Capela Arco Azul

Assunto: Capela Arco Azul Dom 3 Jan 2016 - 12:16

A capela é utilizada para prestar homenagem aos mortos enterrados no cemitério Arco Azul, em Ambarantis. Sibéria e Caio organizaram, junto a alguns colegas de classe uma breve missa em homenagem aos estudantes, mas algo esta prestes a dar errado.

Assunto: Re: Capela Arco Azul Dom 3 Jan 2016 - 13:16

Sim, aquele era o justo e Siberia se sentia, apesar do peso de toda aquela situação, bastante feliz. Ela sentia que aquilo era necessário para encerrar aquele ciclo e ficara ainda mais feliz por poder ter Caio com ela naquele momento.

Ela não vira mais Hinomaru em todos aqueles dias e, mesmo que muitos corpos ainda não tivessem sido identificados, ela sentia um mal pressentimento, embora não quisesse expor aquilo em palavras.

Por ela, Siberia apertava com carinho um lindo buquê de lírios brancos nos braços, seus olhos cheios de lágrimas enquanto ela e outros estudantes ocupavam aos poucos o interior da quase decadente capela do cemitério local.

No fundo, ela se sentira um pouco assustada no primeiro momento, ao entrar naquela velha construção toda decorada com estátuas de anjo. Era estranho, elas ocupavam os quatro cantos do salão da capela, ocupavam os degraus do altar e até mesmo havia uma, a maior de todas, sobre o altar.

Ainda assim, não deixavam de ser belas estátuas e ela queria imaginar que, de alguma forma, aquelas figuras angelicais guardariam seus amigos.

Não havia sistema de som na capela e ela tinha que se esforçar para ouvir as homenagens que os colegas faziam, as vozes sumindo em meio ao choro. Ela própria havia chorado quando escrevera, pensando em Hinomaru.

Ela olhou então para seu lado esquerdo e viu Caio, apoiado num pilar ao lado de uma estátua e então sorriu, como se quisesse afirmar que estava bem.

Ela caminhou até ele e então mostrou o buquê.

-Acha que ela iria gostar? - perguntou de modo inocente. Não vestia preto, mas um moletom branco sobre as leggins pretas e bota. O cabelo rosa estava solto, caindo sobre o rosto.

Assunto: Re: Capela Arco Azul Sex 8 Jan 2016 - 19:00

Eu sentia como se minha jaqueta fosse me engolir. Não por ser pesada, não por ser grossa para me proteger do frio, na porque parecia simplesmente que tudo ia me engolir. Eu ainda não havia digerido bem aquela situação. Eu ainda sonhava com aquela noite e a cada despertar eu esperava levantar novamente na cama de um hospital ou na minha própria cova. Tudo ainda me atormentava mas ao menos na frente de Sibéria eu tentava parecer não pensar naquilo. Mas a verdade era que eu sempre pensava e que eu realmente não queria estar ali naquela capela. Eu fui só por ela.

Ela estava visivelmente abalada e por isso eu me mantinha firme, apesar de já ter tentado enfiar aquilo no vezes na cabeça dela e após a ouvir eu tentaria a milésima primeira.
- Sib, já te disse. Não acredito que nada de ruim tenha acontecido à ela... Ela não estava no dormitório, não estava na festa.... Depois de... De tudo, muitos alunos foram logo embora. Não tínhamos um telefone ou email... Você vai dar flores ao vento. - Eu dei um pequeno sorriso. A verdade é que nem eu sabia se acreditava ou não nisso. Mas eu tinha que aceitar. Por ela.

- Mas de qualquer forma... Eu estou aqui, cabeça de algodão doce - me aproximei, fazendo um leve carinho em sua bochecha. - Vai ficar tudo bem daqui pra frente

Assunto: Re: Capela Arco Azul Seg 11 Jan 2016 - 19:26

Aos poucos as homenagens foram prestadas e a missa acabou, alguns alunos se despediram, mas Siberia e Caio permaneceram no local, Siberia queria conversar com o padre, queria lhe perguntar onde poderia deixar as flores para Hino e em que dias ocorriam missas ali para que pudesse comparecer e prestar outras homenagens.

O padre olhou penalizado para aqueles dois jovens. Certamente eles não tinham ideia do que estava ocorrendo naquele local e que a capela seria fechada dentro de alguns dias para uma minuciosa investigação policial.

Ela forçou um sorriso e então caminhou vagarosamente em direção a sacristia, pedindo para que os dois o acompanhassem. Naturalmente os jovens seguiram os passos lentos do velho padre.

Eles entraram e logo estavam em uma pequena sala atulhada com móveis antigos e cheiro de madeira envelhecida. Haviam algumas estátuas e ali parecia ser uma área comum onde o padre fazia uma espécie de sala de estar.

Capela Arco Azul Puebla-Meson-Sacristia-Compania-Galeria

Ao que parecia apenas o velho homem morava naquele lugar, não havia sinal de mais ninguém ali.

Ele sentou-se e convidou os jovens para sentar, retirando um pequeno caderno debaixo de um compartimento de sua escrivaninha e pegando um lápis velho, com uma das pontas comidas.

-Estamos planejando uma breve reforma na capela este mês - ele mentiu, sabia que era pecado, mas sabia que aqueles jovens haviam passado por muito e temia que passassem por mais - Então me deixe anotar seu telefone pequenina e eu entro em contato assim que retomarmos nossas atividades. Te prometo - mais um pecado - uma bela missa em nome de sua amiga.

Ele aguardou as informações e então anotou, conforme eles falavam, fechando o caderno.

-Eu vou telefonar - o padre se despediu, abençoando os dois e então deixando que eles saissem.

Assim que os dois notaram que havia algo diferente, mas eles não podiam dizer o que, além disso, os poucos de seus colegas que haviam ficado para esperar por eles haviam simplesmente desaparecido.

Eles então ouviram um grito vindo da sacristia e correram até lá, porém, ao chegarem, tudo o que encontraram foi o caderno do padre caído atrás da mesa, ao lado de um pequeno querubim.

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