- Vício -
One Shot
Arthur Linvisck / Louis Montgomery
Aquele ano a Inglaterra havia tido um inverno intenso. O vampiro olhava pela janela e os flocos tocavam a vidros da janela que ficava embaçada com o ar que saia do aquecedor daquela suíte. Ele via sua existência se resumir a prisão que entrará. Aquelas pastilhas eram tão maravilhosas que a sua sede era saciada e isso deixava feliz afinal era a sua salvação, fora com esse pensamento que ele entrou nessa armadilha.
A porta da suíte abriu de repente e o homem de terno bem alinhado e fala mansa deixando as chaves do carro sobre a mesa de centro daquele quarto no hotel de luxo no centro de Londres.
_Eu lhe trouxe mais pastilhas. -Estendeu a caixinha preta a ele.
O vampiro estremeceu evitando pegar, relutou nervoso rosnou, a garganta ardia e ele sofreu pegando por fim.
_Por que isso agora? Sabe bem que isso lhe faz bem.
_Eu não tenho como pagar...-vampiro baixou a cabeça relutando para abrir e tomar mais daquela pastilha.
_Já disse por minha conta, estou lhe ajudando. - o humano com influência muito grande no comércio exterior tinha trabalhos no submundo esse era Victor Polmon tinha vários contatos e servia a um traficante a qual tinha a intensão de usar o vampiro para conseguir concluir seus planos. _Você agora trabalha para mim, então fique a vontade e se sirva das pastilhas.
Victor iria dar um golpe no chefão da máfia Adolph Magnus, tinha encontrado aquele vampiro nas boates onde o mesmo frequentava em busca de saciar sua sede, ele apresentou as pastilhas assim como fazia com vários humanos e vampiros a pedido de Magnus para distribuir na cidade. Ele foi servindo Arthur com elas, a medida que o vampiro as provavas mais e mais sentia a necessidade de tê-las e assim o aliciou. O vicio fora imediato o que deixou Arthur Linvisck preso a ele, preso a Victor pelo pagamento a qual ele não conseguia dinheiro o suficiente para quitar o que devia, sua dívida só aumentava e o desespero pelas pastilhas não conseguia fazer se afastar.
_Logo irá conhecer o nosso chefe e lembre-se Arthur faça de tudo para lhe agradar, quero lhe por lá dentro e será meu braço direito para conseguir tirar Magnus do comando.
Victor havia descoberto algumas particularidades sobre o vampiro, ele tinha poderes extraordinários e o usaria para dar o golpe em Magnus e assim tomar o comando do cartel de narco trafego de entorpecentes que atuava em 4 continentes, havia conseguido apoio interno de alguns grupo que eram distribuidores das drogas em alguns pontos mais importantes das cidades as quais atuavam. Mas o que ele queria era o controle das pastilhas, aquelas preciosidades eram como uma mina de ouro, dinheiro entrava fácil e as mesma viciavam rápido dando assim ao trafego uma nova abertura. Não importavam quem eram, nobres vampiros a vampiros de nível inferior, não havia nenhum que não resistisse aquelas pastilhas. Victor queria isso, os lucros e controle daquela nova droga e usaria o vampiro com poderes mentais para conseguir.
Arthur abriu a caixinha e pegou uma das pastilhas, Victor tinha um copo com água a frente dele e após entregar sentou no sofá e pegou seu smartphone fazendo envio de alguns emails. O vampiro tinha uma máscara tipo aquelas cirúrgicas cobria a boca, ele puxou rapidamente ingerindo a pastilha que sentiu os efeitos de imediato.
_Fico grato pela ajuda, pagarei por elas assim que tiver o dinheiro.
Victor sorriu de lado, nesse momento recebeu uma ligação a qual atendeu prontamente.
_Magnus, sim … Sim está tudo bem e os fornecedores estão aguardando a nova remessa.
Arthur olhou-o e se levantou indo para o outro cômodo da suíte, ali ficou esperando por tal encontro que seria aquela noite, viu que logo amanheceria e que precisava dormir, olhou a cama e deitou-se, Victor não deveria se importar se dormisse um pouco.
“ Quando experimentei a primeira vez aquelas pastilhas, fora maravilhoso, não sentia mais a sede desesperadora. A sede que me tornava um animal, fazendo caçar aqueles humanos na noite, fazendo expor-me, deixar aqueles seres fracos me tocarem. Nojo, sentia nojo deles, o mundo era imundo aqueles seres eram podres, mas era minha necessidade desesperadora de sorver daquele sangue para não morrer, para me manter são, fazia-me tocar as presas na pele imunda deles. E assim ia a lugares certos que ficaria mais fácil de caça-los, aquela época, a moda eram as boates de música eletrônica lugares perfeitos para a caça. Foi em um desses lugares que encontrei Victor e as pastilhas, me viu caçando e alimentando, me ofereceu as pastilhas. Quando as provei me senti vivo, dancei na pista de dança como uma criança que acabara de ganhar o brinquedo desejado no natal, gritava dentro de mim uma euforia entusiasmada que o meu primeiro pensamento fora … mais... eu quero … mais. E foi como gastei o dinheiro que fora de Selene, que me fez deixar nossas crias Skye e Noah, vivendo em um pequeno loft no subúrbio de Londre. Desde que me envolvi com Victor e as pastilhas, afastei-me deles, visitava-os as escondidas, mandava dinheiro para Skye, era muito pouco eu sei, mas o vicio e a dívida com aquele traficante só piorava as coisas. Não podia deixar que soubessem da existência deles. Agora para pagar o que devo, terei que ajudar o outro a dar um golpe em seu chefe, que fosse então se me livrasse das mãos de Victor faria qualquer coisa. Tenho medo dele, o cara é estranho, me olha de forma estranha, chega a ser assustador. Nunca imaginei que existiria um humano tão apavorante quanto um vampiro. Via a aura dele, era negra e perversa.”
Deitado com suas lembranças Arthur adormeceu, dormindo o dia todo quando acordou, sentiu uma mão tocar-lhe por baixo da blusa, arregalou os olhos e se afastou para o canto oposto da cama. Olhava o contorno daquela aura diferente, não havia visto antes junto a Victor aquele que estava sentado na beira da cama com um sorriso malicioso.
_Calma... Estou aqui a mando de Victor, Sou San Winter, empresário local.- O homem levantou e fez como quem iria até Arthur.
_O que o sr Winter quer de mim? - Arthur se afastou levantando em seguida da cama.
_Eu nunca vi um de sua espécie de perto, fiquei curioso como seriam o meu novo amigo Victor falou-me de você e me permitiu que o conhecesse. - O humano chegou perto dando a volta em torno da cama.
O vampiro se afastou andando de costas e esbarrou no criado mudo, desviou sem tirar os olhos daquele humano, era nítido na sua aura que ele queria muito mais que só conhecer, ele queria tocar e chegar perto.
_Acho que já viu o que queria, pode se retirar. -Apontava a porta para humano sair.
_Mas acabei de chegar, vamos conversar? Eu fico imaginando, são todos tão belos como você? - Ele sorriu baixinho chegando mais perto, colocou as mãos dentro do bolso analisando-o.
_Não sei, sr Winter se deseja conversar podemos fazer lá na sala de estar, eu vou lhe acompanhar...-Arthur andou para passar ao lado do humano que nesse momento o segurou pelo braço fazendo-o parar.
_ Prefiro que seja aqui em particular, sou um empresário conhecido em Londres, melhor evitar ser visto por empregados do hotel com um vampiro. -Ele apertou o braço, puxando o vampiro para mais perto.
_Sr Winter por favor solte-me.- Arthur rosnou baixo, mas parecia que aquele humano não o temia.
_Sabe sr Linvisck, quando se tem muito dinheiro se consegue mimos com muita facilidade.-O homem puxou do bolso uma pequena arma que de imediato tocou o corpo do vampiro lhe dando uma descarga paralisando seu corpo. Arthur soltou um grito que foi abafado pelo humano ao encostar o rosto no seu ombro.
_Poderia ter facilitado as coisas sr Linvisck, mas não tem problemas, agora podemos nos divertir, certo.- humano deitou-o na cama, e subiu na mesma tocando o peito de Arthur para tirar-lhe a roupa.
Arthur apesar de ter levado aquela descarga, não desmaiara, mas sentiu o corpo paralisado, mesmo que tentasse se mexer não conseguia, gemeu baixo sentindo a dor do choque daquela arma e seu rosnar surgiu de dentro do peito quando o humano tentava-lhe tirar a roupa.
“Não em toca... não me toca... não me toca...”
Queria gritar a voz não saia o pânico começou a tomar conta de si, seu corpo tremia de medo, aquela humano imundo o tocava, se afasta era o que ele pensava.
“SOCORROOO...” -Gritava por dentro.
Arthur tinha medo do toque, o vampiro sempre teve algumas restrições, mas nada tão patológico como era após a morte de Selene. Por muito tempo ele evitou o contato com outros seres, vivia com roupas que cobriam todo o corpo, luvas e atualmente usava aquela máscara cirúrgica, o medo do contato com germes e a imundice do ar e pessoas o levava a se proteger daquela forma, então após a morte da mãe de suas crias, a situação piorou.
Contato sexual fora banido definitivamente de sua vida, até então ele tinha suas vontades e preferencias mesmo que fosse casado com Selene, ainda assim a traia, saia com outros vampiros e humanos que gostavam das mesma preferencias que a dele, Arthur nunca negara a sua companheira que era o que os humanos deram o nome de homossexual ou gay e mesmo que ela dissesse que não se importava ele sabia que isso a fazia mal. As escondidas passou a sair em busca dessa satisfação. Foi em uma dessas saídas que a sua companheira fora morta, ela não teve chance e a única coisa que conseguiu fazer foi esconder as crias antes de morrer, Arthur não pode fazer nada, somente segurar em seus braços enquanto se tornava pó a sua frente. A sua mente que já era doente com aquele TOC somente piorou. Ele largou aquela vida e contatos, olhava tudo e a todos como seres imundos e passou a fugir com as crias pelo continente. Não sabia quem fizera aquilo, mas agora ele detestava ser tocado, punindo-se por ter deixado Selene morrer para saciar seus fúteis desejos e caprichos.
O humano tirava-lhe sua proteção, expondo seu corpo, faltava-lhe muito pouco para deixar aquele pavor do contato daquele ser imundo com sua pele, agora nu ele chorava as lágrimas molhavam a face e suas forças não retornavam.
_Que bela visão... Pode me ver como um bom amigo que lhe dará o prazer que desejar.- sorriu voltando a tocar o corpo de Arthur.
Pânico tomava cada vez mais conta do vampiro, algo dentro dele começou a criar forças aumentando conforme seu pavor crescia sobre o contato daquele humano, quando o mesmo abriu o zíper da sua calça fez o vampiro estremecer aquela situação o desesperou, um rosnar maior veio de dentro do peito alto e uma força surgiu fazendo todo quarto tremer como um pequeno terremoto atingisse o local. Em seguida um enorme brilho sai dos olhos do vampiro. Tudo no quarto parecia está girando em um enorme redomoinho de energia, o humano gritava por ajuda e no momento seguinte ouve um silêncio e um estalar no ar faz o humano ser arremessado contra a parede se desintegrando no ar, somente ficando a mancha do contorno de seu corpo na parede, era como uma sombra do que restara dele.
Arthur estava tonto e tentou se levantar, mas aparentemente usar aquele poder o fez perder a consciência desmaiando em seguida.
_Então... O que achou? - Victor estava junto ao outro homem de mais idade que sentado de frente ao notebook olhou toda a cena.
_Realmente isso me surpreendeu.- O homem levantou e caminhou até a porta onde outro que aparentemente era seu segurança abriu-lhe a porta para sair. _Obrigado Vincent. - Olhou para Victor antes de sair pela aquela porta. _Sr Winter foi um problema resolvido, leve o sr Linvisck para Herlock vamos ver como ele lida com a situação.
_Claro Magnus, assim que ele acordar e estiver recuperado levo-o até sua presença.
Victor sorriu por dentro, na verdade vibrava, seu plano começava a ganhar forma e iniciar-se. Magnus havia se interessado em Arthur e era questão de tempo em colocar o vampiro para ser seu espião junto ao chefe e assim poder usurpar o poder daquele império de drogas.