Quarto - Daryl Cannigan e Raphael Grifftis

~*Lily


Ela sorriu e fechou o armário, depois voltou e se sentou novamente ao seu lado.


- Até o Nero usa roupas mais coloridas tsc tsc tsc - ela implicou com ele e sorriu quando ele beijou sua mão e falou que estava fofa.


Se aproximou mais e o abraçou, deitando a cabeça em seu ombro enquanto o ouvia falar. Parecia uma vampira bem carente. Quando ela falou que Naru ficava seguindo-os para ver se brilhavam ao Sol, Lily quase se acabou de tanto rir.


- Isso se as fadas existirem, eu nunca vi uma - ela deu de ombros. Então ele falou sobre uma tal Harker e ela pensou até relembrar - Ah, sim! O conto do Drácula. Ele existiu mesmo? Eu perguntei pro meu pai, mas ele me falou que era melhor eu não ficar procurando essas coisas. O que há de errado? Será que o tal Vlad era tão ruim assim? Talvez tivesse sido só um humano lunático...


Ela ouviu que ele gostaria de ler qualquer coisa e se levantou em um pulo, animada e deu um beijo nos cabelos dele.


- Fica aí - disse apontando o dedo e saiu de súbito do quarto, voltando esbaforida alguns minutos depois, com um sorriso no rosto - Pronto - ela voltou a se sentar ao lado dele - Aqui - ela entregou a ele um dos livros dela, "Divergente" - Talvez você goste... É atual, mas se você não entender alguma coisa, é só pesquisar e aí você aprende também - ela tratava ele com todo zelo com medo de ele não entender alguma coisa moderna - Depois vou te presentear com outro. Mas é segredo por enquanto - piscou um olho. - Alguma sugestão de leitura pra mim? - ela praticamente deitou no colo dele, usando sua perna de travesseiro.

Daryl imaginou que se Lily convivesse mais tempo com sua "lacaia", iria ter momentos ótimos de diversão só por aqueles momentos de óbvias diferenças entre raças. 

Não tinha problemas em lhe dar atenção integral para suprir sua carência. Afinal, tudo que estava acostumado era um clima sombrio em casa, então isso era muito bom na realidade.


- Não sei se a personagem existiu de verdade, mas a mulher do livro não pode ter sido uma coincidência, ainda que baseada em outra experiência....- resolveu não comentar sobre o "tal Vlad" ser tão ruim assim. Afinal, a garota parecia acostumada a um nível de loucura muito alto para que pudese se assustar com alguém como o das hitórias d'O Conde. 

Ele a aguardou, surpreso e com as pernas esticadas na cama. Não esperava mesmo que ela fosse resolver emprestar naquela noite mesmo. Sorriu quando ela voltou. 

- Hm... - ergueu as sobrancelhas e passou os olhos pela sinopse - Chicago do futuro...hm.... Adolescente... Cinco facções... e uma garota que não pertence a nenhuma... É você? - sorriu divertido. Fez uma pausa, imaginando o que poderia indicar a ela. O Retrato de Dorian Gray era exatamente um retrato daquela vaidade vampírica em que viviam, mas não sugeriria isso. - Eu sugeriria algo leve, como as histórias de Jane Austen. 




Alguma sugestão de leitura pra mim? - ela praticamente deitou no colo dele, usando sua perna de travesseiro.

~* Lily

- Vou ler para descobrir qual a minha.... ahn... "facção" e entender o que voCê está dizendo - sorriu - Bem, um vampiro precisa mentir para sobreviver... mas só contra ameaças. Você não me parece ameaçadora. Quer dizer... a não ser quando resolve jogar os outros no chão e ficar elétrica.  Mas mesmo assim é adorável - riu.

- Por que não pergunta ao seu pai? Bem... - imaginou que era óbvio que ela já tinha tentando fazer isso algumas vezes - Talvez isso não seja realmente importante, não é? - Mas o que ele realmente queria dizer era outra coisa. Daryl a observou por um tempo. Talvez fosse melhor que ela não soubesse sobre a própria família. Se ele tivesse uma escolha, ele optaria nunca saber. Mas também... como poderia adivinhar que eram todos loucos sme descobrir? Era um dilema. Achou melhor perguntar com naturalidade. Acreditava até agora que Nero era realmente o pai dela. 

- Agora... sobre mim. É estranho, mas sou filho único. Quer dizer, pelo menos filho único da minha mãe. O meu pai tem outros filhos, mas isso não importa muito, pois ninguém é muito próximo. Sempre nos tratamos com primos, parentes distantes.

~*Lily


Ela olhou para as próprias mãos.

*Daryl*

Só podia imaginar que tipo de caos os dois deixavam por onde iam quando brigavam. A combinação dos poderes deles era bastante explosiva. Não o surpreendia mais que fugissem.

Riu pois ela parecia um animal indefeso pedindo carinho e logo entrelaçava os dedos aos cabelos coloridos dela. Suspirou. Nero gostava de complicar a vida da filha dele. Era bem fácil imaginar que ele só queria uma escrava no começo, mas depois do que tinha presenciado, era claro que Nero gostava dela. Então alguma coisa bem ruim estava por trás da morte de seus pais e ele realmente achava que ela não deveria descobrir. Deixou que ela encerrasse aquele assunto. Não queria desanimá-la ainda mais e soltou um riso curto.

Apresentá-la a sua família além de sua mãe seria bem improvável, mas era bonitinho como ela estava empolgada. Se soubesse como gostaria de ter apenas uma família média...

- São todos engomadinhos puxa-saco de puro sangue. Como você mesma diria - deu um beijo em seus cabelos - Mas vou te levar pelo menos para colocar os olhos neles quando houver uma grande festa. Aí você vai se decepcionar e desistir, como eu. Eu morava somente com os ... criados - teve um cuidado para não dizer "lacaios" ou algo do tipo - e minha mãe. Esses você pode conhecer. Mas ela é um pouco... temperamental.

~*Lily


Ela fechou os olhos com o carinho nos cabelos, apreciando aquele gesto tão simples. Mas quando ele falou que eram todos engomadinhos e puxa-saco ela franziu o nariz em uma careta. Mas o beijo em seus cabelos fez ela sorrir de novo.


- Você não tem medo que eu te envergonhe em uma dessas festas? Não sou muito comportada... - ela estremeceu com uma lembrança - Eu quase explodi uma boate quando bebi pela primeira vez... Desde então estou proibida de beber qualquer coisa com alcool - ela sorriu envergonhada. Então esticou a mão e acariciou o rosto dele - Do jeito que você fala eles parecem ruins... Talvez seja bom você se afastar deles um pouco... Se você quiser pode passar os fins de semana comigo na minha casa, para montar o jardim! Pode chamar Naru também! - ela se aproximou e sussurrou no ouvido dele - Ela distrai o papai pra ele não pegar no nosso pé - ela riu.


Então voltou a deitar no colo dele e colocar sua mão nos cabelos dela.


- Com os criados? Então são esses que eu vou conquistar - ela sorriu fofinha - Daryl. Nero é temperamental. Eu sou temperamental. Você é temperamental. Temperamental faz parte da minha vida - e caiu na gargalhada - Não se preocupa, eu aprendo a lidar com a coroa.

*Daryl*

- Na verdade... - abaixou o tom de voz - tenho medo de que eles possam me envergonhar. - Vou lembrar de manter bebidas longe de você. - E então ficou surpreso com a proposta dela. É sério que ela estava oferecendo um tipo de proteção? Sorriu. Mesmo até com a ideia inocente de que alguém como Naru ficaria à vontade ou a salvo no meio de vampiros que não serve - Não se preocupe. Eles são estranhos mesmo. Mas eu não me envolvo mais. Eles têm seus próprios negócios e simplesmente não sou um problema para eles.

Aí riu mais alto e brincou com seus cabelos. "Coroa". MArguerite chamada de coroa. Não parecia mais uma ideia tão ruim levá-la até em casa e dar a ela seu próprio espaço no jardim.

- Digamos que ela é extremamente ~passional~. Ela é extrema em cada sentimento e não tem muita facilidade de lidar com ninguém que não seja nobre ou puro sangue. Por causa disso, ela seria capaz de loucuras máximas, sem ter qualquer tipo de ética. Você provavelmente a odiaria por essas coisas. Se isso acontecer, - achou melhor acrescentar. Pois não seria difícil que ela soubesse o bando de loucos que eram os Cannigan - lembre-se que que não tenho controle sobre o que eles fazem...  - suspirou, mas achou melhor mudar o foco do assunto - Mas ainda assim você vai gostar do local. Se ler o livro que eu te indiquei, pode ser que se sinta no cenário.

~*Lily


Ela sorriu, achando fofo o jeito dele de temer que os familiares o envergonhassem diante dela. Suas bochechas coraram. Então ele a prezava tanto assim? Ela ficou feliz em saber daquilo.


- Tudo bem. Se eles não se meterem comigo, então também não vou me meter com eles. Não quero deixar você chateado.


Ela apoiou a mão em seu peito e ficou fazendo carinho enquanto o ouvia falar da mãe. Sorriu. Sim, ela leria o livro que ele indicou para ter uma idéia.


- Daryl, meu anjo, eu jamais culparia você pelas ações de outra pessoa, mesmo que fossem seus familiares. Você é responsável somente por seus atos e pelas consequências deles. - ela respirou fundo - Eu também não sei como vou reagir. As vezes faço e falo coisas que me arrependo quando... quando estou fora de mim... Espero que me perdoe se algum dia eu te magoar por causa disso - ela suspirou. Ela não era fácil e Nero era pior ainda. Os Sorel ainda tinham o nome manchado na Itália por causa dele - Eu vou ler... E vou pesquisar também. Talvez eu ache sua casa pela internet - ela sorriu marota.

Daryl sorriu de olhos fechados com aquela informação, perguntava-se  se ela seria ela capaz de continuar com esse pensamento quando descobrisse sobre a morte de crianças.
Mesmo assim, ela fazia soar como verdade e lhe dava confiança, como se realmente esse tipo de coisa não importasse.

- Essa história toda vai ser uma grande loucura, para nós dois. Mas acho que e isso que somos...e queremos - riu -  Vem aqui - se ajeitou para puxá-la junto a ele e abraçá-la, com um sorriso no rosto e feliz de ficar quieto em paz com ela pela primeira vez na noite.

~*Lily


Ela sorriu quando o rapaz a puxou para um abraço e se aconchegou nele. Puxou seu rosto delicadamente e o beijou com carinho e um leve sorriso. Pela expressão dela já estava com sono por tudo que havia ocorrido e um pouco de sede. Teria que se alimentar, mas não naquele momento. Iria aproveitar cada minuto com ele e depois daria um jeito naquilo.


Não demorou muito e a vampira dormia abraçada a ele, fazendo seu ombro de travesseiro, dormindo calmamente por se sentir segura nos braços de Daryl.