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RPG Vampire Knight
 
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 Grifftis

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Yumi Ayuzawa
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Raphael Grifftis
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MensagemAssunto: Grifftis   Grifftis I_icon_minitimeQui 24 Dez 2015 - 2:02

Grifftis Rw8188
Ato I - Novos aliados
Grifftis 24ep4ex

Os longos dedos de marfim contornavam a borda da taça de cristal, já não havia mais vinho ali, apenas pequenas gotinhas avermelhadas no fundo. Aquela não era a bebida favorita de Raphael Grifftis, mas a cor lhe agradava aos olhos.

O vampiro estava acomodado numa luxuosa cadeira de couro marrom, o cotovelo repousava sobre o apoio, os olhos azuis perdidos nos reflexos da taça que estava em sua mão. O garçom se aproximou e sorriu gentilmente, atrás dele havia uma bela mulher de cabelos castanhos e olhos verdes. A moça assentiu para o funcionário que se retirou logo em seguida, deixando-a sozinha com o vampiro.

- Raphael...– ela sentou na cadeira e ficou de frente para ele, uma expressão de fascínio e surpresa apoderando-se da face. – Você está ficando muito parecido com seu pai. Está fabuloso.

Grifftis abandonou a taça e curvou-se levemente para frente, ficando mais próximo dela. – Eu não lhe chamei para fazer gracinhas, já me deixou esperando por meia hora. – ele apoiou os dois cotovelos sobre a mesa e cruzou as mãos sob o maxilar, adotando uma postura séria e conservadora. – Preciso da sua ajuda, es uma das poucas pessoas que meu pai confiava, sei que aprontei muito contigo, mas desta vez é diferente. – a voz de Raphael tornou-se mais grave, suas pupilas estavam cada vez mais dilatadas evidenciando certo desconforto. – Preciso descobrir quem matou Alexandre. Preciso encontrar Dante. Preciso ficar mais forte. Você muito usufruiu da bondade dele, esta na hora de retribuir.

- Você acha que sou o quê? Não faço milagres, Raphael. E além do mais... – Jessica estreitou os olhos e em tom de deboche disse: - ...eu não ajudo fracotes, você não pode me proporcionar o que Alex me proporcionava. – ela passou delicadamente as mãos sobre o rosto, descendo na direção do pescoço. – Estou envelhecendo, eu não possuo mais a fonte da juventude dos Grifftis, e seu sangue não pode me proporcionar nada.

- Não ligo para sua cara esticada, a única coisa que quero é que se alie a mim, que seja minha cúmplice. – Raphael estava jogando alto em chamar Jessica Romanoff para ser sua aliada, apesar de conhecê-la desde que era uma criança, ele sabia que ela era uma mulher difícil de negociar. E mesmo sendo uma humana, ela não era qualquer pessoa. Jess já fora caçadora, serviu de conselheira para muitos vampiros nobres, conquistou muitas coisas apenas trabalhando com troca de informações e serviços diplomáticos entre vampiros e caçadores.

Com Sara Augustine ausente, apenas visando o casamento com o tal de Stefan, Raphael sabia que precisava de novos aliados. Sara havia decaído na sua lista, a vampira já não era mais de confiança, sem falar que, ela nunca teria atitude e força para matar um sangue puro, exceto que fosse Fernando Augustine, o próprio pai.

- Lhe dou tudo que desejar, meu sangue não é tão glorioso quanto de um nobre, mas continua sendo dos Grifftis, posso retardar seu envelhecimento até encontrarmos uma solução. E também...- Raphael estendeu a mão sobre a toalha branca e puxou o pulso dela para perto, fazendo-a estremecer sobre o toque gelado. – Sei que Alexandre não era apenas um chefe, vocês sempre foram muito íntimos. – ele apertou o pulso dela com mais força, conseguia sentir a pulsação do coração dela sob a pele. – Quando você me olha vê ele, sente a falta dele, lamenta a morte dele, quer vingar... eu também quero!

A morena sentiu um aperto invadir o peito, grande parte do que o vampiro havia dito era verdade, ela queria vingar a morte de Alexandre, mas não acreditava no potencial de Raphael. Os inimigos que beiravam os passos do vampiro era incrivelmente fortes, Jess sabia que Dante havia começado a mexer as peças no seu tabuleiro de xadrez, e o submundo do Reino Unido se encaminhava para o caos, já que o sangue puro que ditava a as regras estava morto e ainda ninguém havia assumido seu lugar. Dante estava sendo cotado para dar sequência ao reinado dos Grifftis, herdando assim a linhagem de duas familiais puras, transformando-se em um dos vampiros mais poderosos de toda a Europa. Romanoff sabia que muitas coisas iriam acontecem com a mudança de ciclo da família Grifftis e no mundo vampírico.

- E como você acha que vai conseguir vencer todos os inimigos de seu pai? – ela indagou, tentando se afastar do aperto dele.

- Vou me transformar num sangue puro, Fernando Augustine, ele é o primeiro da minha lista. É um nobre pacato, com família, tão estupido quanto meu pai por se envolver com uma mundana.
– Raphael parecia cuspir aquelas palavras, afastando as mãos de Jess, recolhendo-as para dentro dos bolsos das calças. – Ele tem uma filha bastarda, da qual já tenho domínio. Sara jurou que me ajudaria se eu a deixa-se em paz, porém, como não confio totalmente nela, preciso de sua parceria e de sua segurança.

- Você é louco, se o pai dela descobrir, você é um homem morto! – Romanoff estava assombrada com o tamanho da ousadia de Raphael. Desde pequeno ele sempre fora assim inconsequente, mas desta vez havia passado dos limites, ele não aguentaria tanta pressão.

- Eu já estou morto, Jess. Eu não sei a quanto tempo, mas já estou morto, já não sinto mais nada aqui dentro.
– o vampiro desceu o olhar até o meio do peito e olhou para a morena novamente. – Entre para a academia como professora, apenas investigue o que acontece lá dentro, entre os alunos e me mantenha atualizado, te darei quanto sangue quiser, serei seu.

Romanoff mordiscou o lábio inferior e fechou os olhos, era muito arriscada a proposta de Raphael, poderia morrer com facilidade nestas jogadas de espiã, mas por outro lado ele estava certo. Ela devia muito para os Grifftis, não em questões financeiras, mas sim, em questões de honra. Sem falar que ele seria seu, nas veias de Rapha corria o sangue de Alex, e junto do sangue sua quase imortalidade.

- Está bem, mas não esqueça..
.- ela sentou ereta na cadeira, e se serviu do vinho que estava na taça a sua espera. Os olhos verdes fuzilavam os azuis do vampiro, ambos ficaram algum tempo se encarando enquanto sorvia do vinho. – Você é meu Raphael Grifftis.

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Yumi Ayuzawa
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MensagemAssunto: Re: Grifftis   Grifftis I_icon_minitimeSeg 4 Jan 2016 - 17:25



Ato II - O regresso

cold (but i'm still here)



Grifftis 30krlhu

A fumaça do cigarro fluía envolvente dos lábios do vampiro que estava deitado na cama, com um dos braços apoiados sobre a testa. Após alguns dias de muitas negociações, Raphael havia fechado acordo com Jessica Romanoff por um alto preço. Em troca, ele tinha que doar o próprio sangue para a humana manter a beleza e a longevidade, algo que Jess já havia feito por muito tempo com Alexandre Grifftis.

Raphael não gostava de se envolver com humanos, mas Jess era diferente de qualquer coisa que ele já tinha conhecido ao longo do século, qualquer coisa que ela quisesse, conseguia sem muitos esforços e aquilo era primordial para o vampiro. Precisava dela para descobrir informações sobre os sangue puros, e claro, Dante. Sara Augustine também havia se comprometido de ajudá-lo a caçar um sangue puro para Raphael aumentar o seu poder, mas a vampira não parecia estar muito convicta nas próprias atitudes. Ultimamente ela se mantinha ocupada com outro nobre, qual em breve casaria.

Pensar naquele tipo de situação deixava o Raphael incomodado, e mostrava o quanto Sara era covarde a ponto de buscar auxilio nos braços de qualquer um que estivesse disponível, apenas para afasta-lo de seu caminho. Mas afinal, o que ela queria com aquilo? Afasta-lo não solucionaria todos os problemas, ele não poderia ser o único problema dela, correto? Se ele quisesse matar Fernando sem a ajuda dela, ele o faria, mesmo que fosse mais difícil, mas o faria. Então, o que Augustine desejava com toda aquela reviravolta?

- É ridículo! – Raphael se sentou na cama e movimentou o braço com fúria contra um vaso de flores que decorava o quarto. O vaso espatifou, e um filete de sangue coloria de vermelho a mão pálida do vampiro. – Se eu tiver que dar todo o meu sangue para detê-lo, eu darei. – ele falou lembrando-se novamente do acordo, faria tudo que Romanoff quisesse, drenaria todo o sangue se fosse preciso, apenas para vingar a morte de seu pai. - Mas já achei alguém melhor do que você, Sara.

O celular ao lado da cama vibrou sobre a cômoda, Raphael pegou o aparelho e no visor aparecia o nome de Jessica Romanoff. De sobre salto, ele amassou a bituca de cigarro no cinzeiro e ele atendeu a ligação. Estava ansioso, precisava de mais informações para agir com cautela, e somente essa humana poderia o ajudar no momento. – Fale.

“ – Boa tarde para você também, queridinho.” – a voz de Romanoff era irônica, mas o suspiro que ela deixou fluir do outro lado da linha deixou o vampiro com o coração acelerado. “ – Vou ser bem franca com você, Raphael. Seu irmão agora é oficialmente o novo redentor dos Grifftis, a única coisa que o conselho de anciões liberou para você foi uma das mansões da família, aquela localizada no interior da Inglaterra, e uma gorda pensão em euros.”

- Foi até melhor do que pensava.-  Grifftis parecia cuspir aquelas palavras, o amargor do orgulho subindo pela garganta a ponto de azedar a boca. – Agora... conte-me algo que eu não saiba, antes que desconte toda a minha frustração em você, Romanoff.

“- Acha que me fere com ameaças? Eu não preciso me preocupar, mas você...” – Jess fez uma pequena pausa, deixando Raphael mais alarmado. O vampirou se ergueu da cama e caminhou até a janela do quarto, o corte gotejando pelo tabuado do chão. “ Dante já está em Ambarantis, e com certeza, deve estar a sua procura para que você assine os papeis de seus bens, e também.... talvez, para caça-lo. Você é o único empecilho para que ele tenha total domínio do que seu pai tinha, Raphael.”

O silêncio se estendeu por parte do vampiro, Romanoff apenas permaneceu na linha, esperando que Grifftis dissesse qualquer coisa a respeito, mas nada veio. “ Venha até meu Loft, tenho outras coisas que quero te mostrar. Você sabe como Dante age, ele não vai fazer nada por hora, ele é muito ardiloso apenas para chegar na cidade e te matar.”

- Sei...

“- Ele é muito pior do que isso, ele gosta de ver as pessoas padecerem sob suas regras...”

- Jessica, em meia hora estarei ai para cumprir a outra parte do nosso acordo. Além de Dante, quero que você investigue outras coisas para mim, lhe darei sangue e dinheiro. Muito dinheiro. – ele desligou o celular, sem dar muita brecha para Romanoff finalizar a conversa. Dante já estava circulando por ai, e não havia mais tempo, precisava agir para que pudesse sobreviver a ganancia de seu meio irmão.

Raphael vestiu a camisa social preta que estava largada sobre a poltrona, colocou nos bolsos da calça o celular e as chaves do carro. Ele saiu do quarto com a mão suja de sangue, alguns botões da gola aberta e os cabelos desgrenhados pela face. Sem poupar energia, ele disparava passos rápidos e ansiosos, o torpor de saber que Dante estava na cidade o deixava a merce de muitos sentimentos, principalmente os ruins, como vingança e destruição. Ele sabia que a qualquer momento poderia estar morto, caso o seu irmão decidisse agir.

Ao sair do quarto, mais um choque para a sua cabeça, Sara Augustine e o tal de Stefan estavam ali, juntos e de mãos dadas. Raphael diminuiu as passadas e apenas assentiu com a cabeça ao largar um olhar frio e vazio para a vampira que estava com o outro nobre. Ele passou ereto, postura impecável, enquanto abotoava os botões da gola da camisa.

Grifftis não se manifestou, apenas passou como se nada estivesse acontecendo ali, e também, tentava ocultar o corte que lentamente cicatrizava, pois fazia algum tempo que não sorvia sangue. Enquanto passava pela sala, apenas deixava um rastro de frustração e frio, repudiando com todas as forças aquela cena. Ele deu as costas para o casal, e sentiu o olhar de Sara cair sobre seus ombros, sobre ele por inteiro. Mas ele não podia mais gastar energias com ela, não mais.
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MensagemAssunto: Re: Grifftis   Grifftis I_icon_minitimeSeg 4 Jan 2016 - 22:18



Ato III - Abismo

sorry, but...


Grifftis 5pg0vl

A cada passo, Raphael sentia que Sara estava mais próxima, o sangue parecia ressonar dentro das veias, como se tivesse vida própria. Ele não olhou para trás, queria evitar de olhar naqueles olhos castanhos que tanto o desagradava, um incomodo absurdo que... Griffits não sabia nem o que pensar. Ela já estava bem acompanhada, o que queria atrás dele?

Sara Augustine teria o que merecia e o que esperava, se ela queria paz, finalmente havia conseguido, até porque Raphael não gostava de brincar com o brinquedo dos outros. A vampira já não era mais uma distração, porém, o laço de sangue que ambos compartilhavam era um problema, por mais que ele quisesse não pensar, ele sempre estava preso na existência dela.

Ele precisava aumentar a distância, mesmo que para isso tivesse que desaparecer de vez da vida dela. Raphael estava focado na vingança contra Dante, queria informações sobre o que lhe atacou na noite de Halloween, precisava descobrir o que era aquele poder. Queria Fernando Augustine sufocado sob o gelo, mas aquilo não poderia envolver mais nada, somente aquele sangue puro e não sua filha.

E porque aquela vampira com traços mundanos tão nojentos? Porque ela? Porque não qualquer vagabunda que já tinha pego na vida, porque não as vampiras de classe nobre que lhe importunavam a noite através de visitas intimas.  Com tantas opções porque alguém tão débil quanto Sara?

O corpo de Raphael se retraia, porque ele estava parando no meio do caminho? O carro já estava logo a frente, então, porquê? Eram tantas perguntas, era o celular vibrando no bolso da calça, era o sangue entorpecendo as veias ao saber que ela estava logo atrás, tão perdida quanto ele em emoções. Porém, diferente dela, Grifftis não sabia o que estava fazendo, ele só queria vingar uma causa perdida que havia lhe matado algum tempo atrás. Se ele já era considerado nada com Alexandre, sem o pai, nunca havia existido. Toda aquela carga carregada todos os dias nas costas, o sorriso sombrio e vitorioso de seu irmão, o tumulo de sua mãe degradado pelo tempo. Afinal, quem era sua mãe mesmo?

Grifftis girou nos calcanhares e lançou um olhar perdido e frustrado para Sara, ou pelo menos para a ilusão de tela ali no meio daquele jardim. Ele não era fraco, mas estava sendo sucumbido pelos próprios demônios. Jessica tinha que ajuda-lo, ele precisava de ajuda, estava enlouquecendo a cada segundo. A fresni era mais forte do que ele, Raphael já estava alguns dias sem dormir e sem se alimentar. Desde que lera as páginas daquele diário... desde que entrara em contato com Jess... desde o funeral de seu pai, onde fora o único a ficar por dias a finco ao lado daquela lápide fantasmagórica. Ele abraçou fantasmas, culpas, dores que talvez ninguém pudesse aguentar, mas o ego inflamado... aquele ego era muito forte e resistência, assim como gelo que saia de suas mãos.

Os lábios estavam secos e frios, as mãos tremiam em punhos, aumentando o sangue que circulava do corte em sua pele pálida. Não apenas o rastro vermelho ficava pelo chão, mas o que restava de Grifftis também. Imponente como um imperador, ele caminhou, controlando passo por passo, parando na frente daquela maldita ilusão que o perturbava todas as noites. Fora só um encontro descompromissado, uma briga fútil na entrada de uma lancheria medíocre. E o sangue, aquele sangue quente que ele experimentou uma, duas, três vezes....

Raphael parou diante daquele espelho no qual refletia a imagem dela. Ele ergueu as mãos frias e segurou a face ela, olhando como se nunca tivesse a visto. Ele queria ler os olhos castanhos dela, a boca rosada, a pele macia e quente oposta a dele.

- Acabou, Sara... – ele aproximou os lábios dos dela, podia sentir a respiração dos dois se mesclando, quente e frio. Raphael a fitou com olhos baixos, o azul se intensificava com o contraste branco da pele. Por mais que fosse um mestiço, aquela beleza intensa e o porte inabalável de seu corpo abalava quem quer que fosse. O cheiro amadeirado, o frio, aquela sombra que o perseguia, tudo fazia parte daquele mundo que ele criava em volta de si, tragando a todos, inclusive Sara. – Eu nasci doente... – Grifftis deslizou as mão em torno do pescoço dela, enquanto os polegares ainda estavam nas bochechas da vampira. – Eu nasci morto, então esqueça que me conheceu.

As mãos a puxaram para si, fazendo os lábios se encostarem de leve um no outro. Ele se inclinou sobre ela, fazendo-a ficar na ponta dos pés, aprofundando aquele beijo que por muito tempo estava à espera dos dois. Raphael deixou a língua afiada deslizar para dentro da boca dela, Sara podia sentir todo o frio e desespero que circulava dentro dele. Grifftis havia sido destinado a viver congelado em torno de todas as mentiras que criou, e a maior delas era negligenciar Sara Augustine, por quem mantinha um laço terno e eterno.

Os lábios do vampiro abandonaram a boca dela, e desceram vagarosos e envolventes até o pescoço, deixando um rastro absurdo de frio e prazer. As mãos de Raphael deslizaram para a nuca de Sara, pintando-a com o sangue de suas mãos. Mas ele não a mordeu, apenas ergueu o rosto e a olhou com tanto sentimento, que aos poucos iam morrendo, desaparecendo naquele gelo. – Demônios como eu não merecem o amor...

Ele afastou as mãos dela que caíram ao lado do corpo, Grifftis recuou alguns passos para trás e fechou os olhos, ocultando qualquer coisa que Sara pudesse ler neles. Raphael não se importava com o vampiro na soleira da porta, da mesma forma que o sol desaparecia no horizonte, ele entrava no carro e desaparecia naquela longa estrada até a cidade de Ambarantis.
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MensagemAssunto: Re: Grifftis   Grifftis I_icon_minitimeSeg 18 Jan 2016 - 18:12



Ato IV - O jogo

nevermind




Um, dois, três... sentou no banco...quatro, cinco, seis... fechou a porta do carro...sete, oito, nove...os olhos azuis encontraram no retrovisor uma Sara perdida, desesperada, atônica com sua partida. Os segundos passavam mais rápido do que deveriam, Raphael abandonava aquele momento como se nunca tivesse existido na vida dos dois. Ele precisava esquece-la, deixar que ela se casasse com quem quisesse.

Grifftis girou a chave na ignição e liberou o carro automático, Jessica já estava a espera, com certeza, ficaria muito irritada com o atraso.

Ganhando velocidade na estrada, Raphael desceu o vidro e deixou o vento gelado tomar conta do interior do automóvel, ele não se importava, mais frio do que aquilo, somente se estivesse morto. Ele acelerava, afundava o pé no acelerador e o motor aumentava o zumbido, os carros que o acompanhavam ficavam para trás, alguns buzinavam indignados com tamanha imprudência.

Precisava fugir!


No peito dele as mão dela ainda eram quentes, como se ainda estivessem ali, derretendo todo aquele gelo. Raphael olhou novamente para o retrovisor e nada havia, ela já tinha ficado para trás. Os olhos castanhos de Sara ainda pareciam pinicar sobre os azuis dele, pela primeira vez ele vira a raiva se apoderar dela por completo. O que ela tinha em mente? O que estaria pensando dele?

Com uma das mãos, Grifftis pegou no painel um cigarro e o acendeu, o filtro comprimido por seus lábios de mármore. Ele não se importava com a fumaça, achava bonito o rodopiar com o vento que vinha da rua e da forma que ela se dissipava no ar. Ele também queria que aqueles sentimentos estranhos desaparecessem daquela forma, sem deixar vestígios, mas não sumia, parecia se enraizar dentro do vazio de seu peito.

- Droga! – ele bateu com o punho no volante e tragou o cigarro até sentir os pulmões arderem com a nicotina. – Que merda você fez, Raphael? Caralho! – ele continuou praguejando até chegar no centro de Ambarantis, aos poucos a racionalidade o abraçava novamente, e lembrava-se das dicas de Jess.

Agora mais devagar, ele estacionou o carro próximo de um complexo de prédios, era lá que Jessica Romanoff morava, e era naquele ambiente que ficaria recluso por um tempo até que... até que Sara fosse dissipada de sua mente.  

O vampiro desceu do carro e selou a porta com a batida que dera, aproveitou para ajeitar a gola da camisa, chamando a atenção de quem estava na volta. Estava na hora de dar sequência ao seus planos, com certeza, Dante já estava agindo. Porém, aquela pontinha de sentimentos dentro dele ainda estavam presos na mestiça. O jogo teria que terminar de uma vez por todas.

Acabou!


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MensagemAssunto: Re: Grifftis   Grifftis I_icon_minitimeSeg 28 Mar 2016 - 19:01



Ato V - Trocas

Dante vs Raphael




A porta abriu em um estalo frenético, Jessica alarmou-se com o barulho de ferro e madeira sendo esmagado com facilidade. Ela pegou a xícara de café que estava bebendo e ajeitou o roupão de seda sobre o corpo para se proteger do frio que vinha da entrada de casa. Ela não se assustou ao ver Raphael Grifftis com a maçaneta da porta nas mãos, ele parecia uma pintura de trevas e gelo sobre o carpete cor de marfim.  

- Com toda a certeza, você vai pagar o conserto da minha porta, Grifftis. – ela apoiou o quadril no batente da porta que dividia a cozinha da sala. Raphael congelou a maçaneta nos dedos e a quebrou logo em seguida, fazendo-a virar milhares de pedacinhos de cristal que derretiam lentamente no chão. – Pensei que chegaria mais rápido ao saber das notícias.

Ele entrou para dentro do apartamento e Jessica passou por ele bebericando o café, fechando o resto da porta. – Dante já está na cidade, com certeza, ele já deve estar atrás de você.

- Eu sei, por isso estou aqui. – o vampiro foi até a janela e ficou de costas para a mulher, observando a neve nos demais telhados da rua. – Ele vai me matar Jess, cedo ou tarde. Não tenho como competir com um sangue puro de dupla linhagem. – ele observou sobre o ombro a morena se sentar na poltrona que ficava de frente para a lareira. Romanoff parecia muito tranquila bebendo o café, o que tirava Grifftis do sério. – Espero que tenha algum documento, alguma informação que prolongue minha existência com Dante me caçando por todos os cantos de Ambarantis.

- Relaxa, não vou deixar Dante colocar a mão sobre um dos meus patrimônios. – Jess esticou a perna deixando a pele da coxa a mostra através da fenda do roupão. – Prometi para o seu pai que não deixaria os dois irmãos se matarem por poder. – ela colocou a xícara ao lado, sobre o criado mudo ao lado das poltronas, ainda olhando para as pernas que estavam desnudas. – A minha pele já não é mais a mesma, preciso do sangue dos Grifftis antes que perca a minha juventude.

O vampiro de gelo girou nos calcanhares e caminhou até a lareira, se sentando próximo do fogo. – Não vou esquecer das minhas dividas com você, Romanoff. – Raphael desabotoou a manga da camisa social preta que usava e dobrou até a altura do cotovelo, as veias azuis eram facilmente visíveis sob a pele branca. – Venha cá e se ajoelhe aqui.

Jessica que estava sentada apenas ergueu uma sobrancelha e fez uma expressão inconclusiva sobre a ordem dele. – Meu estilo não é o submissa, Grifftis.

- Apenas me escute, eu preciso que você me obedeça. – ele estendeu a mão para ela, os olhos azuis cintilavam contra o fogo da lareira, a convidando para um pecaminoso ritual entre vampiros e humanos. – Vem.

Jessica se ergueu do sofá e segurou na mão fria de Raphael, ele a induziu a sentar ajoelhada no chão, entre as pernas dele. Após ela se acomodar, Raphael fez um talho no pulso com as próprias presas e entregou o braço para que Jess aproveitasse de seu sangue. Ela segurou o pulso dele e trouxe na direção da boca, ela deslizou os lábios sobre o sangue, os lábios estavam emoldurados num sorriso afiado e prazeroso. – Seu sangue, ele me lembra tanto de Alex.

- Sou a cópia amaldiçoada do meu pai. – com a mão livre ele pegou uma garrafa de Whisky, abrindo com os dentes e bebendo pela borda da garrafa. – Nem aquele desgraçado do Dante é tão parecido com ele quanto eu, só me faltou o poder... todo aquele poder. – Raphael suspirou pesadamente ao ver Jess ajoelhada, colorida por seu sangue que manchava o roupão de tons pasteis. – Você sempre amou meu pai, Jessica.

Ela ergueu os olhos verdes na direção dele, Raphael sabia o quanto aquele olhar pesava, pois a falta de Alexandre também pesava dentro dele.

Com a mão ele virou todo o resto da garrafa de Whisky, deixando-a vazia sobre o criado mudo que havia entre as poltronas. Ele apoiou a mão na nuca dela, puxando-a para cima, fazendo-a olhar diretamente nos olhos. – Beba, usurpe tudo que pode.

Com uma das mãos, Jessica se apoiou sobre a coxa dele, ficando de quatro, afastando o pulso de Raphael para o lado. – Eu odeio quando você fala de Alexandre. – ela apoiou a outra mão nas pernas e ficou próxima dele, os lábios manchados de sangue e os olhos estranhamente brilhosos, entorpecida pelo liquido que acabara de beber. – Odeio sentir a essência dos Augustine no seu corpo, você vai acabar se matando antes de Dante lhe encontrar, Raphael.

- Sara... – a voz saiu rouca, quase num rasgo, enquanto o Whisky queimava a garganta e a boca do estomago. – Eu a matei dentro de mim.

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MensagemAssunto: Re: Grifftis   Grifftis I_icon_minitimeSeg 11 Abr 2016 - 16:34

Raphael Grifftis | Ice Vampire

Grifftis 348qeyf

As luzes da cidade rasgavam a escuridão da noite, iluminando com delicadeza os pequenos flocos de neve que deslizavam pelo céu.  Raphael Grifftis ergueu o olhar, os afiados olhos de gelo se perdiam entre os prédios, nas luzes de cada janela. Ele sabia que algum lugar de Ambarantis Dante estava a sua espera, pronto para lhe segurar pela nuca de uma forma que nunca mais fosse possível abrir os olhos.

O vampiro de gelo estava imóvel no terraço de Jessica Romanoff, uma estátua perfeita, sem pulsação, sem coração. Na mão um cigarro pendia despedaçando fagulhas, alimentando algum tipo de vida aquela paisagem morta.

Após o surto de bem estar ao bebericar o sangue de Raphael, Jess estava repousando no sofá da sala, as roupas pela metade, uma perna para fora, o roupão de seda deslizando pelos ombros, o sangue que coloria a garganta. Sangue que ele havia sorvido enquanto ela estava entorpecida pela droga, com certeza, aquilo lhe traria infinitos problemas.

Raphael girou nos calcanhares e levou o cigarro até os lábios, deixando as mãos livres para buscar algo nos bolsos da calça. Ele pegou o celular e nada havia ali, pelo menos nada que lhe chamasse a atenção. Nada dela, nenhuma mensagem ou ligação. Grifftis chegou a rir com a idiotice de pensar em Sara Augustine, não havia mais nada que ele pudesse sorrir ou chorar.

- Jess... – o vampiro cruzou as portas da sacada e aproximou-se do corpo adormecido da professora. Raphael largou a bituca do cigarro dentro da garrafa de whisky que estava sobre a cômoda ao lado, aproximou-se da morena e ergueu a perna dela para o sofá. Romanoff sempre fora uma ótima e fiel amiga, mas ela não conseguia disfarçar todo o afeto que sentia por Alexandre. De alguma forma, por mais estranha que fosse, ele sabia que havia muito mais na história dos dois, Raphael nunca soube se ambos realmente tiveram algo juntos, mas alguma coisa o incomodava por dentro. – Ele não deveria estar morto, e sim eu.  – ele deu as costas para ela e abriu a maçaneta da porta. – Também sinto por isso.

Ao fechar a porta, Raphael sentiu metade de suas esperanças esvaziarem como o ar de um balão. Ele estava sufocado, frustrado, impaciente, procurava dentro de si todas as dores e medos. Todos os momentos e sensações ruins eram as únicas coisa que ainda provavam que ele possuía uma existência. Para estar vivo era muito mais do que uma questão de estar respirando ou não, de pulsar ou não, era de sentir. E Raphael sentia, sentia tudo desmoronar dentro dele, enquanto a verdadeira morte caminhava logo atrás.

Os passos ecoavam dentro da cabeça, ele se aproximava do carro que estava estacionado na rua, as pessoas o encaravam enfeitiçadas pelos olhos cinza azulados. O ar subia pesado dentro dos pulmões, as mãos formigavam com o gelo, o gosto de ferro e álcool na boca, e elas não tinham medo. Elas continuavam a olhar, a procurar algo nele, descobrir sobre a vida dele, elas queriam ser como ele.

- Vocês não entendem! – ele rugiu, afastando algumas pessoas que passavam por ali. – Estar morto de verdade é não sentir! – ele bateu a mão no capo do carro o amassando para dentro como se fosse de papel. Quanto mais ele gritava e surtava no meio da rua, mais as pessoas o olhavam intrigadas e assustadas com a força exagerada. Mais ele era julgado, pressionado por aqueles milhares de olhos desconhecidos.

Ninguém entenderia como era estar no lugar dele, pressionado de todos os lados possíveis, apenas sendo o homem amargurado, mascarado por belíssimos olhos azuis. Enquanto percorria o trajeto até a Academia Cross ele pensava em Sara, no beijo que dera nela e o quanto ela estaria sofrendo com tudo aquilo. Talvez ela fosse seu único porto seguro, mas portos seguros não poderiam existir na vida de Raphael Grifftis. Afinal, todos sempre morriam no final.

Logo que ele a conheceu seu pai ainda estava vivo, tudo era brincadeira e festa, Sara era apenas uma vampira tola que o divertida dentro da escola. Porém, quando ele teve que voltar para Londres e ficar ao lado de um caixão vazio, Raphael percebeu que nada daquilo era uma brincadeira, que a morte sempre esteve ao seu lado. Desde pequeno, desde que matará a primeira pessoa até a morte de seu pai, a morte sempre esteve ali.

Pela primeira vez em muito tempo os olhos de Raphael brilhavam mais do que o normal, o brilho das lágrimas o deixavam ainda mais belo, elas deslizavam pelo rosto perfeito o tornando único no mundo. O maxilar rijo, os longos cílios, o nariz e os lábios esculpidos sobre a pele perfeita. Uma falsa ilusão da perfeição, pois por dentro estava mais do que podre e quebrado.

O sangue que corria nas veias dele era amaldiçoado, os Grifftis sempre foram atormentados desde o nascimento, desde suas criações, sangue poderoso e belo que causava guerras através dos séculos. Talvez aquela era a única herança que Alexandre havia deixado para os seus filhos, algo tão grandioso que ambos acabariam se matando por mais e mais poder.  

Ele estacionou ao lado da entrada da principal da academia, Raphael passou as mãos nos olhos e saiu do carro, batendo a porta logo atrás. A viagem era rápida até o local, mas foi o suficiente para que ele ponderasse em abandonar a academia de vez e ir enfrentar Dante, já não tinha mais medo da morte e não havia mais nada a perder.

Na escuridão ele cruzou o pátio, a imagem de Sara correndo até ele, os olhos castanhos gritando por ele, implorando para que ele ficasse dentro dos braços dela. Ilusões que ainda percorriam o local, fantasmas que Raphael vislumbrava a cada passo dentro das acomodações da Cross. Ele passou pela sala onde ela estava com o noivo, e ele queria chutar o sofá para longe, mas aquilo já não era mais problema dele, e sim, só dela.

Ao subir as escadas ele observou a porta do quarto aberta e aquilo não foi nenhuma surpresa, Raphael sabia que Sara não deixaria tudo aquilo passar a esmo como ela sempre fazia, ele tinha tocado na ferida dela e rasgado de uma forma incurável, o resultado não seria diferente.  Ele entrou no quarto e todas as coisas estavam reviradas, jogadas pelos cantos, os lençóis, as roupas, os materiais escolares, tudo estava do avesso.

Ele caminhou devagar e parou na frente da mesa de estudos, o caderno estava aberto e um lápis jogado para o lado. – Como você é boba, Sara Augustine.  – ele pegou o caderno e folhou na esperança de encontrar algo para ele, mas não havia nada. Raphael girou nos calcanhares e foi até a cama, pegou o lençol que estava embolado e arremessou para o lado causando um estalo no chão. Ele olhou para o celular que havia caído, o visor estava aceso e na proteção de tela estava Sara e os pais.

Lentamente ele se curvou e pegou o aparelho, ficou um bom tempo admirando aquela Sara feliz e das bochechas coradas, foi daquela forma que Raphael havia a conhecido no Canadá. Ela era tão bonita e saudável, não haviam olheiras e depressões fundas no olhar, Grifftis havia destruído o que ela tinha de melhor. A luz que nenhum vampiro possuía, exceto ela com toda aquela humanidade exagerada que o irritava e cativava.

- O que eu fiz com você? – ele tentou desbloquear o aparelho com a data de aniversário dela. Inválido. – Eu matei você de dentro para fora. – tentou a data do próprio aniversário. Inválido. – A quanto tempo você está morta, Sara? – ele colocou a data do pai dela, pois havia feito uma longa pesquisa sobre Fernando e bingo, a tela deu acesso ao menu principal. – Você era tão linda e viva.

Raphael foi diretamente até o álbum de fotos, não havia nada muito atual, mas possuía muitas fotos da antiga Sara e sua família, rodeada de amigos e abraços calorosos. O vampiro não sabia o que aquilo significava, se era realmente valioso todo aquele sentimentalismo exagerado, mas ele sentiu uma pontada de ciúmes. Numa das fotos ela estava fazendo uma selfie, um largo sorriso deixava os olhos amendoados, os dentes branquinhos contrastavam com os lábios rosados. Raphael ficou um longo tempo captando todos os detalhes dela, como se a foto fosse se mexer a qualquer segundo. Ele ergueu o telefone até os lábios e depositou um melancólico beijo na tela do aparelho.

Ele afastou novamente e abriu a agenda de contatos até encontrar “Papai”, Raphael simplesmente apertou o botão verde que ficava ao lado e levou o telefone até a orelha. Chamou uma, duas, três, na quarta vez a ligação foi atendida e apenas o silêncio vinha do outro lado da linha. No fundo ele conseguia escutar a voz familiar da garota, parecia eufórica, doente, sufocada. Grifftis respirou fundo e inflou os pulmões antes de chamar a atenção de Fernando Augustine na linha.

- Aqui é Raphael Grifftis, preciso falar com você antes que eu machuque ainda mais sua filha, Sara.

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Lohanne
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MensagemAssunto: Re: Grifftis   Grifftis I_icon_minitimeTer 26 Abr 2016 - 20:06

Grifftis 960

O luxuoso carro chegou e apanhou Sara na entrada da Academia. Ela havia se arrumado o melhor que podia, havia limpado as marcas de lágrimas em seu rosto e tomado um longo banho, quente, muito quente, como se aquilo fosse tirar o frio de dentro dela.

Sua roupa era de cores leves, embora pesada devido ao frio que a noite trazia. Era incrível como aquilo parecia sempre suga-la, o frio parecia sempre envolvê-la, dentro e fora de si. Era como se o sol tivesse sido apagado do céu desde que Grifftis surgira.

Ela se manteve abraçada e se aqueceu até o carro chegar. O ar condicionado estava ligado e ela agradeceu de forma silenciosa por isso. O motorista apenas lhe deu boa noite e seguiu o caminho pela colina abaixo.

A estrada estava escura e escorregadia, as luzes do pôr do sol haviam morrido, trazendo um céu nublado e ranzinza, mas o frio não a alcançava ali dentro, ao menos era nisso que ela queria acreditar.

O caminho foi lento até o fim da colina, mas na estrada o carro ganhou certa velocidade e as luzes da cidade já apontavam no horizonte. Ela tateou o bolso em busca de seu celular e só então se deu conta que ele não estava com ela. Onde estaria? Um mal pressentimento colou-se em sua nuca, mas ela apenas suspirou. Devia ter deixado no quarto.

As luzes da cidade a fizeram piscar algumas vezes, quando havia se tornado tão sensíveis à elas? Sara se ajeitou no banco quando o carro tomou a avenida principal e rumou ao hotel no fim dela.

Ela saltou antes mesmo que o motorista viesse abrir sua porta e ele pareceu desapontado consigo mesmo, mas assim eram os jovens, impacientes e sem etiqueta e ele então tornou a partir, levando o carro para a área de valets.

Ela seguiu pelo saguão e chegou à recepção, sendo anunciada ao pai que já a aguardava. Um funcionário a levou até os elevadores e apertou o botão para ela. Todos tão servis, como se ela não tivesse pernas ou braços. Aquilo nunca a havia incomodado antes, mas agora incomodava.

Ela aguardou o elevador e o funcionário entrou junto com ela. Ela queria ficar a sós, precisava escolher as palavras para dizer ao pai, mas o universo não parecia conspirar para aquilo.

Ele saltou no mesmo andar que Sara, frustrando suas esperanças que ele fosse a outro andar atender outro hóspede e ela não tinha nada a dizer a Fernando quando, após o funcionário bater à porta, ele atendeu.

O funcionário do hotel finalmente os deixou e Sara o olhou por cima do ombro, com certo mau humor.

-O que houve pequena? - Fernando a envolveu em um forte abraço e a convidou para entrar, dando espaço para Sara passar pela porta.

Sara respirou fundo, hesitando, mas por fim passando pelas portas. O que ia dizer?

Ela olhou em volta procurando pela mãe, mas não conseguia sentir a presença de Clara. Teria acontecido alguma coisa?

-Sua mãe voltou à Espanha - Fernando anunciou, como se lesse a mente de Sara e Sara assentiu, sem questionar. Queria questionar, mas sua mente estava tão confusa em seus pensamentos e no que tinha para dizer que aquilo ficou em segundo plano.

Ela sentia o estômago inquieto e agradeceu ao destino, deixando-se cair no sofá, quando o pai foi até o bar do quarto se servir de um whisky.

Ela ficou olhando para as próprias mãos, ouvindo o som do gelo no copo, da garrafa sendo aberta, cada detalhe dos movimentos do pai enquanto sua mente tentava montar um discurso.

Finalmente Fernando sentou-se diante dela, inclinado para frente e Sara inclinou-se para trás, encostando no sofá. Ela o olhou em silêncio por alguns segundos enquanto ele bebia o primeiro gole.

-C..como foi quando você se apaixonou pela mamãe? - ela perguntou num tom baixo, incerto e Fernando ergueu a sobrancelha, não era o que ele esperava ouvir e isto ficou claro.

-Num convento, numa missa, já falamos sobre isso algumas vezes - ele pareceu um tanto impaciente e Sara se encolheu. Fazer a coisa certa, precisava fazer a coisa certa!

-Se ela… se ela fosse a escolha errada? - Sara tentou novamente, mais parecia acusar o pai do que tentar confessar os próprios erros.

Fernando deixou o copo sobre uma mesinha que havia ao lado de sua poltrona e então bufou:

-O que aquele idiota do Stefan te disse? - ele parecia conter a raiva na voz, mas seus olhos castanhos estavam intensos, seu maxilar travado.

Errado. Estava indo pelo lado errado, pisando nas feridas do pai.

Sara se encolheu ainda mais e negou com a cabeça. Stefan não havia dito nada, aliás ela não sabia onde ele havia ido depois daquela manhã. Ela sentia um lapso em tudo aquilo, no tempo que passara naquele quarto em meio ao caos.

-Desculpa - ela pediu, abaixando o olhar - Ele não disse nada - Sim, ele havia dito, mas nada importava, não era sobre aquilo - papa… eu quero falar sobre… quando me mandou para o Canadá - ela conseguiu por aquela frase para fora, finalmente.

Fernando pareceu se acalmar, retomando seu copo e servindo-se de um longo gole. Seus olhos estava sobre Sara, mas a franja longa ocultava boa parte do rosto dela.

-Olhe para mim Sara - ele pediu e ela obedeceu, mas não de imediato.

Sara respirava lentamente, enchendo os pulmões, sentindo a tensão em volta dela. Seu corpo estava quase dolorido.

-O que houve no Canada? - ele perguntou e Sara abriu e fechou a boca diversas vezes. O que houve no Canada? Nada na verdade.

-Eu conheci uma pessoa, alguém como nós - ela começou. Conhecer não era bem o termo, ela não sabia nada dele, nada além do que ele havia mostrado, nada além do gelo, mas ela não tinha como explicar a ligação deles, ou o que ela imaginava existir.

-Você quer desistir do casamento? - Fernando pareceu esperançoso, mas aquilo não estava ligado a Stefan e as interrupções e presunções de Fernando estavam tornando tudo difícil.

-Sim, mas isso não tem a ver - ela respondeu, surpresa consigo, afinal, saiu tão naturalmente que ela chegou a respirar de alívio no fim da frase.

-Continue - ele pediu e Sara assentiu, as lembranças iam e vinham em sua mente como uma onda, que levava qualquer frase que montava em sua mente. Estava desistindo de Raphael, não era?

- Essa pessoa, ela… ela não era quem eu esperava - ela mordeu o lábio. O que ela esperava? O que ela queria? O que ela queria de Raphael?

-Como assim? - Fernando agora estava curioso, novamente inclinado para frente, novamente deixando seu copo de lado, mas Sara não se sentia segura e ela não conseguia entender porque. Fernando fora o foco de sua admiração a vida toda, mas algo parecia partido.

-Eu… ele me...ele me mostrou um lado meu, eu não gosto, eu não sou isso - ela sentiu a garganta fechar, queria chorar. Ele mostrou o que era ser como ele e ela havia amado cada instante, porque era ele!

-Eu… eu matei uma pessoa - ela continuou, cada palavra mais difícil - essa pessoa merecia morrer… ele… ele fez algo ruim - Fernando ouvia, sua expressão neutra, não havia julgamento em seus olhos.

-Eu… eu fugi depois, ele disse, ele disse para as pessoas que nós havíamos… nós dois… - ela sentiu o rosto queimar, queria sumir, mas precisava contar - nós dormimos juntos, ele… ele tinha alguém… ele sumiu e quando voltou, ele tinha alguém - a voz de Sara era um fio prestes a se romper, sabia que nada do que dizia fazia sentido.

“Eu e você, começamos antes disso…” - a voz dele ecoava em seus ouvidos, como se ele estivesse ali.

-Vocês dormiram? - a pergunta de Fernando fez o estômago dela se retrair e tudo o que ela fez foi assentir duas vezes, desviando o olhar. Aquilo trouxe desconforto à expressão de Fernando e ele exalou ruidosamente.

-Quem é essa pessoa?! - a pergunta veio ríspida e Sara se encolheu, recuou, Fernando percebeu e então recuou também, encostando-se no sofá novamente.

-Grifftis - o nome escapou num sussurro e Sara escondeu o rosto, lágrimas desciam de seus olhos, ela queria esconder aquilo, apressou-se em seca-las sob o olhar de Fernando.

-Essa pessoa, essa que estava com ele… ela disse uma coisa - Sara continuou, tentando ignorar o olhar quase acusador de Fernando.

-O que? - a pergunta saiu baixa, mas ríspida.

-Ele… não me queria… ele queria… - Sara tentou, mas a frase não saia.

Então o celular de Fernando tocou. A princípio ele não atendeu, mas ele necessitava de um tempo, podia ser Clara.

Ele olhou então o visor, era o número de Sara que ligava, mas ela estava ali, diante dele. Com uma expressão de estranheza ele atendeu, ouvindo então a voz do outro lado.

-Estou ouvindo… - foi tudo o que Fernando respondeu, encarando Sara em seguida.



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