela, pensando sobre ela, afundando a alma dela naquele mar amargo que se abria sempre que ele se aproximava. Ela entreabriu os lábios mas sequer o ar foi capaz de escapar por eles, os olhos dela agora corriam por aquele rosto, pelo pescoço exposto pela camisa aberta, a mão ferida. O que havia acontecido?

Algo dentro dela quis que ela levantasse, queria segui-lo, mas ao mesmo tempo ela estava tão presa aquele sofá, tão sufocada por aquela onda de sensações que ficou ali, patética, encarando ele, até que apenas as costas dele enchiam sua visão.

O ar frio tomou todo o ambiente, mas ele estava dentro de Sara há muito tempo. Ela olhou para baixo, para os próprios joelhos e então voltou a encarar Stefan, mas ele não a olhava, ele encarava as costas de Raphael com um sorriso estranho em seus lábios.

A mente de Sara estava nublada. Ela ergueu a mão até a testa, como se fingisse um mau estar e então tentou encontrar algumas palavras, alguma saída.

Ela tocou ombro de Stefan e ele voltou a olha-la. Sara ergueu a mão até o rosto dele novamente e então assentiu.

-Nós… vamos… - ela repetiu e então o sorriso dele sumiu enquanto ele a encarava.

Stefan se aproximou, colando os lábios sobre os de Sara e ela não teve outra alternativa a não ser corresponder aquele beijo, sentindo a língua dele invadir sua boca.

Ela se forçou, mas era impossível não comparar a ele… Raphael e ela se sentiu ainda mais diminuída enquanto se esforçava para retribuir da melhor maneira a carícia de Stefan.

“Pense nele…” - a brincadeira sem graça parecia surgir da própria mente e ela apenas abriu os olhos, olhando para a porta, para a paisagem lá fora onde não havia mais ninguém.

“Onde… onde você vai?” - ela se perguntou, sentindo a agonia tomar sua mente como uma roda gigante, levando seus pensamentos do alto ao baixo enquanto ela deixava seus lábios acompanhar os lábios de Stefan.

Ele se afastou e a olhou nos olhos novamente, se aproximando mais lentamente desta vez, puxando o rosto dela em sua direção.

Sara deixou-se guiar, até que a pele do pescoço dele tocou seus lábios. A mão apoiada no ombro de Stefan apertou os dedos levemente e ela limitou-se a pousar um pequeno beijo ali. Não podia beber o sangue dele, não quando a sala tinha aquele aroma de café amargo, de madeira, de gelo.

-Beba querida - ele sussurou nos ouvidos dela e então desceu os lábios pela bochecha de Sara - esqueça - ele sussurrou contra a pele dela.

Sara entreabriu os lábios, sentia as presas arderem, desejando por sangue, mas não aquele.

Ela se ergueu de repente e então saiu pela porta, deixando Stefan ali, estupefato, encarando o vulto que partia pela porta.

Sara seguiu pelo ar frio daquele fim de tarde, seus passos eram trôpegos, como se estivesse embriagada e ela seguiu até o meio do jardim, o vento levava o rastro de Grifftis para longe, para muito longe.

“Onde…” - ela parou. Não havia como segui-lo, não havia porquê segui-lo e ela havia cometido um terrível erro.

Parada, em meio ao jardim do dormitório, ela fitou a tarde que morria, igual as poucas esperanças que haviam dentro dela.

Na sala de estar, Stefan tinha a mão sob o queixo, um tanto pensativo, seus olhos castanhos estavam dançando pela mobília. Então era aquilo? Ou, o que era aquilo? Quem era aquele mestiço? Ele teria que descobrir.

“E você vai me contar Sara, você vai me contar tudo sobre você…” - ele pensou, levantando do sofá e então caminhando até a porta, parando na soleira, observando o sol se por.
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MensagemAssunto: Re: Augustine   Augustine I_icon_minitimeTer 5 Jan 2016 - 19:45

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Onde? Sara sentia o vento trazer, ela sentia o ar frio em volta dele, sabia que ele estava indo para o leste, rumo ao estacionamento, mas o que ela devia fazer? Uma parte dela já estava arrependida, deixar Stefan para traz para seguir Raphael daquele modo fora a atitude mais estúpida que tivera em toda sua vida, mas ela não conseguira se conter.

Como se uma corrente elétrica houvesse atravessado seu corpo e dado forças às suas pernas, Sara havia seguido aquele chamado, aquele instinto de que devia estar perto dele, de que havia algo errado, que algo estava quebrado.

Mas tudo estava quebrado, ela estava quebrada em mil pedaços, mil lascas de gelo corriam por sua corrente sanguínea, mil pedaços amargos se juntavam em torno de seu coração. Como estrelas num céu negro, elas formavam o rosto do vampiro em suas lembranças, todas as noites antes de dormir, todos os dias assim que acordava.

Paralisada, ela apenas assistiu aquele vulto que se aproximava, passo a passo, aquela imagem, o aroma que tomava o ar, que lançava dentro dela labaredas de fogo que, no fim, eram apenas chamas frias, azuis, como os olhos que a encaravam, prendendo-a no lugar.

O coração dela batia forte, seu rosto estava quente assim como sua pele. Ela era uma perfeita humana diante de todo o magnetismo sobrenatural de Raphael.

Ela sentiu a frieza do toque dele congelar sua pele, machucar tanto fisica quanto sentimentalmente. Ela sentia os pedaços dentro dela se partir, como uma fina camada de gelo sobre um lago. Ele a olhava de um modo que a deixava quase desesperada. Ela queria entender, ela precisava entender. Mas o que?

“Acabou Sara” - como uma faca, as palavras dele atravessaram seu peito, como se alguém passasse uma lâmina por todas aquelas tênues linhas que ligavam os dois e ela sentiu os joelhos fraquejaram. Tão fraca, sempre.

Ainda assim se manteve em pé, hipnotizada pelo ar que os envolvia, pela proximidade dele. Seus dedos formigavam por tocá-lo, ams ela se barrava de todas as formas, sentindo os olhos de Stefan em suas costas, morrendo por dentro por envolver Raphael em seus braços e dizer que não, não acabou. Ela precisava explicar. Fora ele quem pedira aquilo, agora ela já tinha algo a dar a ele.

As palavras dele continuavam a fluir, como lâminas, informando um fim que ela não queria aceitar, enchendo seus olhos de lágrimas de forma involuntária.

“Espera, espera….” - o peito dela gritava enquanto ela sentia cada vez mais irregular, ela ergueu as mãos, mas o movimento parou no ar quando ele tocou seu pescoço. Ela deixou seus olhos se fecharem e então o ar escapou por seus lábios.

“Esqueça que me conheceu” - a dor corria dentro dela, se espalhando em cada veia, em cada órgão, tudo dentro dela parecia se retrair.

Então ele se aproximou, ela sentiu o toque gelado dos lábios dele e o desespero correu dentro dela, ela sabia que esperava aquele momento, mas ela jamais esperou que esperasse tanto. Ela agarrou os braços dele, como uma tábua em meio a um oceano infinito e cruel, como se tudo a volta deles fosse desabar.

Não havia mais Stefan, não havia mais ninguém no mundo.

Ela retribuiu aquele beijo tão cheio de dor. Não, não havia amor ali, apenas dor e desespero, apenas um sabor amargo de mentiras, de despedidas e ela não queria que aquilo tivesse este tipo de significado.

Ela o beijou, deixando todo o desejo que sentia por ele, todas as lembranças daquela distante noite, daquelas palavras no diário, de todo o ódio que ele trazia dentro dele.

“Eu entendo…” - ela só conseguia pensar nisso enquanto deixava sua língua dançar a música que a dele tocava, enquanto sentia seu corpo se aproximar do dele, se encaixar a cada forma da perfeita escultura de mármore. Raphael, sim, era ele.

O beijo foi interrompido repentinamente e ela arfou, buscando os lábios dele no rastro de ar frio, sentindo o sangue frio dele sobre sua pele. Não, não podia ser assim, as coisas não poderiam simplesmente acabar.

-Não - ela murmurou, a voz fraca escapa pelos lábios trêmulos - não, você não pode - a voz saiu engasgada da garganta, como se o toque dele a estrangulasse - não podemos - ela completou.

Ela o olhou nos olhos, fazendo uma menção de tocar o rosto dele, seus olhos fixos naquele olhar, naqueles sentimentos que ele estava matando.

-Você não pode - ela parecia culpa-lo de algo, mas do que? Ele mesmo dissera, ele mesmo dizia agora que não queria o amor dela - você não pode! - ela se sentia desesperada, raiva pareceu se mesclar ao desespero e ela sentiu vontade de esmurra-lo - não pode! - a voz dela saia num fio rouco.

-Você… não… pode - ela deixou as mãos cair quando ele se afastou, vendo o vulto dele, dando alguns passos à frente, mas era inútil, ele já havia se afastado.

- Nâo! - ela gritou e então se voltou enfurecida para o caminho oposto, as lágrimas agora corriam sem controle por sua face e ela sentia o gostod e sangue na boca, suas presas ferindo seus próprios lábios, o gosto férrico se junto ao sal das lágrimas.

“Nâo! Não pode!” - ela soluçou. Ele havia voltado e mais uma vez ele a destruía tão completamente e a fazia desejar a própria morte que chegava a ser assustador.

Stefan não estava mais na soleira da porta, alias, ele sequer estava ali e ela sequer podia sentir a presença dele, mas aquilo não importava.

Ela correu para seu quarto, subindo as escadas de dois em dois degraus, um furacão de sentimentos e temores entrou pelo quarto, batendo a porta com força,  parando em meio ao quarto e cobrindo o rosto com ambas as mãos.

-Não! - ela gritou, olhando tudo à sua volta. Não entendia porque se sentia tão furiosa, suas mãos apanharam objetos a esmo e jogaram no chão à sua volta, transformando seu quarto num verdadeiro caos, no caos que habitava a alma dela.

-Você não pode! - ela jogou as roupas no chão, na parede, por toda a cama, a mesa cheia de papéis ficou limpa num movimento rápido, lançando tudo ao ar.

-Você não pode! Não pode destruir tudo! - ela sentia a raiva dentro dela explodir em dor, caindo então de joelhos, soluçando, suas mãos socando o chão de madeira - não…. - ela se deixou cair no chão, ficando ali, olhando o caos à sua volta.

-...não...pode… - ela repetia baixinho, de modo monótono e então de repente se ergueu, num novo ataque de fúria, saindo do quarto e indo para a ala masculina, caminhando as cegas pelo corredor até entrar naquele quarto onde havia o nome na porta.

“Raphael Grifftis”

Ela abriu a porta, não havia ninguém mais ali. Ela olhou em volta, o que estava fazendo ali?

Seus olhos buscavam, mas ela não sabia o que, então ela simplesmente passou a revirar tudo, o armário, as roupas no chão, o notebook jogado sobre o colchão, os papéis, ela buscava qualquer coisa dele e ele, mas ele não estava ali.

No fim, vencida por seu próprio desgaste ela sentou na cama, olhando perdida todo o caos que também havia deixado ali, sentindo-se morrer por dentro enquanto deixava seu corpo ser envolvido pelo lençol que arrancara da cama, o lençol que ainda guardava o cheiro dele.
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MensagemAssunto: Re: Augustine   Augustine I_icon_minitimeSáb 9 Jan 2016 - 11:33

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Era tudo muito patético, Stefan observava a cena de longe, sem se mover, escorado no batente da porta. Sara e aquele mestiço… Então era isso?

Uma estudante passou e ele apontou para aquela ridícula cena, fingindo-se de novo, perguntando quem era os dois e ela, uma vampira nobre assim como ele, olhou cm certo desprezo e informou que não sabia quem era a garota, mas o jovem era conhecido como Raphael Grifftis.

“Grifftis?” - ele pensou, um sorriso brincando em seus lábios enquanto ele agradecia a informação.

Stefan se afastou da porta e então caminhou para o oeste, dando a volta no jardim, por trás dos dois, indo em direção ao estacionamento.

Dentro de seu carro, ele sacou o celular e procurou por algum tempo em seus contatos. Aquelas histórias vinham se espalhando desde alguns meses atrás, no mundo vampírico, todos sabiam da misteriosa morte de Alexander Grifftis e era claro que Stefan sabia daquilo, mas, o que mais chocara a todos, fora o retorno de um dos filhos do puro sangue, o verdadeiro.

“Não pode ser coincidência” - ele pensou, discando então para o número descrito no visor.

-Boa tarde, por favor, poderia falar com Dante Grifftis? - ele pediu, seu sorriso se alargando enquanto uma mulher, provavelmente uma secretária, lhe pedia um momento.


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MensagemAssunto: Re: Augustine   Augustine I_icon_minitimeDom 10 Jan 2016 - 13:56



Dante Grifftis | Ato I - Chamado

begins




O telefone tocou, chamou uma, duas, três vezes, e não houve resposta. Dante estava reclinado sobre sua cadeira de couro, o cotovelo apoiado na guarda da cadeira e os olhos fechados. A noite caia barulhenta em Londres e a chuva continuava sobrecarregando os escoamentos, mas sem afugentar os turistas da cidade.  

A audição de Grifftis estava distante, nas conversas e risadas de alguns funcionários que ainda estavam na empresa, inclusive de sua secretária que vinha a passos largos, ecoando o som dos saltos por todo o local.

-Com licença... – ela bateu na porta, e sem mover um musculo o vampiro respondeu para que entrasse. A jovem loira, esguia e com fartos seios aproximou-se da enorme mesa de carvalho, ajeitando os óculos sobre a face. Dante abriu os olhos e ergueu lentamente o olhar até a mulher, ele afastou a mão que estava sobre o colo e fez um sinal para que ela falasse o que tinha que falar.

- Senhor, há um rapaz na linha que gostaria muito de falar com você, diz que é urgente.

- Você não acha que já está tarde demais para passar esse tipo e notificação para mim? – ele ergueu uma sobrancelha, endireitando-se na cadeira. – Quem é?

- Ele disse que se chama Stefan Augustine, senhor...- ela indagou. – Acho que ele é um dos nossos... já escutei esse sobrenome antes.

- Passe a ligação e se retire, Sophia. – ele se curvou para pegar o telefone, e olhou para a secretária antes que ela se retirasse do local. – Não passe mais nenhuma ligação, está liberada por hoje. – Sofia assentiu e fechou a porta a trás de si, ela passou a ligação novamente e Dante atendeu com uma breve curiosidade.

 - Dante Grifftis, o próprio. – ele passou as mãos nos cabelos jogando-os para trás, ele se reclinou na cadeira novamente, um breve sorriso dançando sobre os lábios de mármore. – O que deseja, Stefan?

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MensagemAssunto: Re: Augustine   Augustine I_icon_minitimeSex 15 Jan 2016 - 17:03

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Não demorou muito para que a linha fosse atendida por Dante Grifftis e Stefan não pode conter um sorriso de satisfação.


-Meu caro Grifftis, sei que não temos tido muito contato - ele comentou, era clara a satisfação no voz do nobre, o que poderia ser, a princípio, bastante estranho para Dante, afinal, ele não sabia do que se tratava o assunto - Soube dos recentes acontecimentos em sua família e gostaria de lhe desejar meus mais profundos sentimentos.


Stefan fez uma pausa, conseguia imaginar a expressão impaciente do puro sangue do outro lado, afinal, todos eles eram assim, entendiados.


-Nestas horas acredito que seja importante reunir a família e eu soube que esta em busca de seu irmão, Raphael, correto? - ele aguardou a resposta e então sorriu - Eu posso lhe dizer onde ele está, afinal, temos um objetivo em comum.


Stefan então aguardou a reação do outro vampiro, do outro lado da linha. Ouvira rumores de que Dante queria saber do paradeiro de Raphael há muito tempo. Assuntos de negócios relacionado à imensa herança deixada pro Alexander.


Aquelas notícias corriam pelos conselhos, uma reunião de alcova de fofoqueiros, criaturas da noite com séculos de tédio acumulado caçavam qualquer notícia que pudesse ter uma segunda intenção por trás.


Todos sabiam que Alexander Grifftis havia abandonado sua verdadeira família por uma humana e que havia tido um filho com ela e, bocas pequenas diziam que Dante, o verdadeiro Grifftis, estava a procura do irmão há algum tempo, mas Alexander sempre impedira o contato dos dois.

“Por que?” - enquanto aguardava as respostas e possíveis perguntas de Dante, Stefan se questionava qual poderia ser o real interesse de um puro sangue num mero mestiço.


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MensagemAssunto: Re: Augustine   Augustine I_icon_minitimeSeg 18 Jan 2016 - 15:32



Dante Grifftis | Ato I - Chamado

begins




Acomodado na cadeira, Dante permaneceu atento as palavras do vampiro que estava do outro lado da linha. As notícias sempre corriam muito rápidas pela Europa, mas nunca imaginou que algum Augustine viesse entrar em contato. Stephan havia sido o primeiro da família, e aquilo era surpreendente. Dante nunca fora bem visto por Fernando, pois o mesmo havia cometido o mesmo erro de seu pai, Alexandre.

- Agradeço pelas condolências. – Grifftis se curvou para frente e apoiou uma das mãos sobre a mesa de carvalho, como se aquilo o ajudasse a compreender melhor o motivo daquela ligação. – Mas afinal, qual o motivo do contato?

Raphael, é claro! Obviamente o que mais chamaria a atenção das demais famílias de sangue puro a não ser a desgraça das famílias rivais? Stefan estava certo, tudo que Dante queria era encontrar Raphael Grifftis, o irmão bastardo que vira pela última vez no Canadá. – Com certeza, preciso de meu irmão comigo, afinal, ele deixou todo o cargo sobre meus ombros. – a voz do puro sangue tinha um mix de ódio e prazer, ao pronunciar o nome do bastardo, Grifftis podia sentir o veneno de suas presas crescerem dentro da boca. – Mas essas informações... o que você quer em troca? – Dante fez uma pequena pausa e deu algum tempo para o nobre pensar a respeito. – Você não tem nada a perder ou ganhar com isso, obviamente há algum preço. O que está tramando, Stephan?

O sangue puro afastou-se da cadeira e ficou de pé, com o telefone colado no ouvido. Ele parou diante das enormes janelas de vidro e permaneceu fitando as pessoas lá em baixo com enormes guarda chuvas negros pela cidade. Dante conseguia observar a própria expressão no reflexo, era odioso ver algumas características suas no rosto do irmão bastardo.  – Eu quero as informações.

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MensagemAssunto: Re: Augustine   Augustine I_icon_minitimeSáb 23 Jan 2016 - 14:23

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Contatos, aquilo era vital de se ter no mundo dos vampiros, quando maior sua rede de contatos, quanto mais informações chegassem aos seus ouvidos, mais tempo de vida você teria. Ser um  vampiro, um ser da noite, não significava eternidade, inteligência significava eternidade, poder significava eternidade, contatos significava sobrevivência.


Stefan havia sido criado para ser um nobre perfeito, um pilar, uma vez que não havia em seu sangue o poder destinado a um puro, mas era inteligente e tinha contatos e isto vinha lhe trazendo bons status dentro dos meios vampiro e humano.


Representar seu pai em reuniões do conselho o mantinha informado de tudo o que precisava saber, o mantinha como o centro de representações da própria família. Fernando tinha uma grande influência também e, apesar de todos os problemas familiares, ele havia conseguido conquistar certa estima do vampiro.


Seu pai Carlos jamais conseguiria tal coisa, afinal ele odiava Fernando e fazia questão de deixar isto claro, mas isso não era inteligente da parte de seu pai. Com a amizade de Fernando e ocupando o lugar do pai no conselho, sua posição de nobre, tudo aquilo lhe dera também status.


As notícias na Europa corriam de forma rápida e todos ficaram surpresos quando Alexander fora assassinado. Aquilo fora um fato incomum, geralmente puro sangue eram mortos para que fosse feito Fowlon por algum nobre, mas aquilo não havia acontecido.


Além disso, a associação tivera que se envolver, afinal, todos eram suspeitos daquele assassinato, incluindo caçadores.


Isso fizera com que o nome de Dante, antes tão ofuscado pelo nome do próprio pai, surgisse no conselho, agora o puro sangue era responsável por toda a fortuna e pelo nome Grifftis. Mas ainda havia um outro membro da família, o bastardo que Alexander tivera fora de seu casamento real.


Dante anunciara sua procura pelo irmão em uma das reuniões e Stefan pouco prestara atenção aos detalhes, jamais imaginara que o destino cruzaria seu caminho com o mestiço bastardo, mas ali estava ele, naquele pequeno mundo, vendo Raphael Grifftis e sua “noiva”.


-O que quero em troca? - Stefan repetiu, sentindo que aquela informação realmente havia afetado o humor do outro - Você é um vampiro influente agora - Stefan começou - você tem o poder de seu nome e a fortuna e poder nunca é algo de se jogar fora. Quero 25% das ações da companhia de seu pai. Sei que isso não sera grande prejuízo para você - ele comentou - e quero que afaste seu irmão da família Augustine - ele completou, sem mencionar Sara.

-É um preço pequeno a se pagar para unir uma família novamente não? - ele completou - Estou agora seguindo seu irmãozinho e assim que as ações estiverem em meu nome eu lhe dou toda as informações que quiser, talvez até alguns bônus - em sua mente, um plano ardiloso se formava. Talvez Sara merecesse sofrer um pouco também e, se a intuição dele estava certa, Dante não estava em busca de Raphael para fazer as pazes e jogar xadrez. Alguns nomes precisavam ser levados e disso Stefan entendia bem.


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MensagemAssunto: Re: Augustine   Augustine I_icon_minitimeQua 6 Abr 2016 - 12:43

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A tarde morria em raios laranjas num céu roxo e o pouco calor que o sol trouxera mais cedo desaparecia, dando lugar ao frio noturno, anunciando que dali em diante a temperatura apenas cairia.

Sara estava ali, como uma estátua, uma pintura, em meio ao caos que causara, envolta no lençol como se de alguma forma aquilo a pudera proteger de qualquer coisa. Seu celular jazia silencioso ao seu lado, nenhuma chamada de Stefan ou de seu pai, nenhuma mensagem.

Raphael também não havia retornado, simplesmente nada havia acontecido naquelas horas e aquilo lhe dava uma imensa sensação de entorpecimento, como se o tempo houvesse parado naquele espaço.

Ela olhava para as pontas dos próprios pés sobre o lençol branco que se estendia pelo chão, se abraçava como se de alguma forma aquilo pudesse juntar todos os pedaços dentro de si. Quando seu mundo começara a desmoronar daquela forma? Quando o descontrole passara a tomar parte de sua vida e todas as decisões se tornaram errada? Quando havia se afastado tanto de seu pai?

Ele se levantou, milhares de pontinhos manchando sua visão. Ela se sentia exausta, seu corpo estava dolorido, como se tivesse travado uma luta corporal com cada objeto lançado no chão. Ela se olhou no espelho e tudo o que pode ver era uma sombra de quem era.

Sara se aproximou do espelho, ainda se encarando, como se quisesse procurar qualquer coisa ali, mas ela não sabia o que, atrás dela apenas o caos reinava.

Ela ajeitou os cabelos, apagou as marcas no rosto, deixando o lençol cair às suas costas.

“Quem é você?” - ela pensou, comparando aquela diante dela à sorridente Sara de dois anos atrás. Ela nunca imaginara que entrar para aquele mundo de escuridão a consumiria tão rapidamente, ela se achava forte, ela se achava íntegra e tudo aquilo havia simplesmente desmoronado diante do primeiro vampiro que encontrara.

O pior de tudo era que, mesmo sabendo de todo o mal que havia dentro dele, de toda a dor que ele lhe trazia, ela ainda o deixara entrar em sua vida. Ela abrira seu braços para mergulhar em toda a escuridão que cercava Raphael.

“O que esta acontecendo?” - ela pensou, recordando aquele beijo, recordando aquelas palavras no diário, recordando todas as peças de um quebra cabeças que parecia ter sido moído num liquidificador, nada fazia sentido.

Ele a desprezava e então ele a amava. Mas ela não estava fazendo a mesma coisa? E se decidisse lutar por ele? Lutar como, contra quem?

“Ele quer matar seu pai!” - ela pensou e aquilo não lhe causou o choque ou a dor que esperava. Fernando estava distante, tão distante como aquela Sara que deixara Madrid. Sara aceitaria que Raphael matasse seu pai?

“Que tipo de monstro você é?!” - ela olhou com raiva para sua imagem no espelho.
E agora, além de tudo, tinha Stefan, a quem ela havia envolvido naquilo sem sequer saber das reais consequências. Ela precisava dar um basta, ela precisava recolocar a vida nos eixos e sem fugir. Se aquele era o mundo de trevas que ela deveria viver, ela viveria, mas não sucumbiria a ele.

Ela defenderia seu pai, não deixaria Raphael tomar sua mente e seu coração daquela forma, ela não podia deixar, aquela não era ela.

Sara também terminaria tudo com Stefan, não o amava e algo dentro dela não conseguia confiar plenamente nele.

Contaria tudo para seu pai, tudo o que havia acontecido, todos os planos de Raphael, a desconfiança que sentia sobre Stefan, voltaria a ser a Sara de antes, voltaria a se aproximar de sua família e o primeiro passo para isso…

Sara pegou seu celular, a foto de fundo ainda era uma foto de sua família e ela deslizou o código de bloqueio, acessando a agenda e ligando para Stefan. Caixa postal…

Ela tentou mais duas vezes, sem sucesso, então ligou para seu pai que a atendeu no segundo toque.

-Papa, precisamos conversar - ela anunciou, tão logo os cumprimentos foram trocados. Houve um pequeno silêncio do outro lado da linha, uma respiração pesada, mas Fernado logo concordou, marcando de se encontrar coma  filha no saguão do hotel onde estavam hospedados.

Ele ficou de enviar um motorista para lá, para buscá-la.

Sara então desligou o aparelho e olhou em volta mais uma vez. Em meio ao caos ela encontrou um caderno e o estojo intocados de Raphael, era óbvio que ele não se aplicava às aulas, não precisava daquilo, como a maioria daqueles que estavam ali.

Ela abriu o estojo, apanhando uma caneta, abrindo o caderno em seguida. Ela não sabia o que escrever.

“Sem fugir…” - ela pensou, mas sabia no fundo que, só o fato de não encara-lo e deixar um bilhete era uma fuga. Ela respirou fundo e fechou os olhos. A imagem dele tomava sua mente como uma onda varrendo qualquer coisa.

Dois anos atrás, aquela noite quando ele salvou aquela mulher, as palavras no diário, o beijo mais cedo.

A caneta deslizou, desenhando o nome dele na folha, manchando a final da letra L ao ficar parada tempo demais no papel.

Ela soltou, não havia o que escrever ou dizer. Não havia mais nada a fazer. Ela largou tudo ali em cima da penteadeira e saiu daquele lugar caótico, indo para seu quarto, se arrumar, sequer notara que deixara seu celular para trás, em meio a toda aquela bagunça.



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